câmbio – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Thu, 25 Nov 2021 18:55:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png câmbio – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 Mercado ensaia reação mesmo em meio às incertezas | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-ensaia-reacao-mesmo-em-meio-as-incertezas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-ensaia-reacao-mesmo-em-meio-as-incertezas#respond Fri, 26 Nov 2021 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=33495 Esta semana revelou um mercado local mais disposto a aproveitar as oportunidades e recompor perdas, inclusive com movimento mais favorável do câmbio, independentemente das questões fiscais ou das preocupações com a inflação e a eficácia ou ritmo da política de juros. Em determinados momentos, parece que tudo isso já está no preço. Mas o fato… Read More »Mercado ensaia reação mesmo em meio às incertezas | Denise Campos de Toledo

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Esta semana revelou um mercado local mais disposto a aproveitar as oportunidades e recompor perdas, inclusive com movimento mais favorável do câmbio, independentemente das questões fiscais ou das preocupações com a inflação e a eficácia ou ritmo da política de juros. Em determinados momentos, parece que tudo isso já está no preço.

Mas o fato é que as preocupações persistem. Foi mais uma semana de indefinições sobre a PEC dos Precatórios, diante de novas propostas do governo e de opositores. Além do calote nas sentenças judiciais, que, segundo algumas discussões, pode ficar fora do teto de gastos, com tratamento diferenciado para o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), e da própria mudança no cálculo da correção do teto, pela alteração do período de referência da inflação a ser aplicada, ainda se pode deixar sem destinação obrigatória parte da sobra orçamentária garantida por essas manobras, com recursos até para mais emendas parlamentares. E até a Lei de Responsabilidade Fiscal pode ser desrespeitada com a manutenção das novas condições do Auxílio Brasil, para além de 2022, mesmo sem fonte de receita definida. Aliás, esse foi um dos fatores que levaram à retirada da correção anual do benefício pelo INPC, no parecer do Projeto do Auxílio Brasil na Câmara. Vale lembrar que o governo acabou com o Bolsa Família e o substituiu pelo Auxílio Brasil, apenas aplicando uma correção, sem ter o projeto do novo programa definido e aprovado e sem ter a PEC dos Precatórios, que vai assegurar o custeio dentro dar regras fiscais, também aprovada.

Fora essa indefinição fiscal, ainda tem a piora das expectativas quanto ao crescimento da economia, por vários fatores adversos, como a combinação de inflação e juros mais altos e as incertezas de cenário freando investimentos. Sendo que só o comportamento da inflação e dos juros já tem levado a muitas apostas divergentes, colaborando para mais instabilidade.

O IPCA-15 desacelerou agora em novembro, como esperado, para 1,17%, mas sem intensidade que traga maior tranquilidade quanto à evolução futura da inflação. A perda de ritmo veio, em parte, da alimentação, com recuo até dos preços da carne. Um dos destaques das pressões de preços desde o ano passado. Esse movimento pode ser temporário, na medida em que refletiu o aumento da oferta doméstica e a queda do preço do boi gordo pelo embargo das exportações para a China, o que já está sendo resolvido. Também houve queda das passagens aéreas, cujas variações quase sempre muito bruscas oscilam de acordo com a demanda. Combustíveis e bens industriais seguiram em alta, e já se nota alguma recomposição maior de preços em segmentos como vestuário e artigos para residência, além de outros serviços. Enfim, a inflação segue muito elevada, com forte espalhamento dos aumentos, além do reforço do dólar, que se mantém em patamar desfavorável para a formação dos preços domésticos, mesmo que colabore para um maior retorno das exportações. Dólar esse que, mesmo com a perda de ritmo desta semana, ainda reflete muito as incertezas fiscais, de crescimento, de política de juros e do cenário externo.

A inflação, como um problema global, pode levar a mais aperto monetário em outros países, especialmente nos Estados Unidos, onde já se considera uma possível elevação dos juros, pelo Federal Reserve, no segundo trimestre de 2022. Também no exterior se percebe que a inflação não é um problema temporário, como se imaginava, e pode exigir ações mais efetivas.

Essa situação traz mais dúvidas quanto à política a ser implementada pelo Banco Central aqui no Brasil. O BC, mesmo com a elevação da dose de correção da Selic, não conseguiu garantir uma convergência de expectativas do mercado, que não para de elevar as projeções de inflação, com a do IPCA de 2022, já perto do teto da meta, de 5%. E ainda há divergências quanto ao ritmo de ajustes da Selic para que se possa obter mais resultados. Mesmo com a antecipação, pelo Copom, de mais um aumento de 1,5 ponto na reunião de dezembro, há quem fale em um ajuste de 2 pontos. E a curva de juros, em muitos momentos, reflete essa expectativa de um aumento mais intenso da taxa básica.

Colocados todos esses pontos de incerteza, fica ainda mais nítida a disposição do mercado de buscar oportunidades e tentar fechar o ano com saldo mais positivo ou menos ruim. Mas motivos para volatilidade é que não faltam, e ainda resta ver o que Brasília nos reserva para o cenário econômico e político, antes da virada para 2022, que também promete ser um ano de muitas emoções. Entretanto, muitas oportunidades de ganho estão colocadas, o mercado tenta estratégias para obter melhores resultados e é importante saber aproveitar as ondas, mesmo as que, no geral, pareçam mais adversas.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Mercado segue no embalo das incertezas.

 

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Ibovespa opera em leve alta https://levanteideias.com.br/artigos/ibovespa-opera-em-leve-alta https://levanteideias.com.br/artigos/ibovespa-opera-em-leve-alta#respond Wed, 14 Jul 2021 21:44:46 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=27881 No mercado local, o Ibovespa operou o dia em leve alta, encerrando o pregão avançando em 0,19%. O desempenho positivo das ações foi motivado pela mudança do texto relacionado à Reforma Tributária, que o mercado viu com bons olhos. A alta, no entanto, foi limitada, com a bolsa acompanhando o desempenho do mercado externo, com… Read More »Ibovespa opera em leve alta

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No mercado local, o Ibovespa operou o dia em leve alta, encerrando o pregão avançando em 0,19%.

O desempenho positivo das ações foi motivado pela mudança do texto relacionado à Reforma Tributária, que o mercado viu com bons olhos.

A alta, no entanto, foi limitada, com a bolsa acompanhando o desempenho do mercado externo, com os índices S&P 500 e Dow Jones perdendo força após baterem recordes mais cedo.

Além disso, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) também veio abaixo das expectativas do mercado, com queda de 0,43% em maio ante abril.

No mercado externo, o comportamento da sessão, mais otimista, veio com as sinalizações do Jerome Powell, presidente do FED, sinalizando que a inflação mais pronunciada está mais ligada à reabertura da economia e deverá ser transitória e que há ociosidade ainda na economia.

Assim, o FED ainda deve permanecer com sua política monetária expansionista. Os índices S&P 500 e Dow Jones encerraram o pregão avançando em 0,12% e 0,13%.

Do lado das commodities, o petróleo Brent operou o dia em queda, recuando 2,60%, cotado a US$ 74,50 o barril.

O movimento foi motivado devido a menor queda do que esperado em estoques de petróleo divulgados pelo Instituto Americano de Petróleo.

Essa menor queda indica um menor consumo de petróleo, o que desestimula o setor.

Além disso, os contratos futuros de minério de ferro da bolsa de Dalian fecharam o dia com alta de 3,29%.

Por fim, a melhora do texto da Reforma Tributária também refletiu no câmbio, com o dólar terminando o dia em queda de 1,82%, cotado a R$ 5,08.

Também contribuiu para a queda o comunicado do Powell, uma vez que a continuidade da política monetária expansionista significa dólar mais fraco.

Maiores altas e baixas do dia (14/07)

Nas maiores altas do dia, o destaque fica para o Banco Inter, com alta de 6,10%. O dia foi positivo para o setor, com a divulgação de resultados de bancos americanos trazendo otimismo para o mesmo.

Destaque também para Braskem, com queda de 4,6%.

Nas maiores quedas do dia, o destaque fica CSN, com queda de 3,98%.

O dia foi negativo para siderúrgicas após o ministro da economia, Paulo Guedes, anunciar acordo com a indústria de aço para não subir os preços até o final do ano.

Destaque também para Usiminas, com queda de 3,61%, em dia negativo para o setor.

Fechamento do mercado

Veja abaixo os principais números do fechamento de hoje:

Ibovespa +0,19% 128.407 pontos
Dólar -1,87% R$ 5,08
Euro -1,36% R$ 6,02
Bitcoin -0,71% R$ 168.412,70
Ação que mais subiu: BIDI11 +6,08%
Ação que mais desceu: CSNA3 -3,98%

Para saber tudo sobre o que movimentou os mercados nesta quarta-feira, 14, com as informações acima e mais, veja o nosso último vídeo do nosso canal no Youtube, com a Analista Nelly Colnaghi:

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A Bolsa está barata https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-bolsa-esta-barata https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-bolsa-esta-barata#respond Thu, 22 Apr 2021 14:42:11 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=23604 Uma comparação rápida do desempenho dos pregões ao redor do mundo mostra que a bolsa brasileira está barata. Na ponta do lápis, a valorização do Ibovespa em reais no acumulado do ano até a terça-feira (20) foi de 0,88 por cento. Em dólares, a desvalorização é de 5,14 por cento. Esse movimento vai na contramão… Read More »A Bolsa está barata

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Uma comparação rápida do desempenho dos pregões ao redor do mundo mostra que a bolsa brasileira está barata. Na ponta do lápis, a valorização do Ibovespa em reais no acumulado do ano até a terça-feira (20) foi de 0,88 por cento. Em dólares, a desvalorização é de 5,14 por cento.

Esse movimento vai na contramão do que está ocorrendo nos demais mercados. Mundo afora, as perspectivas de aumento da vacinação, que vai deixar no passado as medidas de restrição, e a manutenção de um ambiente de juros baixos ou negativos com liquidez abundante vêm turbinando os pregões. O efeito é turbinado pela desvalorização do real em relação ao dólar, que já supera 4 por cento no acumulado do ano, também na contramão de muitas outras moedas, inclusive de países emergentes.

Os números comprovam o otimismo. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 subiram mais de 10 por cento nesse período. E apesar de todos os solavancos provocados pelas mudanças de humor com relação às empresas de tecnologia, o índice Nasdaq conseguiu se valorizar cerca de 7 por cento. O mesmo raciocínio vale para a Europa. As altas em dólar superam 10 por cento tanto na França quanto na Alemanha. Mais discretos, os fleugmáticos britânicos contentam-se com ganhos de 8,7 por cento no FTSE-100. O recordista é o Chile. Por lá, o índice IPSA 19,1 por cento em pesos e 21,2 por cento em dólares, devido à apreciação do peso chileno em relação à moeda americana.

Enquanto isso, a bolsa do Brasil só ganha da problemática Turquia. Por lá, o índice Bist, da Bolsa de Istambul, acumula uma desvalorização de 7,5 por cento em liras turcas e de 15,3 por cento em dólares. A explicação é simples: os preços das ações brasileiras refletem a incerteza dos investidores com relação à aprovação do Orçamento e às incertezas provocadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia.

A Bolsa está barata? Vamos com calma. Apesar do desempenho mais fraco em relação aos demais índices, o Ibovespa está trafegando perto de suas máximas históricas. Ou seja, mesmo perdendo a corrida, as ações não são exatamente pechinchas. Nessas horas, algum evento, como um desanuviar das tensões políticas, pode destravar valor. Mas esse destravar não será uniforme nem generalizado. Por isso, nessas horas é preciso contar com o conhecimento dos analistas da Levante Ideias de Investimento para saber diferenciar o joio do trigo.

Cenário internacional 

O número de pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana encerrada em 17 de abril caiu para 547 mil, abaixo dos 586 mil revisados da semana anterior. O resultado foi bastante inferior às expectativas, que eram de 617 mil pedidos iniciais.

Indicadores econômicos 

A prévia da Sondagem da Indústria de abril sinaliza queda de 1,1 ponto do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em relação ao número final de março, para 103,1 pontos. Se o resultado se confirmar, essa será a quarta queda consecutiva, retornando ao menor patamar desde agosto de 2020 (98,7 pontos), informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros de Ibovespa iniciam a sessão em alta, ajustando-se à valorização da véspera, quando o pregão da B3 não funcionou. Os contratos futuros do S&P 500 operam perto da estabilidade, apesar das perspectivas positivas de melhora do nível de emprego. 

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Leia também: A volatilidade que vem de fora.

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Depois dos juros será o dólar https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/depois-dos-juros-sera-o-dolar https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/depois-dos-juros-sera-o-dolar#respond Thu, 18 Mar 2021 13:58:19 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=22531 As oito semanas que separaram a primeira e a segunda reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2021 mostraram uma guinada radical na atuação do Banco Central (BC). No dia 20 de janeiro, o BC manteve a taxa referencial Selic nos 2 por cento ao ano que vinham desde meados do ano passado e… Read More »Depois dos juros será o dólar

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As oito semanas que separaram a primeira e a segunda reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2021 mostraram uma guinada radical na atuação do Banco Central (BC). No dia 20 de janeiro, o BC manteve a taxa referencial Selic nos 2 por cento ao ano que vinham desde meados do ano passado e indicou claramente que, apesar de todas as incertezas da economia, ainda era necessário que a política monetária permanecesse “extremamente estimulativa”, como diz o jargão do Copom. Na quarta-feira (17), o Comitê elevou os juros em 0,75 ponto percentual, acima do consenso, que previa uma alta de 0,50 ponto. E não parou por aí. No Comunicado divulgado após a reunião, o Copom deixou claro que vai promover outra elevação de 0,75 ponto percentual em maio. Em apenas 56 dias o BC passou de uma posição “dovish” (mais tolerante com a inflação) para “hawkish” (mais ortodoxa em termos monetários). Essa decisão surpreendente levanta duas perguntas: 1) será suficiente para conter a inflação? 2) será suficiente para impedir solavancos maiores na taxa de câmbio?

Começando pela inflação. A alta das commodities e dos combustíveis vem pressionando os índices de preços, como pode ser percebido pela segunda prévia do IGP-M de março, divulgada nesta quinta-feira. Isso elevou drasticamente os prognósticos para a inflação. Na última edição do Relatório Focus de 2020, o IPCA projetado para 2021 era de 3,32 por cento. Na edição mais recente, da segunda-feira (15), essa estimativa havia subido para 4,60 por cento (3,98 por cento na edição anterior). Isso indica que os agentes econômicos estão refazendo as contas para os preços. Nesse cenário, faz todo o sentido para um BC independente (ou apenas competente) apertar os juros. A questão é se o BC não demorou demais para agir, o que o obrigará a elevar a dose de elevação da Selic para fazer a inflação retornar para a meta. Quem investe dinheiro sabe que além de agir certo, é preciso agir no momento certo.

Isso leva ao câmbio. Considerando-se apenas o dólar comercial, a depreciação do real desde o início do ano está ao redor de 9 por cento, muito acima da inflação acumulada e dos juros do período. O dólar é um dos melhores indicadores da percepção de riscos com relação à economia. Há várias semanas, o BC diariamente vende dólares no mercado à vista e oferece contratos de “swap” cambial para reduzir a pressão de alta sobre a taxa de câmbio. Mesmo assim, a cotação da moeda americana vem se sustentando acima de 5,50 reais nas últimas semanas, e não dá sinais de engatar uma tendência de alta.

Pelo livro-texto, a elevação dos juros pelo BC aumenta a rentabilidade das aplicações em renda fixa. Isso teoricamente tornaria o real brasileiro mais atrativo em um cenário internacional de juros perto de zero e liquidez elevada. E, também teoricamente, traria mais dólares ao País, reduzindo a pressão de alta sobre o câmbio.

Essa teoria será confirmada na prática? Na abertura dos negócios nesta quinta-feira, os contratos futuros de dólar com vencimento em abril estão indicando um dólar a 5,50 reais, queda de 1,52 por cento em relação à véspera. A questão de vários trilhões de dólares, porém, é quanto a decisão do BC e sua sinalização para a próxima reunião conseguirão de fato ancorar as expectativas para a economia, reduzir a percepção de risco e fazer a inflação voltar aos trilhos.

Indicadores

Os aumentos da gasolina e do óleo diesel voltaram a pressionar a inflação. A segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma inflação de 2,98 por cento no segundo decêndio de março, acima dos 2,29 por cento do mesmo período de fevereiro. Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 28,64 por cento para 31,15 por cento, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 3,72 por cento em março ante 2,98 por cento em fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,89 por cento (0,29 por cento em fevereiro) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,31 por cento ante 1,00 por cento.

Federal Reserve

O Federal Open Market Committee (Fomc), equivalente americano do Copom, confirmou as expectativas e manteve os juros americanos perto de zero. Em seu pronunciamento após a reunião, Jerome Powell, presidente do banco central americano, afirmou que a economia dos Estados Unidos deverá crescer 6,5 por cento neste ano e que, mesmo assim, o Fed deverá manter sua atitude mais tolerante com a inflação para não interromper o processo de recuperação econômica.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros de Ibovespa iniciaram o dia em alta, acompanhando a queda do dólar após o resultado da reunião do Copom. No entanto, os contratos futuros do índice americano S&P 500 estão em queda, o que deve elevar a volatilidade do mercado local.

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Leia mais sobre a empresa: E no Congresso?

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O fogo cruzado das incertezas | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fogo-cruzado-das-incertezas-denise-campos-de-toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fogo-cruzado-das-incertezas-denise-campos-de-toledo#respond Fri, 12 Mar 2021 11:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=22176 A economia brasileira vive momento dos mais desafiadores. A pandemia acentua várias incertezas, como as condições de retomada do crescimento e de um ajuste mais eficaz das finanças. As necessárias restrições de atividade pesam no desempenho geral da economia, além de afetarem a geração de tributos, fora os gastos adicionais na área de saúde e… Read More »O fogo cruzado das incertezas | Denise Campos de Toledo

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A economia brasileira vive momento dos mais desafiadores. A pandemia acentua várias incertezas, como as condições de retomada do crescimento e de um ajuste mais eficaz das finanças. As necessárias restrições de atividade pesam no desempenho geral da economia, além de afetarem a geração de tributos, fora os gastos adicionais na área de saúde e para minimizar o impacto social.

A PEC emergencial que dá condições de retorno do auxílio emergencial com alguma compensação, posterga demais os gatilhos e sofreu reduções importantes no que se esperava de contenção de despesas. Mais que isso: mostrou a força de lobbies poderosos no sentido de preservação de direitos, que antecipam dificuldades para uma reforma administrativa que possa ter maior eficácia, na diminuição dos custos do Estado e em tempo mais curto.

Paralelamente, há uma preocupação maior com a inflação, ainda rodando acima do teto das projeções, com uma disseminação maior dos aumentos de preços, boa parte relacionada à alta das commodities no exterior e ao dólar. Dólar que, por sua vez, reflete as incertezas econômicas e políticas. Econômicas, por tudo que já citei, mais as intervenções do governo e da Justiça, fragilizando regras de contrato ou de mercado. Destaque recente para a Petrobras e as decorrentes mexidas em tributos.

No que diz respeito à Justiça, teve até a reversão do caso Lula, que nos remete a várias outras incertezas, que vão de uma nociva polarização das eleições de 2022, reduzindo espaço para fortalecimento de outras lideranças; possibilidade de o atual governo assumir posturas mais populistas para ampliar a popularidade, deixando mais de lado a política econômica liberal, prometida desde as eleições anteriores. Na versão mais positiva dos prognósticos, podemos esperar maior responsabilidade com a agenda, de forma a viabilizar mudanças estruturais, que ajudem a consolidar um quadro de maior crescimento e atração de investimentos. Ainda a conferir…

Com relação à inflação, dólar, incertezas do cenário e dificuldades de ajuste das contas fica a provável elevação da Selic na reunião deste mês do Copom, já dada quase como certa a elevação em, pelo menos, meio ponto, com ampliação do ajuste total que poderá ser necessário.

As intervenções do Banco Central no câmbio, com a colocação de swaps e oferta a vista mais que minimizar a pressão, tentam passar maior confiança quanto ao controle da inflação, nos parâmetros das metas, tentando evitar a piora das projeções quanto à elevação da Selic e da própria inflação.

Nesse ambiente, que ainda tem sofrido influência externa, como da recente alta dos juros dos treasuries americanos, difícil contar com estabilidade maior do mercado ou definição de tendência mais favorável. Parece certo apenas que as aplicações atreladas aos juros poderão ter algum reforço no ganho nominal. Nominal, porque o real ainda vai continuar sendo corroído pela inflação mais alta.

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Leia mais da Denise Campos de Toledo: Os riscos da crise de confiança | Denise Campos de Toledo.

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Commodities em alta https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/commodities-em-alta https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/commodities-em-alta#respond Mon, 01 Mar 2021 13:29:11 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=21446 Apesar de o cenário para a economia brasileira não ser dos mais positivos, há alguns aspectos da economia internacional que permitem uma atitude mais otimista. Um dos mais importantes é a alta dos preços das commodities. A retomada do crescimento nas principais economias, a aprovação – finalmente! – do pacote de 1,9 trilhão de dólares… Read More »Commodities em alta

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Apesar de o cenário para a economia brasileira não ser dos mais positivos, há alguns aspectos da economia internacional que permitem uma atitude mais otimista. Um dos mais importantes é a alta dos preços das commodities. A retomada do crescimento nas principais economias, a aprovação – finalmente! – do pacote de 1,9 trilhão de dólares de ajuda à economia americana e indicadores positivos na Europa e na China permitem prever um cenário mais benigno para as commodities. E isso significa um alívio para o País.

A conjunção entre preços das commodities em alta e um real depreciado em relação ao dólar indicam uma boa entrada de recursos na economia, o que ajudará a mitigar os efeitos danosos da pandemia. Desde o pior momento de 2020, as cotações das principais commodities avançaram cerca de 40 por cento em dólares, pelo índice Commodity Research Bureau (CRB), indicador, um dos mais importantes indicadores dos preços das matérias-primas. Entre elas, algumas das principais exportadas pelo Brasil, como soja, milho, carnes e minério de ferro.

Há dois grandes motivos para esse avanço dos preços. Um deles é a reflação setorial das commodities. Com o desaquecimento provocado pela pandemia, as cotações desabaram devido à perspectiva de uma retração aguda da demanda. Agora, com os prognósticos de um retorno gradual à normalidade, os preços retomam os patamares anteriores. O outro motivo é o aumento da liquidez global e a permanência dos juros em patamares muito baixos. Especular com commodities é mais antigo do que investir em ações e taxas de juros, e ainda permanece popular. Assim, a abundância de dinheiro traz um estímulo para a especulação – no bom sentido – com esses ativos não-financeiros, elevando seus preços.

Na ponta do lápis, ainda há espaço para subir. A confluência entre a normalização das principais economias, oferta restrita e manutenção dos juros baixos e da liquidez elevada sustentem um novo ciclo de alta nos preços das commodities.

Boletim Focus

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (01) pelo Banco Central (BC) indica uma leve alta nos prognósticos para a inflação e para a taxa de câmbio. A inflação medida pelo IPCA prevista para 2021 subiu para 3,87 por cento ante 3,82 por cento da semana anterior. Há quatro semanas, a projeção era 3,53 por cento. A taxa de câmbio prevista para o fim de dezembro subiu para 5,10 reais ante 5,05 reais. A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu inalterada em 3,29 por cento, assim como a taxa Selic. A projeção para os juros segue em 4 por cento ao ano no fim de 2021.

INDICADORES

O Índice de Preços ao Consumidor – Semana (IPC-S) do período encerrado em 28 de fevereiro de 2021 subiu 0,54 por cento e acumula alta de 5,42 por cento nos últimos 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã desta segunda-feira. A maior contribuição partiu do grupo Transportes. Os preços subiram 2,29 por cento na semana ante 1,53 por cento na semana anterior. A maior alta foi da gasolina. Os preços subiram 6,90 por cento ante 4,70 por cento na semana anterior.

E Eu Com Isso?

O otimismo com a aprovação do pacote de ajuda nos Estados Unidos e indicadores positivos da demanda na Europa e na Ásia fazem com que março se inicie com um movimento de alta nas cotações.

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Leia também: Investir em Petrobras ficou arriscado demais | Domingo de Valor.

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Economia dos EUA https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/economia-dos-eua https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/economia-dos-eua#respond Thu, 18 Feb 2021 13:33:36 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=21213 Nesta semana, tivemos a divulgação de três importantes indicadores econômicos americanos. A inflação e as vendas no varejo vieram acima do esperado, e a ata da reunião do Fed, o banco central americano, indicando que a autoridade monetária está confortável em manter o patamar de juros próximo a zero, seguindo, assim, com a política monetária… Read More »Economia dos EUA

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Nesta semana, tivemos a divulgação de três importantes indicadores econômicos americanos. A inflação e as vendas no varejo vieram acima do esperado, e a ata da reunião do Fed, o banco central americano, indicando que a autoridade monetária está confortável em manter o patamar de juros próximo a zero, seguindo, assim, com a política monetária no modo expansionista.

Por fim, teremos os dados de pedidos de seguro-desemprego da última semana a ser divulgado nesta quinta-feira (18). o indicador é uma espécie de prévia do desemprego e serve como um termômetro de como está o mercado de trabalho no país. Espera-se algo em torno dos 773.000 pedidos, confirmando, assim, uma melhora gradual no número de pedidos desde janeiro, quando o indicador chegou aos 926.000 pedidos.

E Eu Com Isso?

Para o mercado de ações, é complexo estabelecer relações de curto prazo entre indicadores econômicos e movimentações nos preços, que obedecem a dinâmicas parcialmente (no mínimo) aleatórias. Contudo, uma interpretação mais ampla dos indicadores demonstra uma forte recuperação da economia americana.

Na nossa visão, as empresas listadas na bolsa – referência operacional em qualquer país – são as primeiras a capturarem as benesses de um ambiente macroeconômico mais favorável. Logo, acreditamos que o movimento de alta tende a continuar no curto prazo.

Por outro lado, contudo, não podemos esquecer que o mercado de juros, câmbio e títulos de dívida pública e privada respondem a mudanças nas variáveis macro. Como todas estão interligadas a um conceito importantíssimo para o mercado de ações, o do custo de oportunidade, podemos ter algum respingo de ordem mais negativa nos preços no médio prazo, o que já pressionou os juros dos títulos públicos americanos de prazo mais longo.

Com uma taxa livre de risco maior, o prêmio (diferença) por correr risco diminui, reduzindo, de forma relativa, a atratividade da renda variável. É hora de olhar o mercado acionário de duas maneiras. Com lupa, para não perder as oportunidades de curto prazo. E com luneta, para preservar a perspectiva dos ganhos de longo prazo.

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Imagine um país emergente com mercado financeiro bastante desenvolvido. Olhando para as cotações de mercado de juros, inflação e câmbio temos as seguintes informações:

  • Taxa de juros de curto prazo: 2 por cento ao ano
  • Taxa de juros futura de longo prazo (2035): 8,36 por cento ao ano
  • Inflação projetada pelo Banco Central (BC) para 2021: 3,6 por cento ao ano
  • Inflação implícita: 4,36 por cento ao ano
  • Taxa de câmbio atual: 5,32
  • Taxa de câmbio projetada para dez/21: 5,00

Tem alguma coisa errada né? Alguém está mentindo ou não parece ser o mesmo país.

Na coluna de hoje, vou falar sobre a inclinação das curvas de juros, juros reais, inflação, câmbio e a dinâmica macroeconômica do Brasil.

Direto ao ponto

Indo direto ao ponto: o que está mais errado na minha opinião é a taxa referencial de juros Selic a 2 por cento ano. A curva de juros está inclinada devido à percepção de deterioração de contas públicas do Brasil, com relação dívida pública aumentando para a faixa de 90 por cento a 100 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, esse nível de taxa de juros muito baixo torna o Brasil pouco atrativo para os investidores estrangeiros no mercado de renda fixa e ocasiona saída de recursos e apreciação do dólar.

Inclinação da curva de juros

Essa semana o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu pela manutenção da taxa Selic em 2 por cento ao ano, tirou o “forward guidance” conforme esperado, mas adotou um tom mais preocupado com o cenário para a inflação.

Um indicativo da tendência dos juros em um período mais longo, o “forward guidance” havia sido instituído em agosto do ano passado, e indicava a manutenção da Selic baixa por bastante tempo.

A principal leitura é que a inflação está elevada e o BC pode ter de voltar a fazer política monetária à moda antiga, elevando os juros para conter a alta de preços.

A reação ao comunicado do Copom no mercado de juros futuros foi praticamente imediata: a taxa futura do DI com vencimento em 2035 saiu de 8,09 por cento em 15/jan para 8,36 por cento no dia 21/jan, aumento de 27 pontos base.

Chama muito a atenção a diferença entre a taxa de juros de curto prazo (Selic/CDI) de 2 por cento e os juros futuros em 8,36 por cento, uma diferença de 636 pontos base!

Alguns economistas do mercado já esperam uma elevação da taxa Selic na próxima reunião do Copom, em 17 de março. O relatório Focus do Banco Central projeta uma taxa Selic de 3,25 por cento ao ano ao final de 2021. Algumas instituições financeiras já esperam uma Selic de 3,5 por cento ao ano em 2021.

Necessidade de reformas

Qualquer dona de casa ou chefe de família sabe que não é sustentável gastar mais do que se ganha. Parece que os políticos em Brasília estão muito mais preocupados com as próximas eleições, seja no Congresso Nacional ou para a Presidência da República em 2022, do que com o teto de gastos, reformas e controle do endividamento público.

Segundo o comunicado do Copom:

“O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”.

Risco de inflação mais alta

O principal índice de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2020 com alta de 4,23 por cento, acima da meta de 4 por cento. Segundo o BC, a meta de inflação é 3,75 por cento para 2021, 3,5 por cento para 2022 e 3,25 por cento para 2023. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.

O Copom estima uma inflação medida pelo IPCA de 3,6 por cento em 2021, comparada às projeções do mercado (relatório Focus de 18/jan) de 3,43 por cento. Acredito que o mercado irá revisar para cima a projeção de inflação para 2021.

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Inflação implícita

Outra forma de se estimar a inflação projetada no futuro é pela inflação implícita no mercado futuro de juros. Irei utilizar as taxas futuras com vencimento mais longo (2035).

A inflação implícita é calculada da seguinte forma: diferença entre a taxa nominal do futuro de DI e a taxa de juros real, expressa pelo título público do Tesouro Direto IPCA+ (NTN-B), ambos com vencimento em 2035.

Para simplificar a conta: taxa DI de 8,36 por cento menos juros reais de 3,78 por cento, portanto inflação implícita de 4,76 por cento ao ano, bem acima das projeções de mercado e do próprio Banco Central.

Taxa de câmbio

Os economistas sempre costumam dizer que o modelo de projeção macroeconômico sempre “fecha” na taxa de câmbio, ou seja, muitas vezes os desequilíbrios costumam aparecer na taxa de câmbio.

O dólar (Ptax) teve alta de 29 por cento em 2020, saindo de 4,03 reais por dólar no final de 2019 para 5,20 reais por dólar em dezembro de 2020. Em 2021, o dólar acumula valorização de 2,3 por cento, mas no mês chegou a subir 6 por cento e atualmente está no patamar de 5,32 reais por dólar (taxa média de 21/jan).

É muito difícil fazer projeções para a taxa de câmbio, mas em situações normais acredito em um viés de baixa para o dólar em 2021. Porém, enquanto a taxa de juros Selic estiver fora do lugar, poderemos ter valorização do dólar frente ao real.

Conclusão

Se o Brasil não fizer a sua “lição de casa” que é reduzir o peso da máquina estatal, com reformas, privatizações, corte de gastos e equilíbrio das contas públicas, teremos de conviver com taxas de inflação mais altas no longo prazo, que irão corroer o poder de compra dos brasileiros.

O Tesouro Nacional terá de rolar a dívida pagando taxas mais altas, o que vai deixar a curva de juros ainda mais inclinada.

Acredito que o principal risco para os investimentos em 2021 é a situação fiscal, pressão de alta na inflação e descontrole das contas públicas.

Por enquanto, a abundante liquidez mundial proporcionou entrada recorde de investidores estrangeiros na B3: 18 bilhões de reais até 14 de janeiro. Mas não sei até quando esse “céu azul” vai persistir na Bolsa, com o Ibovespa encerrando a semana no território negativo em janeiro de 2021 (queda acumulada próxima de 2 por cento).

Saideira

A gente sabe que o brasileiro sempre empurra tudo com a barriga. Assim, não espero que as grandes reformas estruturais, em especial a tributária, sejam aprovadas pelo Congresso em 2021, mas também não acho que o Governo Federal vai “bater o pênalti na torcida” e furar o teto de gastos. Esse é o principal fator de risco a ser monitorado em 2021.

Bom resto de domingo e um abraço,

Eduardo Guimarães.

Quer aprofundar mais seus conhecimentos sobre a Bolsa de Valores? Então leia minha última coluna: Howard Marks sobre Value Investing | Domingo de Valor.

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Dólar baixo, inflação mansa https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/dolar-baixo-inflacao-mansa https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/dolar-baixo-inflacao-mansa#respond Mon, 07 Dec 2020 13:31:47 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=18649 Divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã desta segunda-feira (7), o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) traz tanto um número preocupante quanto uma boa notícia. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 24,28 por cento. Para comparar, a inflação acumulada em 12 meses em novembro de 2019 era de 5,38… Read More »Dólar baixo, inflação mansa

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Divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã desta segunda-feira (7), o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) traz tanto um número preocupante quanto uma boa notícia. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 24,28 por cento. Para comparar, a inflação acumulada em 12 meses em novembro de 2019 era de 5,38 por cento. No entanto, apenas no mês de novembro, o IGP-DI variou 2,64 por cento. É um percentual inferior aos 3,68 por cento de outubro.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 3,31 por cento em novembro, ante 4,86 por cento em outubro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,94 por cento em novembro, após variar 0,65 por cento em outubro. E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 1,28 por cento em novembro, ante 1,73 por cento no mês anterior.

Não foi a única notícia sobre a inflação. Nesta manhã, como em todas as segundas-feiras, o Banco Central (BC) divulgou o Boletim Focus. A expectativa dos agentes econômicos para a inflação em 2020 subiu bastante, e alcançou 4,21 por cento, ante 3,54 por cento na semana passada e 3,20 por cento há quatro semanas.

Todos esses números poderiam indicar que a inflação está em um ritmo de aceleração, com os preços subindo bastante. No entanto, o comportamento do dólar, que é uma das variáveis menos previsíveis e mais relevantes para a economia brasileira, mostra que não é bem assim. Desde a eleição americana, em 3 de novembro, o dólar recuou para 5,17 reais, uma queda de 10,3 por cento em relação aos 5,762 reais do início do mês passado. O relatório Focus mostra que essa tendência de baixa no câmbio já está inserida nas expectativas. Na edição desta segunda-feira, a taxa de câmbio esperada para o fim deste ano é de 5,22 reais, ante 5,36 reais na edição anterior e 5,45 reais há quatro semanas.

Qual a conclusão disso? Que, apesar da alta consistente dos preços das últimas semanas, a desaceleração do câmbio e alguns indicadores menos pujantes da atividade econômica (leia mais abaixo) deverão manter a inflação sob controle.

Internacional

A forte alta das ações no mercado internacional foi interrompida neste domingo à noite, com a notícia de que o governo americano se prepara para impor sanções a autoridades chinesas. A causa é a pressão que a China vem exercendo sobre Hong Kong, com autoridades de Pequim perseguindo e desqualificando parlamentares oposicionistas da região semiautônoma. Essa notícia arrefeceu o impacto positivo do aumento de 14,9 por cento das exportações chinesas em novembro (dados em yuanes), que superaram bastante a projeção de alta de 5,7 por cento. A notícia deve aumentar a tensão no mercado, vem provocando baixas em diversos pregões no início da semana e deverá ter reflexos por aqui também.

Indicadores

A FGV divulgou também o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) de novembro, que recuou 0,4 ponto, para 84,5 pontos. Foi o primeiro recuo do indicador após seis altas consecutivas. Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 3,2 pontos para 99,6 pontos, maior nível desde maio de 2020. O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Segundo a FGV, os resultados mostram que a recuperação perdeu força.

E Eu Com Isso?

O aumento da tensão no mercado internacional arrefeceu o entusiasmo dos investidores, que deverão aproveitar para embolsar parte dos lucros do início de dezembro. O cenário macro permanece positivo, mas deve haver uma realização de lucros no curto prazo.

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Leia também: De olho no emprego americano.

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Como se proteger da alta do dólar? Entenda Aqui https://levanteideias.com.br/artigos/como-se-proteger-da-alta-do-dolar https://levanteideias.com.br/artigos/como-se-proteger-da-alta-do-dolar#respond Thu, 20 Feb 2020 11:26:07 +0000 https://levanteideias.com.br/artigos/como-se-proteger-da-alta-do-dolar/ Você está acompanhando a cotação da moeda americana, mas não sabe como se proteger da alta do dólar? Saiba que o mercado financeiro oferece diversos mecanismos para isso. Dessa forma você reduz os riscos que são diretamente ligados ao Brasil, ao mesmo tempo em que mantém o valor do seu patrimônio em moeda estrangeira. Em… Read More »Como se proteger da alta do dólar? Entenda Aqui

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Você está acompanhando a cotação da moeda americana, mas não sabe como se proteger da alta do dólar? Saiba que o mercado financeiro oferece diversos mecanismos para isso. Dessa forma você reduz os riscos que são diretamente ligados ao Brasil, ao mesmo tempo em que mantém o valor do seu patrimônio em moeda estrangeira.

Em primeiro lugar, é preciso entender como os diversos fatores afetam a cotação do câmbio e depois conhecer quais são as possibilidades de reduzir sua exposição à variação da moeda e as características de cada um desses instrumentos.

Neste artigo, explicamos todos esses conceitos detalhadamente, de forma que você tenha subsídios para decidir qual é a melhor forma de se proteger da valorização do dólar diante do real. Acompanhe!

1. O que é a alta do dólar e como acontece?

O Brasil adota um sistema de câmbio que é chamado flutuante, ou seja, a cotação do real em relação a outras moedas, incluindo o dólar, varia de acordo com a lei da oferta e demanda. Em princípio é assim, mas também é verdade que o Banco Central monitora a variação da moeda e tem mecanismos para intervir e tentar conter grandes oscilações quando julga necessário.

Os motivos para essas variações podem ser diversos e nem sempre são os mesmos. Veja a seguir os principais.

1.1. Busca de proteção

Quando há um pessimismo com a economia do Brasil ou temores em relação a uma possível instabilidade política, por exemplo, os investidores não querem deixar seus recursos em real e ocorre o chamado “voo para a qualidade”, ou seja, procuram ativos considerados seguros, como o dólar.

No entanto, nem sempre a questão é localizada apenas no Brasil. Uma crise global ou nos países emergentes também pode desencadear um movimento de busca de proteção no dólar. Nesses casos, a moeda norte-americana tende a se valorizar em relação a quase todas as outras.

Assim, os investidores veem o dólar como um hedge, ou seja, uma proteção contra instabilidades, inclusive para questões ligadas aos próprios Estados Unidos. Estamos vivendo uma guerra comercial entre os EUA e a China e a trajetória da taxa de juros no país sinaliza uma recessão. Em outubro de 2019, o Fed (Federal Reserve, o banco central do país) reduziu os juros pela terceira vez no ano, citando a fraqueza da economia global.

Mais perto de nós, vemos a crise na Argentina e em outros países da América Latina. Tudo isso sinaliza turbulências para os investidores, que se refugiam na proteção do dólar. Além disso, o Brasil não vive um momento muito atrativo para investidores estrangeiros, mesmo com a bolsa de valores quebrando recordes históricos. Isso porque eles lucram especialmente em dois cenários:

  • quando a economia cresce e eles podem investir em negócios e empresas e participar desse crescimento;
  • quando a taxa básica de juros está alta e é possível conseguir boa rentabilidade com um nível de risco relativamente baixo.

Com a taxa básica de juros em 4,5% ao ano, o menor patamar da história nesse sistema, a rentabilidade dos investimentos de renda fixa no Brasil ficou muito baixa para que os investidores estrangeiros considerem aceitar o risco Brasil.

1.2. Fim do carry trade

O carry trade é uma operação muito comum no mercado financeiro e funciona da seguinte forma: o investidor toma um empréstimo com uma taxa de juros muito baixa e investe o valor em um ativo que ofereça um retorno bem maior.

Os investidores estrangeiros usaram essa estratégia no Brasil durante muitos anos, porque nossa taxa básica de juros sempre foi alta em relação aos países desenvolvidos. Pensando no dólar e no real, o empréstimo era tomado em dólar, com juros baixos, depois o valor era convertido para reais e alocado em alguma aplicação financeira que tivesse retorno mais alto.

Agora, com a Selic em níveis tão baixos, o carry trade deixou de ser vantajoso. Isso quer dizer também que há menos procura pela moeda brasileira, já que todo esse investimento praticamente deixou de existir.

1.3. Refinanciamento de dívidas

Por fim, as empresas também têm um papel na alta do dólar. Os juros baixos aqui estimulam as empresas a trocar suas dívidas no exterior por emissões em moeda local. Além disso, as incertezas no mercado externo também tornaram menos interessante a manutenção da dívida em dólar.

Quando a empresa faz isso, ela deixa de injetar dólares no mercado, diminuindo a oferta da moeda norte-americana, o que contribui para a sua valorização em relação ao real.

Todo esse cenário colaborou para que o dólar se descolasse da bolsa, lembrando que, tradicionalmente, quando o dólar sobe, a tendência é que a bolsa caia e vice-versa. No entanto, o que vimos em 2019 foi um movimento de alta tanto na moeda americana quanto no mercado de renda variável brasileiro.

2. Quais as vantagens de se proteger da alta do dólar?

Historicamente o dólar é a moeda padrão internacional, o que está relacionado à confiança que se deposita na economia norte-americana e nos Estados Unidos de forma geral. Vale lembrar que o país nunca teve um golpe militar e se mantém uma democracia desde a independência da Inglaterra, conquistada em 1783, após sete anos de guerra.

George Washington foi o primeiro presidente dos Estados Unidos, assumindo em 1789. Desde então seguiram-se outros 44 presidentes, todos democraticamente eleitos. Nessa longa linha do tempo, Richard Nixon foi o único a renunciar e nunca houve um impeachment. Da mesma forma, o país nunca deixou de honrar suas dívidas.

Assim, mantém-se como a maior economia do mundo há várias décadas, um posto consolidado após a Segunda Guerra Mundial, quando as demais potências do planeta estavam empobrecidas em decorrência do longo período de batalhas. Mesmo com problemas, como o crescente endividamento e a igualmente crescente dependência da China, que ameaça sua hegemonia, o dólar continua sendo a referência mundial e um refúgio de proteção.

Tudo isso para dizer que, se você quer preservar o valor do seu patrimônio independentemente do que aconteça no Brasil ou em outros lugares do mundo, é preciso buscar um mecanismo que proteja os recursos da alta do dólar. Isso vale tanto para investidores que se encaixam na modalidade de pessoa física quanto para empresas.

2.1. Investidores pessoa física

No caso dos investidores pessoa física, se você está pensando em fazer uma viagem internacional, em estudar fora, em morar no exterior por um tempo ou mesmo se quer apenas manter o valor do seu patrimônio em moeda estrangeira, é preciso se proteger da alta da moeda americana.

Vamos ver um exemplo: uma pós-graduação em uma faculdade de primeira linha nos Estados Unidos custa em torno de US$ 65 mil por ano. Imagine que você precise de mais US$ 30 mil por ano para viver lá nesse período e vamos colocar mais US$ 5 mil de passagem e uma verba inicial, ou seja, são US$ 100 mil em um ano.

Suponhamos que você tenha começado a juntar dinheiro para isso em 2014, pensando em guardar um valor mensal por 5 anos. A cotação do dólar comercial em 31 de dezembro de 2014 era R$ 2,66. Ou seja, US$ 100 mil equivaliam a R$ 266 mil. Se dividisse isso por 5 anos, seriam R$ 53,2 mil por ano ou R$ 4,43 mil por mês. Isso sem considerar a inflação nem eventuais rendimentos que você teria se deixasse o dinheiro em uma aplicação financeira.

O problema, como dissemos é que o câmbio varia. Em 2015, por exemplo, ele subiu 48% e fechou o ano a R$ 3,94. Ou seja, se guardasse R$ 4,43 mil por mês em 2015, chegaria ao fim do ano com pouco menos de US$ 13,5 mil em vez dos US$20 mil que você precisava ter acumulado para manter o ritmo e chegar ao fim dos 5 anos com o dinheiro programado.

Já em 2016, a moeda norte-americana teve uma desvalorização de 17,7%, fechando o ano cotada em R$ 3,25. Em 2017, ficou quase estável, com uma ligeira alta de 1,99% e encerrou o ano a R$3,31. No ano seguinte, nova alta, dessa vez de 17%, chegando ao fim de 2018 valendo R$3,88. Enquanto escrevemos este texto, no meio de dezembro de 2019, a tendência é mais uma vez de alta para a moeda americana, cuja cotação está em torno de R$ 4,10, acumulando uma alta de 5,7% no ano.

Em resumo, com toda essa volatilidade, fica muito mais difícil se programar, não é? Ainda assim, se é impossível prever o futuro e saber quanto a moeda vai valer dali a alguns meses, é possível proteger o capital acumulado e manter seu poder aquisitivo na moeda estrangeira.

2.2. Empresas

Para as empresas, a proteção contra a alta do dólar é ainda mais importante. Isso vale especialmente para as que têm dívidas na moeda norte-americana e para as que importam insumos e produtos, sejam eles fabricados nos Estados Unidos ou não, já que todos são cotados em dólar.

Em alguns casos, mesmo quando a mercadoria é brasileira, seu preço é cotado em dólar. É o caso, por exemplo, da carne bovina, da soja, do milho e de outras commodities. Isso cria um descasamento entre receitas e despesas, uma vez que a empresa tem receitas em real, mas precisa pagar contas em dólar.

Em épocas passadas, mas não tão distantes, vimos companhias tradicionais e de grande porte quebrarem por falta de uma política adequada de proteção contra a variação cambial. Os mecanismos de proteção contra a variação cambial vão dar previsibilidade e segurança para as empresas.

3. Quais medidas adotar para se proteger?

Se você vai precisar dos recursos em dólar ou se quer apenas manter o valor do seu patrimônio financeiro em moeda estrangeira, existem três principais maneiras de se proteger da variação do câmbio. Vamos ver cada uma delas e quais são as vantagens e desvantagens que apresentam.

3.1. Moeda física

Compra dólar, o papel-moeda, é, digamos, a forma mais intuitiva de se proteger da variação cambial. No entanto, ela também é a maneira menos recomendada de fazer isso. Manter dólares em casa é perigoso, é como guardar dinheiro embaixo do colchão.

Você fica sujeito a roubos e, se alguém descobrir que você tem um volume alto em casa, pode inclusive ser perigoso. Além disso, se acontecer algum acidente em casa, como um incêndio ou desabamento, além de perder o imóvel, você vai perder também o dinheiro. O imóvel ainda pode estar protegido por um seguro, mas, para dinheiro em espécie, não existe essa possibilidade.

Além disso, o papel-moeda se desgasta com o tempo e você corre o risco de as notas não serem aceitas quando for usá-las. Assim, só faz sentido comprar dólares em espécie se você for usá-los no curto prazo, como em uma viagem.

3.2. Investimentos

A alta do dólar é boa ou ruim para os investimentos? A resposta depende basicamente do investimento sobre o qual estamos falando. Cada aplicação financeira está ligada a algum mecanismo.

Assim, por exemplo, quem investir em letras hipotecárias deve saber que são títulos emitidos com lastro em crédito imobiliário. Por isso, o investidor deve saber que o risco que ele corre é o de as empresas envolvidas irem à falência e não conseguirem arcar com seus compromissos. Ainda assim, no caso da LH, ela conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que reembolsa até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira em caso de falência.

Usamos as LHs apenas como um exemplo para mostrar que é preciso saber a quais fatores influenciam aquela aplicação, da mesma forma que a pessoa que quer investir em ações deve entender como funciona a bolsa de valores.

No caso do dólar, os melhores tipos de investimentos que podem ser usados para proteger o patrimônio da variação cambial: fundos cambiais, fundos multimercados, contratos futuros de dólar e ETFs (Exchange Traded Funds, que são fundos negociados em bolsa e que seguem a composição de algum índice) de ações norte-americanas.

Cada um deles tem a sua especificidade, como vamos ver com mais detalhes no próximo tópico.

4. Como se proteger usando os investimentos?

Aqui, vamos entender como funciona cada uma das opções de investimento que existem para proteger seu dinheiro da alta do dólar. Acompanhe!

4.1. Fundos cambiais

Essa é, provavelmente, a primeira opção que vem à mente de quem procura uma proteção contra a alta do dólar. Os fundos cambiais são fundos de investimento que têm em sua carteira alguns ativos atrelados a moedas estrangeiras.

Algumas pessoas aplicam nesses fundos para tentar lucrar com a variação cambial, mas esse é um movimento bastante arriscado, já que nunca se sabe qual será a direção que a cotação da moeda vai tomar.

Em 2018, por exemplo, analistas consultados pelo Banco Central projetavam que o dólar chegaria ao fim de 2019 cotado a R$ 3,80, segundo dados do Boletim Focus, relatório que a autoridade monetária publica semanalmente com as estimativas do mercado para os principais indicadores da economia.

Na realidade, porém, ficou acima de R$ 4,10. Assim, se nem os especialistas, que se dedicam integralmente a analisar o cenário e fazer as projeções conseguem ter certeza sobre o que vai acontecer, não há motivos para imaginar que seríamos diferentes.

Então, por que vale a pena colocar o dinheiro em fundos cambiais para se proteger da alta do dólar? Se o dólar subir, o dinheiro que está aplicado lá acompanha a alta e você não perde poder aquisitivo. Por outro lado, se cair, você perde dinheiro em reais, mas, se for para o exterior, também vai pagar menos em hospedagem, passagem e no custo de vida lá, de forma que uma coisa compensa a outra.

4.2. Contratos futuros de dólar

Os contratos de dólar futuro são um tipo de derivativo que você pode comprar na bolsa de valores. Na prática, você vai fazer um acordo de compra ou venda da moeda norte-americana em um prazo futuro, por um preço estabelecido previamente, no momento em que fechar o contrato.

Não é preciso ter tanto dinheiro assim para usar esse mecanismo. Os contratos cheios representam uma movimentação de US$ 50 mil e exigem que a negociação seja feita em lotes mínimos de cinco contratos, totalizando, portanto US$ 250 mil. No entanto, é possível também negociar os chamados minicontratos, que representam apenas 20% do contrato cheio, ou seja, US$ 10 mil, e sem número mínimo para operação.

Essa é uma das principais formas que os investidores usam para se proteger das variações cambiais, incluindo empresas e grandes investidores. Quem compra um contrato futuro de dólar acredita que a moeda norte-americana vai se valorizar ante o real. Vamos imaginar que o dólar esteja valendo R$ 4,10 hoje e você compre um contrato de dólar futuro com vencimento para daqui a três meses pelos mesmos R$ 4,10.

Se, na data do vencimento, a cotação do dólar estiver acima de R$ 4,10, você exerce o seu direito, comprando a moeda a R$ 4,10, atingindo o objetivo de se proteger da variação. Por outro lado, se o dólar estiver abaixo de R$ 4,10, não faz sentido exercer o direito e você perde o valor investido. Ainda assim, da mesma forma que ocorre com o fundo cambial, um dólar mais baixo vai significar mais economia para você.

Como dissemos, os contratos de dólar futuro são negociados na bolsa de valores. Portanto, para fazer esse tipo de investimento, é preciso ter uma conta em uma corretora de valores.

4.3. Fundos multimercados

Diferentemente dos fundos cambiais, os fundos multimercados não investem apenas em ativos ligados a moedas estrangeiras. Aqui, a ideia é que eles tentem obter boa rentabilidade qualquer que sejam as condições de mercado, ajustando sua estratégia de investimento ao cenário atual.

Isso passa também por investir em ativos no exterior que se mostrem como uma boa oportunidade de rentabilizar os recursos dos cotistas. Assim, os fundos multimercados não são uma proteção tão direta contra a alta do dólar quanto os fundos cambiais e os contratos de dólar futuro, mas também podem ter essa função indiretamente.

Além disso, são uma opção interessante se o seu objetivo for não apenas reduzir a exposição à variação cambial, mas também tentar rentabilizar melhor seu investimento. Aqui, a principal dica é que, para obter bons retornos, a chave é ter uma gestão de qualidade. É o gestor que vai olhar o cenário e decidir em que classes de ativos ele pode ganhar mais dinheiro e fazer toda essa composição de risco e possibilidades de retorno.

Se você não sabe como investir em fundos, basta procurar uma casa de investimentos de qualidade, que tenha uma oferta diversificada, e procurar aquele que melhor atende suas necessidades e seu perfil de investidor.

4.4. ETFs

Como dissemos, os ETFs são fundos de investimento cujas cotas são negociadas na bolsa de valores como se fossem uma ação, mas que seguem a composição de algum índice. Assim, existem ETFs que seguem, por exemplo, o Ibovespa ou índice de Small Caps ou ainda ETFs de renda fixa, como os que acompanham o IMA-B.

Entre os ETFs de renda variável listados na B3, há dois que seguem o S&P 500, que é o índice das bolsas norte-americanas (New York Stock Exchange e Nasdaq) que reúne as 500 principais empresas dos Estados Unidos, dos principais setores da economia daquele país. Assim, comprando uma única cota desses ETFs você investe em todas essas 500 empresas cujas ações nem são negociadas na bolsa brasileira.

Aqui, é importante dizer que a variação do dólar não é a única coisa que você deve levar em conta ao comprar cotas desses fundos. Ao fazer esse tipo de investimento, você está diversificando os riscos da sua carteira de investimentos como um todo, uma vez que você elimina o risco Brasil nessa fatia do seu portfólio. Por outro lado, estará exposto ao mercado de ações norte-americano, ganhando se ele subir e perdendo se cair.

Os dois ETFs que acompanham o S&P 500 são o iShares S&P 500, da gestora Black Rock, e o It Now S&P 500, do Itaú. Assim como ocorre com os contratos de dólar futuro, os ETFs também são negociados na bolsa, de forma que é preciso ter uma conta em uma corretora de valores para ter acesso a eles.

Assim, mostramos algumas das principais razões que levaram à alta recente da moeda norte-americana, as consequências que isso pode trazer para os seus investimentos e para o seu patrimônio de forma geral e quais são as opções que o mercado apresenta de como se proteger da alta do dólar. Seja qual for a sua escolha, lembre-se de que essa proteção é fundamental para reduzir riscos e evitar surpresas desagradáveis.

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