Uma comparação rápida do desempenho dos pregões ao redor do mundo mostra que a bolsa brasileira está barata. Na ponta do lápis, a valorização do Ibovespa em reais no acumulado do ano até a terça-feira (20) foi de 0,88 por cento. Em dólares, a desvalorização é de 5,14 por cento.
Esse movimento vai na contramão do que está ocorrendo nos demais mercados. Mundo afora, as perspectivas de aumento da vacinação, que vai deixar no passado as medidas de restrição, e a manutenção de um ambiente de juros baixos ou negativos com liquidez abundante vêm turbinando os pregões. O efeito é turbinado pela desvalorização do real em relação ao dólar, que já supera 4 por cento no acumulado do ano, também na contramão de muitas outras moedas, inclusive de países emergentes.
Os números comprovam o otimismo. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 subiram mais de 10 por cento nesse período. E apesar de todos os solavancos provocados pelas mudanças de humor com relação às empresas de tecnologia, o índice Nasdaq conseguiu se valorizar cerca de 7 por cento. O mesmo raciocínio vale para a Europa. As altas em dólar superam 10 por cento tanto na França quanto na Alemanha. Mais discretos, os fleugmáticos britânicos contentam-se com ganhos de 8,7 por cento no FTSE-100. O recordista é o Chile. Por lá, o índice IPSA 19,1 por cento em pesos e 21,2 por cento em dólares, devido à apreciação do peso chileno em relação à moeda americana.
Enquanto isso, a bolsa do Brasil só ganha da problemática Turquia. Por lá, o índice Bist, da Bolsa de Istambul, acumula uma desvalorização de 7,5 por cento em liras turcas e de 15,3 por cento em dólares. A explicação é simples: os preços das ações brasileiras refletem a incerteza dos investidores com relação à aprovação do Orçamento e às incertezas provocadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia.
A Bolsa está barata? Vamos com calma. Apesar do desempenho mais fraco em relação aos demais índices, o Ibovespa está trafegando perto de suas máximas históricas. Ou seja, mesmo perdendo a corrida, as ações não são exatamente pechinchas. Nessas horas, algum evento, como um desanuviar das tensões políticas, pode destravar valor. Mas esse destravar não será uniforme nem generalizado. Por isso, nessas horas é preciso contar com o conhecimento dos analistas da Levante Ideias de Investimento para saber diferenciar o joio do trigo.
Cenário internacional
O número de pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana encerrada em 17 de abril caiu para 547 mil, abaixo dos 586 mil revisados da semana anterior. O resultado foi bastante inferior às expectativas, que eram de 617 mil pedidos iniciais.
Indicadores econômicos
A prévia da Sondagem da Indústria de abril sinaliza queda de 1,1 ponto do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em relação ao número final de março, para 103,1 pontos. Se o resultado se confirmar, essa será a quarta queda consecutiva, retornando ao menor patamar desde agosto de 2020 (98,7 pontos), informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros de Ibovespa iniciam a sessão em alta, ajustando-se à valorização da véspera, quando o pregão da B3 não funcionou. Os contratos futuros do S&P 500 operam perto da estabilidade, apesar das perspectivas positivas de melhora do nível de emprego.
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