Nesta semana, tivemos a divulgação de três importantes indicadores econômicos americanos. A inflação e as vendas no varejo vieram acima do esperado, e a ata da reunião do Fed, o banco central americano, indicando que a autoridade monetária está confortável em manter o patamar de juros próximo a zero, seguindo, assim, com a política monetária no modo expansionista.
Por fim, teremos os dados de pedidos de seguro-desemprego da última semana a ser divulgado nesta quinta-feira (18). o indicador é uma espécie de prévia do desemprego e serve como um termômetro de como está o mercado de trabalho no país. Espera-se algo em torno dos 773.000 pedidos, confirmando, assim, uma melhora gradual no número de pedidos desde janeiro, quando o indicador chegou aos 926.000 pedidos.
E Eu Com Isso?
Para o mercado de ações, é complexo estabelecer relações de curto prazo entre indicadores econômicos e movimentações nos preços, que obedecem a dinâmicas parcialmente (no mínimo) aleatórias. Contudo, uma interpretação mais ampla dos indicadores demonstra uma forte recuperação da economia americana.
Na nossa visão, as empresas listadas na bolsa – referência operacional em qualquer país – são as primeiras a capturarem as benesses de um ambiente macroeconômico mais favorável. Logo, acreditamos que o movimento de alta tende a continuar no curto prazo.
Por outro lado, contudo, não podemos esquecer que o mercado de juros, câmbio e títulos de dívida pública e privada respondem a mudanças nas variáveis macro. Como todas estão interligadas a um conceito importantíssimo para o mercado de ações, o do custo de oportunidade, podemos ter algum respingo de ordem mais negativa nos preços no médio prazo, o que já pressionou os juros dos títulos públicos americanos de prazo mais longo.
Com uma taxa livre de risco maior, o prêmio (diferença) por correr risco diminui, reduzindo, de forma relativa, a atratividade da renda variável. É hora de olhar o mercado acionário de duas maneiras. Com lupa, para não perder as oportunidades de curto prazo. E com luneta, para preservar a perspectiva dos ganhos de longo prazo.