No dia 14 de janeiro, a Even e a Melnick divulgaram prévias operacionais referentes aos resultados do quarto trimestre de 2020. No caso da Even, os lançamentos totalizaram 482 milhões de reais, com queda anual de 40 por cento.
O trimestre compreendeu o lançamento de dois empreendimentos em São Paulo, que responderam por um VGV (Valor Geral de Vendas) de 444 milhões de reais, e outro no Rio Grande do Sul, com VGV de 38 milhões de reais. No acumulado do ano, os lançamentos alcançaram 1,4 bilhão (crescimento anual de 31 por cento), distribuídos em 13 empreendimentos / fases.
As vendas da Even somaram 402 milhões de reais, com um indicador VSO (Vendas Sobre Oferta) consolidado implícito de 17 por cento. Na comparação anual, observa-se queda, visto que, no 4T19, o VSO reportado foi de 23 por cento. No acumulado do ano, as vendas somaram 1,4 bilhão, com recuo anual de 23 por cento. Os cancelamentos de vendas permaneceram em 12 por cento, essencialmente estáveis ante o ano anterior.
A geração de caixa da Even foi de 467 milhões de reais, considerando o efeito da oferta do FII ERCR11, de 231 milhões de reais. No acumulado do ano, a geração de caixa totalizou 1,4 bilhão, beneficiada pelo IPO da Melnick.
Em relação à Melnick, os lançamentos somaram 83 milhões de reais de VGV no 4T20, ajustados pela participação da empresa. No acumulado do ano, atingiram 500 milhões de reais, implicando queda de 15 por cento ante 2019.
As vendas líquidas totalizaram 31 milhões de reais no trimestre (queda anual de 77 por cento), produzindo um VSO de somente 5 por cento. No ano, as vendas alcançaram 509 milhões de reais no ano (redução anual de 12 por cento). Os distratos da Melnick aceleraram no trimestre em função das vendas baixas, atingindo 62 por cento.
O desempenho mais fraco das vendas líquidas é explicado pelo baixo volume de lançamentos no trimestre.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que o resultado é neutro para a Even e Melnick, com impacto neutro no preço das ações no curto prazo (EVEN3) e (MELK3). Os números demonstram uma recuperação no patamar de lançamentos e vendas em relação ao primeiro semestre, que foi severamente impactado pela pandemia. Entendemos que ambas as companhias, por atuarem em uma faixa de mercado mais cíclica (média e alta renda), estão bem posicionadas para colher os frutos da retomada da economia.
A despeito dessa recuperação, houve certa frustração com as vendas e velocidade de vendas que recuaram na comparação trimestral e demonstram certa dificuldade para retomar os patamares observados em 2019.
Analisando somente a Melnick, os números também foram fracos nesse quesito, devido ao menor volume de lançamentos no trimestre e a companhia ainda sofreu com um volume de cancelamentos de vendas mais elevados.
As prévias também sinalizam resultados positivos para geração de caixa. Em particular, a Even foi amplamente beneficiada no ano pelo IPO da Melnick e pela oferta de cotas de seu fundo imobiliário, porém, mesmo sem esses efeitos não recorrentes, os números foram positivos.
Em adição, esses dois eventos proporcionaram recursos valiosos para a Even dar continuidade ao lançamento de novos empreendimentos em 2021 e aproveitar o momento de mercado favorável.
A nossa preferência no setor de construção civil continua pelas empresas mais voltadas ao segmento de médio e alta renda como Even, Mitre e Melnick, que comentamos sobre a prévia operacional do 4T20.