
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1 por cento no 3T25 na comparação com o 2T25, abaixo do crescimento de 0,4 por cento no 2T25. O resultado foi inferior à mediana das expectativas, que era de 0,2 por cento. Em quatro trimestres houve um crescimento de 2,7 por cento, acima das expectativas de 1,7 por cento.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “embora a Agropecuária (0,4 por cento) e a Indústria (0,8 por cento) tenham mostrado variações positivas nessa comparação, o setor de Serviços, que tem maior peso na economia, ficou praticamente estável (0,1 por cento)”.
O IBGE informou que, “em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre chegou a 3,2 trilhões de reais. O Valor Adicionado dos três grandes segmentos da economia foi de 176,2 bilhões de reais para a Agropecuária, 682,2 bilhões de reais para a Indústria e 1,9 trilhão de reais para os Serviços.”
O resultado mostra que a atividade econômica está mais desacelerada do que o esperado. Havia uma grande dispersão das projeções. As estimativas para o crescimento trimestral oscilavam de uma retração de 0,5 por cento a um crescimento de 1,4 por cento. O intervalo mostra incerteza sobre o ritmo da atividade em meio à desaceleração da indústria e à perda de força dos serviços. As projeções para o crescimento acumulado em 12 meses também estavam dispersas e variam de 0,3 por cento a 3,2 por cento.
Apesar do número negativo, a reação dos investidores pode ser positiva. O crescimento da economia desacelerou, mas isso era o esperado em um cenário de aperto prolongado da política monetária. A redução do ritmo de atividade pode contribuir para que a inflação convirja mais depressa para o centro da meta, aumentando as probabilidades de o Banco Central (BC) começar a baixar a taxa Selic, atualmente em 15 por cento ao ano.
Na quarta-feira houve uma queda do dólar e mais um recorde no Ibovespa. O movimento de alta na bolsa e queda do câmbio contou com suporte externo: nos EUA, dados fracos de emprego no setor privado reforçaram a expectativa de que o FED vai cortar juros na reunião de dezembro e indicar um afrouxamento mais rápido da política monetária americana. Esse cenário tende a favorecer moedas de economias emergentes e bolsas como a brasileira.
E Eu Com Isso?
O desempenho do PIB abaixo do esperado pode levar a um movimento de realização pontual de lucros na bolsa. No entanto, o cenário externo segue positivo com a possibilidade de corte dos juros americanos, e o panorama para a bolsa é positivo.
Smart Fit compra 60 por cento da Evolve e acelera estratégia de expansão
A Smart Fit (SMFT3) anunciou na terça-feira (02) a aquisição de 60 por cento do capital da Evolve, uma rede de academias com presença no Centro-Oeste brasileiro. O acordo prevê um investimento total de até 100 milhões de reais, dos quais 40 milhões de reais serão desembolsados no fechamento da operação.
O montante restante poderá ser pago ao longo dos próximos dois anos, condicionado ao cumprimento de metas previamente definidas e ajustado pela inflação medida pelo IPCA. Com essa transação, a Evolve foi avaliada em um enterprise value de 199,7 milhões de reais, embora o valor final a ser pago pela participação dependa da apuração da dívida líquida da companhia na data do fechamento.
Atualmente, a Evolve opera 28 unidades, quatro delas inauguradas já em 2025, e possui mais sete academias em fase de construção. Essa estrutura já estabelecida é um dos principais atrativos do negócio: para a Smart Fit, trata-se de um atalho para fortalecer sua atuação em uma região onde a marca ainda não tinha presença dominante. A incorporação de unidades prontas, com base de clientes formada e localização estratégica, reduz significativamente o tempo e o custo necessários para expansão orgânica, que normalmente exige construção, captação de clientes e amadurecimento gradual da operação.
Apesar de a Evolve representar, inicialmente, uma contribuição relativamente pequena aos resultados consolidados da Smart Fit, estimada em algo entre 1 por cento e 2 por cento do Ebitda no curto prazo, o valor estratégico da aquisição vai muito além do impacto imediato. A Smart Fit planeja realizar uma integração gradual das unidades, convertendo-as ao padrão operacional, tecnológico e visual da própria rede. Esse processo tende a gerar sinergias relevantes, sobretudo em eficiência de custos, ampliação do poder de negociação com fornecedores, padronização de serviços e reforço da marca.
Além disso, o acordo firmado entre as companhias inclui um pacto de acionistas que estabelece diretrizes de governança e concede à Smart Fit opções de compra e venda das ações que permanecerão nas mãos dos sócios minoritários. Essa estrutura permite que a empresa, no futuro, adquira a totalidade da Evolve caso julgue estratégico, mantendo flexibilidade para aprofundar a integração quando for mais conveniente.
Como ocorre em transações desse porte, a conclusão do negócio está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), etapa necessária para garantir que a operação não gera desequilíbrios competitivos no setor.
E Eu Com Isso?
Do ponto de vista estratégico, a aquisição não se resume ao aumento do número de academias no portfólio. Ela representa um movimento de expansão calculado em um mercado regional de alto potencial e ainda em desenvolvimento, onde a presença da Smart Fit era menor. Ao incorporar uma rede já consolidada, a empresa ganha escala rapidamente, acelera sua penetração no Centro-Oeste e se posiciona de maneira mais competitiva diante de um segmento que vem se profissionalizando e crescendo de forma consistente nos últimos anos.
Em longo prazo, a integração entre as duas operações pode reforçar ainda mais a liderança da Smart Fit no mercado brasileiro de academias. Com a captura de sinergias operacionais, maior capilaridade e uma marca amplamente reconhecida, a companhia se prepara para competir em um ambiente cada vez mais exigente, no qual eficiência, tecnologia e expansão geográfica são fatores determinantes para sustentar crescimento e rentabilidade.
PRIO (PRIO3) divulga dados operacionais de novembro com forte aumento na produção
A PRIO (PRIO3) divulgou seus resultados operacionais de novembro, registrando produção média de 138,8 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), avanço de cerca de 55 por cento em relação a outubro e melhor desempenho da companhia em 2025.
O crescimento foi impulsionado principalmente pela consolidação da participação de 80 por cento no campo de Peregrino, cuja produção passou a ser incorporada integralmente ao longo do mês.
O fechamento da aquisição adicional de 40 por cento ocorreu no dia 11, e o ativo contribuiu com 68,8 mil boepd de forma proporcional em novembro, reforçando sua importância estratégica no portfólio da empresa. Entre os demais ativos, o desempenho foi mais estável, com variações pontuais.
O campo de Frade produziu 31,4 mil boepd, ligeira queda em relação a outubro. O cluster Polvo + TBMT alcançou 13,98 mil boepd, redução de 6,6 por cento no mês, enquanto Albacora Leste produziu 24,56 mil boepd, recuo de 1,1 por cento devido a uma falha no sistema de compressão de gás, que deve ser totalmente solucionada até a primeira quinzena de dezembro.
Apesar dessas pequenas oscilações, Peregrino compensou amplamente qualquer redução marginal nos demais ativos, elevando o volume total da companhia. Em novembro, a PRIO comercializou 5,1 milhões de barris de petróleo, volume significativamente superior ao de outubro, impulsionado pelo aumento da produção e venda de estoques acumulados. A integração da nova fatia de Peregrino, somada à estabilização operacional, resultou em forte incremento tanto no volume produzido quanto no volume vendido.
O aumento das vendas, aliado à elevação da produção em relação ao terceiro trimestre, tende a fortalecer receitas e EBITDA, criando cenário favorável para a continuidade do crescimento em 2026. A expectativa é que a produção siga em trajetória ascendente, especialmente com os avanços na entrada em operação do campo de Wahoo, que pode adicionar cerca de 40 mil boepd à capacidade da PRIO já em 2026.
A consolidação de Peregrino, a futura contribuição de Wahoo e o melhor aproveitamento do portfólio atual reforçam a tendência de expansão operacional e financeira da companhia, fortalecendo sua posição no setor de óleo e gás.
E Eu Com Isso?
Para o investidor, a perspectiva para os próximos trimestres permanece favorável. Peregrino cria uma base sólida de produção, enquanto os ativos legados tendem a se recuperar de pequenas oscilações, como em Albacora. Além disso, o desenvolvimento de Wahoo projeta um aumento significativo na produção já em 2026, reforçando a geração de caixa da empresa.
No campo do valuation, PRIO3 é negociado a 5,5 vezes EV/EBITDA e 6,0 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses, múltiplos compatíveis com a média do setor. Apesar da volatilidade operacional ao longo do ano, o desempenho de novembro sinaliza retomada consistente. Projetando um EBITDA em torno de 8 bilhões de reais para 2025, há espaço para uma reprecificação positiva à medida que Peregrino amadurece, Wahoo se aproxima da operação e os ativos atuais se estabilizam.
Diante desse conjunto de fatores, mantemos visão positiva para PRIO3, com expectativa de crescimento sustentável e geração consistente de valor para os acionistas.
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