Após a onda recente de IPOs e de ofertas subsequentes de ações de empresas de saúde, o setor de produtos farmacêuticos (mais especificamente medicamentos) parece estar em estágio inicial de aquecimento.
Atualmente na Bolsa só a Hypera Pharma (HYPE3) e a Blau Farmacêutica (BLAU3) têm a atenção dos investidores.
Porém a Eurofarma, a Teuto (que teve como sócia a Pfizer) e a Althaia vem medindo o apetite dos investidores para possíveis aberturas de capital.
A Althaia foi fundada pelo ex-CEO da Medley, Jairo Yamamoto, no período anterior a venda para a Sanofi. Hoje a companhia atua na fabricação de produtos de marca própria para as grandes varejistas farmacêuticas como a RD (RADL3) e a Panvel (PNVL3).
A Eurofarma é uma das líderes na fabricação de genéricos no país e vem crescendo via aquisições no melhor estilo “comendo pelas beiradas”. A empresa reportou receita líquida de R$ 6,2 bilhões em 2020.
Já a Teuto, que também tem um braço forte de genéricos e está cada vez mais investindo em medicamentos próprios, já pediu a listagem na CVM, porém ainda se encontra em processo de definição da oferta.
E Eu Com Isso?
A concorrência no setor farmacêutico é acirrada, com poucas inovações de origem nacional e com cada vez mais concorrentes fabricando os medicamentos genéricos.
As companhias de capital aberto do setor vêm acelerando a sua expansão a fim de ganhar mercado, dado um segmento altamente competitivo e pulverizado.
A Hypera Pharma vem buscando cada vez mais agregar ao seu portfólio produtos de renome (a exemplo da compra da Buscopan), além de ampliar a gama de inovações e ter anunciado um plano ambicioso de expansão fabril.
Já a Blau (BLAU3) acaba de anunciar uma nova fábrica em Pernambuco (PE), em um dos cais do Porto de Suape, e deve receber um investimento em torno de R$ 1 bilhão.
A quinta fábrica da companhia no país tem início previsto para 2023 e gradualmente a produção das plantas de Goiás e São Paulo devem ser transferidas para lá, a fim de ganhar escala na produção.
A capitalização via abertura de capital das farmacêuticas é bastante positiva para o mercado em geral, com maiores opções para os investidores e possibilidade de desenvolvimento mais acelerado do setor no longo prazo.
Porém as novas capitalizações não devem sair com tanta facilidade, com o volume grande de IPOs sendo protocolados, algumas de grande porte como a Raízen, Compass e CSN Cimentos, além dos follow-ons (oferta subsequente) com as gigantes de capital aberto buscando mais uma rodada de capital novo, aproveitando o ambiente de juros ainda baixos.
Só nos últimos meses tivemos Rede D’Or (RDOR3), BTG Pactual (BPAC11), Banco Inter (BIDI11), Lojas Renner (LREN3), por exemplo, citando somente algumas das grandes ofertas.
Além do mais, a Blau Farmacêutica teve que oferecer um desconto na faixa indicativa de preço inicial para que pudesse obter interessados suficientes para ancorar e seguir com o IPO, como muitas outras ofertas nos últimos 12 meses.
Mesmo com uma proposta diferente das farmacêuticas tradicionais do país (a Blau atua no segmento de fornecimento hospitalar e medicamentos injetáveis majoritariamente), a companhia obteve resistências.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—