O grupo tailandês Indorama, uma das grandes empresas do setor químico e petroquímico, parece ter avançado nas negociações com a Ultrapar (UGPA3) para a compra da Oxiteno.
O mercado avalia a Oxiteno em cerca de US$ 1 bilhão, porém a Indorama estaria disposta a desembolsar US$ 1,2 bilhão pelo ativo.
O Indorama já possui uma planta de PET em Suape (PE), comprada em 2018, se tornando uma das maiores companhias produtoras de PET da América Latina.
A Ultrapar vem em processo de reformulação de seu portfólio de empresas e já realizou a venda do negócio menos rentável da holding, a Extrafarma, para a rede Pague Menos (PGMN3), por cerca de R$ 700 milhões.
A Oxiteno se encontra em um dos melhores momentos operacionais, com margens altas e câmbio favorável, turbinando a receita e as margens.
Além disso, o setor químico e petroquímico segue aquecido, com algumas movimentações já observadas no Brasil, como a Braskem (BRKM5) e Unipar (UNIP6).
E Eu Com Isso?
A Ultrapar (UGPA3), controladora de uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país (Ipiranga), se prepara para mais um passo da sua reorganização.
Enfrentando problemas de rentabilidade desde 2017, em função da mudança na política de preços das refinarias pela Petrobras, a empresa decidiu focar no negócio principal.
Com os recursos das vendas desses ativos (Extrafarma e Oxiteno), a Ultrapar tem capital suficiente para finalizar a aquisição da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em fase final de negociação com a Petrobras.
As negociações com o grupo asiático Indorama estão adiantadas e, embora ambas as companhias não tenham se manifestado ou se negado a responder, o mercado já reage com viés positivo, e enxergamos que ainda pode ter impactos nas ações da companhia (UGPA3) no curto prazo.
A compra da Refinaria faz total sentido para a empresa por verticalizar seu negócio de distribuição de combustíveis e torná-lo mais competitivo, otimizando custos de produção e diminuindo a volatilidade dos preços de combustíveis, melhorando o perfil de risco de duas operações de distribuição (Ultragaz e Ipiranga), além de possibilitar benefícios tributários e melhor geração de caixa.
Além do mais, a alavancagem financeira da companhia segue alta e aumentou durante a pandemia, emitindo dívidas para manter o caixa robusto devido às incertezas apresentadas no ano passado.
Portanto, a venda de seus ativos não-prioritários seria o requisito principal para a compra da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), com o mercado entendendo que o nível de endividamento se manterá controlado, apesar de ainda estar alto.
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