O Banco Inter (BIDI11) divulgou Fato Relevante antes da abertura do mercado na terça-feira (15), informando que seu Conselho de Administração aprovou uma oferta subsequente de ações (follow-on) com esforços restritos, para captar até R$ 5,5 bilhões.
A oferta será composta por 71,50 milhões de ações ordinárias e 71,12 milhões de ações preferenciais.
O follow-on abrirá caminho para investimentos da Stone (SNTE:NASDAQ) na empresa. Segundo o documento divulgado ao mercado, a Stone comprará R$ 2,5 bilhões, ficando assim com até 4,99% da companhia.
Parte do acordo de investimento da Stone no Banco Inter, firmado no mês de maio, foi de que a família Menin (controladora do Inter) renunciasse ao direito de preferência na operação, tendo sua participação total diluída para acomodar a entrada da Stone.
Os investidores que tiverem posição na empresa até o dia 14 de junho poderão participar da oferta, podendo cada acionista subscrever até 0,062289 ação ordinária e 0,062289 ação preferencial.
O período de subscrição se inicia hoje e expira na próxima terça-feira (22). A precificação da oferta ocorrerá no dia 24 e os novos papéis começarão a ser negociados a partir do dia 28 de junho na B3.
O valor de mercado do Banco Inter no fechamento desta segunda-feira (14) era de R$ 49,28 bilhões.
E Eu Com Isso?
No fim de maio, o Inter (BIDI11) já havia anunciado sua intenção de realizar um follow-on, tendo a Stone como investidor âncora, dando início a uma parceria comercial entre as companhias, além de uma reorganização societária para abertura de capital na Nasdaq ainda neste ano.
No dia 24 de maio, após o anúncio, as ações da companhia (BIDI11) tiveram alta de 24,8%, refletindo os ganhos na parceria operacional com a Stone e com a maior visibilidade que uma listagem na bolsa de tecnologia do mundo traria.
E após a queda no pregão desta terça-feira (15), a companhia está com valor de mercado praticamente no mesmo patamar do fechamento do dia 23.
O valor fixado para a unit representa um desconto de 10% em relação aos R$ 64,30 da ação (preço aproximado do papel na terça-feira,15).
Esse desconto explica a queda de 2,73% nas ações do Inter desta terça-feira (15), visto que fica muito mais interessante para o investidor comprar ações do Inter a serem ofertadas no follow-on do que no dia.
Assim, a expectativa é de que as ações da companhia (BIDI11) ainda apresentem uma reação negativa no curto prazo, com queda limitada após recuo apresentado na terça-feira.
No dia 24 de maio, após o anúncio, as ações da companhia (BIDI11) tiveram alta de 24,8%, refletindo os ganhos na parceria operacional com a Stone e com a maior visibilidade que uma listagem na bolsa de tecnologia do mundo.
Apesar de poder ter esperado para realizar a oferta quando já estivesse listado na Nasdaq, este seria um processo bastante moroso, devido às burocracias existentes na listagem, optando por realizar a oferta agora.
Nesse contexto, entendemos como acertada a decisão do Inter, evitando um cenário mais adverso em período eleitoral.
Com o follow-on, o banco pode levantar até R$ 5,5 bilhões, com base no preço fixado de R$ 19,28 por ação, que resulta em R$ 57,84 por unit, visto que cada unit é formada por 3 ações (uma ON e duas PN).
Esperamos que a parceria entre as companhias possa ser o começo de algo mais duradouro, possibilitando a troca de mais produtos e serviços entre as plataformas.
Ambas as companhias procuram diversificar seus produtos e possuem uma base de clientes complementar, com a Stone focada no público PJ e o Inter no público PF (apesar de a base de clientes empresariais estar crescendo).
Enxergamos agora com principais catalisadores para as ações do Inter (BIDI11):
(i) a conclusão do processo de reestruturação e listagem na Nasdaq;
(ii) Conseguir manter o nível de crescimento da base de clientes vista ao longo de 2020 e 1T21;
(iii) aumentar a penetração de serviços como investimentos e seguros, alavancando a base clientes que já possui para aumentar seus lucros;
(iv) oferta de novos produtos como está fazendo agora com a parceria com a Stone.
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