Finalmente, o difícil ano de 2020 chegou ao fim. Foram seis “circuit breakers” na B3 em março, mas, mesmo assim, o Ibovespa bateu na trave dos 120 mil pontos em dezembro, com direito a um rali de fim de ano e alta de 9,3% no mês.
Neste primeiro domingo de 2021, com todo mundo se recuperando daquela ressaca de Ano Novo, farei um balanço geral dos retornos das principais classes de ativos em 2020.
Na parte final, trarei as perspectivas para o futuro, bem ao estilo “mãe Dinah”, com a minha visão para as diferentes classes de ativos em 2021 e com foco mais específico em ações, que são a minha especialidade.
Top 5 2020
Os ativos campeões de 2020 no tocante ao melhor desempenho foram os seguintes: 1) Ouro (+55,93%); 2) ETF de Bolsa dos EUA (IVVB11), com alta de 51,42%; 3) Nasdaq, ações de tecnologia nos EUA, com uma valorização incrível de 43,44%; 4) Dólar comercial, que fechou o ano em R$ 5,19, subida de 29,35%; e 5) S&P500, o principal índice de ações americanas (+14,56%).
Desempenho Investimentos em 2020
Renda fixa
Os principais indicadores de referência na Renda Fixa, os benchmarks IMAB (juro real IPCA+/NTNB) e IRFM (Pré-Fixado/LTN), tiveram desempenho moderado em 2020: alta de 6,16% do IMAB e valorização de 6,6% do IRFM.
Fim da cultura do CDI
Quem investiu no CDI em 2020 teve ganho bruto de apenas 2,74%. Se considerarmos um rendimento de 95% do CDI e descontarmos o Imposto de Renda de 20%, o rendimento seria de apenas 2,1% ao ano, pouco acima do rendimento acumulado de 1,92% na poupança em 2020. Definitivamente, essa classe de ativos deve ser reservada apenas para a reserva de liquidez no curto prazo.
O Papai Noel trouxe, desta vez, o rali de fim de ano
O Ibovespa teve valorização de 9,3% em dezembro, mês que historicamente sempre apresenta uma valorização. Desta vez, o Papai Noel mandou o rali de fim de ano, mas o Ibovespa fechou o ano com valorização de apenas 2,92%, aos 119 mil pontos. O Ibovespa bateu na trave dos 120 mil pontos ao final de 2020
O Índice de Small Caps (SMLL), que engloba empresas de menor valor de mercado e menor liquidez, ficou um pouco para trás e teve desvalorização de 0,65% em 2020, apesar do bom desempenho em dezembro (+7,52%).
Os touros dominaram as Bolsas americanas
As Bolsas americanas tiveram excelente desempenho em 2020, com destaque para as ações de tecnologia da Nasdaq, pois o Índice acumulou uma incrível alta de 43,44%, enquanto o Índice S&P500 acumulou alta de 14,56% em 2020.
O resultado das eleições para presidente dos EUA, com vitória de Joe Biden, e o amplo pacote de resgate para a economia, tanto do Congresso americano quanto do Banco Central (FED), injetaram liquidez suficiente para impulsionar o mercado de ações americano em 2020.
O “lanterna” em 2020 foram os Fundos Imobiliários
O principal índice de referência dos Fundos Imobiliários, o IFIX, foi o que teve o pior desempenho em 2020: queda de 10,24%.
—
Quer saber quais são As Ações Esquecidas da Bolsa que podem fazer você lucrar mais em 2021?
Então clique aqui e baixe agora o Relatório Gratuito que eu e minha Equipe de Analistas preparamos para você!
—
Fluxo de recursos para o mercado de ações
Com o fim da cultura do CDI, com taxa de juros (Selic) de 2 por cento ao ano, acredito que iremos encerrar 2021 com mais de 5 milhões de pessoas físicas (CPFs) na B3, comparado ao número atual de pouco mais de 3,2 milhões de investidores. Esse movimento deverá continuar, e acredito que o percentual da população que investe em ações poderá chegar ao patamar de 2,5 a 3 por cento.
Ademais, acredito que o fluxo positivo de recursos para investimentos em ações está apenas começando e deverá crescer bastante em 2021. Fazendo uma conta rápida, estimo que o aumento do fluxo de investimento em ações no mercado local pode chegar a R$ 110 bilhões em 2021 (R$ 66,9 bilhões em 2019 até novembro).
Perspectivas para 2021
A primeira fase de crescimento de investidores pessoas físicas na B3 ocorreu por meio da compra de ações de grandes empresas (blue chips) e do investimento em Fundos de Ações.
Acredito que a segunda fase deverá ser composta por três movimentos: i) ações Small Caps, o “lado B” da B3, com ações menos acompanhadas e que têm maior potencial de valorização; ii) Fundos Imobiliários – a criação de um ETF que replica o principal índice (Ifix) será bem positiva para a liquidez dos ativos e para aumentar o número de investidores (pouco mais de 1 milhão); e iii) investimentos em ativos globais, seja por meio de ações no exterior, seja por meio de BDRs negociados na Bolsa.
Lição do Rocky Balboa
Para encerrar a primeira coluna de 2021, vou citar um filme que tem uma lição especial para a vida, mas que pode ser adaptado para o mundo dos investimentos e do mercado financeiro: o filme Rocky Balboa (6º filme da série).
O personagem principal, Rocky, fala para o seu filho: “Ninguém baterá tão forte quanto a vida. Porém, não se trata de quão forte pode bater, se trata de quão forte pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É assim que a vitória é conquistada.”
A minha lição é que o aprendizado nas derrotas é mais enriquecedor, pois é preciso seguir na luta com disciplina para continuar a investir na educação financeira, sempre com diversificação de ativos e visão de longo prazo nos investimentos.
Desejo a todos um excelente Ano Novo em 2021, com muitos lucros e visão de longo prazo!
Obrigado e um grande abraço,
Eduardo Guimarães.