A venda de 51% da Gaspetro pela Petrobras (PETR3/PETR4) está prevista no acordo firmado em 2019 entre a Petrobras e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
No acordo a companhia se comprometeu a deixar o mercado de distribuição de gás natural e no Programa de Desinvestimentos previsto no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 da Petrobras. A favorita para levar o ativo é a Compass, da Cosan (CSAN3).
A Compass é uma das maiores companhias do setor de gás natural, englobando operações de infraestrutura, distribuição e trading de energia.
Além disso, conta com a maior companhia de gás canalizado do Brasil em seu portfólio, a Comgás (CGAS5), empresa que atende mais de 2,1 milhões de clientes em sua área de concessão no estado de São Paulo.
No fim do mês passado, a empresa recebeu um investimento de R$ 810 milhões da Atmos Capital, por 5% da companhia, o que reforçou seu poder de negociação na compra da Gaspetro, além de ancorar o valor de mercado da Compass em cerca de R$ 16 bilhões.
A companhia pretendia realizar seu IPO no segundo semestre de 2020, porém acabou cancelando a oferta pelo ambiente desfavorável.
E Eu Com Isso?
Segundo fontes, a oferta feita pela Compass para comprar os 51% de participação na Gaspetro pertencentes à Petrobras foi de cerca de R$ 2 bilhões e não há outro concorrente de peso.
Os outros 49% da Gaspetro pertencem à japonesa Mitsui, que possui direito de preferência pelos ativos, mas não deve exercê-lo.
Ela chegou a contratar uma assessoria financeira para a venda da sua participação no fim do ano passado, mas voltou atrás.
A aquisição é positiva para a Compass e esperamos um impacto positivo nas ações da holding Cosan (CSAN3) no curto prazo, visto que a Gaspetro possui atualmente participações em 19 distribuidoras de gás que exploram com exclusividade os serviços locais de distribuição de gás canalizado em diversos estados do Brasil atendendo 529 mil clientes.
A oferta de R$ 2 bilhões avalia a empresa com um múltiplo Preço/Lucro de 5,9 vezes, já que o lucro contábil da Gaspetro foi de R$ 340 milhões em 2020.
O PL da Compass é de 18 vezes, o que comprova a boa transação por parte da Compass.
Com a aquisição, a Compass poderá implementar e replicar o modelo de excelência operacional da Comgás em outras geografias e aproveitar do excesso de oferta de gás natural (hoje reinjetado no solo em larga escala por falta de demanda e estrutura de distribuição).
A Compass tem muito a ganhar, visto que as controladas da Gaspetro nunca tiveram capacidade de investimento na modernização e expansão da malha de gasodutos nos territórios atuantes.
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