Inflação americana – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Thu, 03 Mar 2022 17:20:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png Inflação americana – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 Cenário de indefinições abre oportunidades para o Brasil | Denise Campos https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/cenario-de-indefinicoes-abre-oportunidades-para-o-brasil https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/cenario-de-indefinicoes-abre-oportunidades-para-o-brasil#respond Fri, 04 Mar 2022 11:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36449 O cenário global está dominado por mais incertezas desde o começo da etapa de maior escalada dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e as reações que têm provocado. Mesmo que o mercado, em certos momentos, conte com algum entendimento diplomático, com um cessar fogo, o fato é que o conflito ainda pode se agravar e… Read More »Cenário de indefinições abre oportunidades para o Brasil | Denise Campos

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O cenário global está dominado por mais incertezas desde o começo da etapa de maior escalada dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e as reações que têm provocado. Mesmo que o mercado, em certos momentos, conte com algum entendimento diplomático, com um cessar fogo, o fato é que o conflito ainda pode se agravar e durar um bom tempo, assim como os desdobramentos econômicos. 

Um dos principais impactos é sobre a inflação, que já era um problema global, pelos desequilíbrios entre oferta e demanda produzidos pela pandemia, além de outros fatores. Mas agora, tanto pelo comprometimento da produção como pelas sanções impostas à Rússia, há fortes pressões de preços sobre o petróleo, gás, commodities metálicas e alimentos, sem esquecer dos fertilizantes e outros insumos.

Tudo isso reforça a pressão sobre os bancos centrais, que planejavam ou já vinham implementando alterações nas políticas monetárias. E os ajustes tendem a prosseguir mesmo que a guerra tenha potencial para afetar até o crescimento global. Pode haver alguma mudança na calibragem dos ajustes dos juros. Nos Estados Unidos, por exemplo, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, já sinalizou uma possível alta de 0,25 agora em março, inferior às expectativas que estavam mais para 50 pontos, embora ainda se conte com elevação de 175 no ano. Para o Brasil, onde a inflação já apontava para outro estouro do teto da meta, as previsões agora são de um ciclo mais longo com ajuste total maior da Selic. As projeções chegam a 13%. 

Surpreendentemente, esse cenário tem permitido uma confiança maior quanto às condições para o mercado local manter um comportamento mais favorável. De um lado, a alta das commodities pode assegurar um bom desempenho para a Bolsa, muito alavancada pelos papéis de empresas que atuam no segmento, embora muitos setores possam ter piora da performance. Mas as exportações podem dar maior retorno. De outro, a elevação dos juros pode ampliar o diferencial entre as taxas praticadas no exterior, mantendo boa atratividade para o capital externo, mesmo que haja algum aumento do risco. Ainda é preciso considerar que o Brasil pode “pegar” o investidor que está saindo da Rússia, onde as restrições financeiras, como as que congelaram reservas e vão desconectar os bancos da Swift, podem se estender às criptomoedas, produzindo maior isolamento financeiro do país, além do comercial e do político.

Só não se deve contar demais com esse ambiente “favorável” ao mercado local. Afinal, ainda é grande a incerteza quanto ao peso que a crise financeira, que os países ocidentais tentam provocar na Rússia, como estratégia de persuasão contra a guerra, terá sobre a economia e o mercado mundial. Não se deve desconsiderar também os reflexos da inflação e dos juros mais altos sobre a nossa economia, que já convive com o risco de alguma retração neste ano, fora as incertezas fiscais e as relacionadas às eleições. Os cortes de tributos sobre produtos industriais e agora até sobre jet ski, balão e dirigível, além das discussões sobre os combustíveis, estão aí para nos lembrar do imediatismo de resoluções em ano de eleições. 

O investidor deve aproveitar as oportunidades que estão surgindo, só que o atual cenário recomenda algum conservadorismo no portfólio, com títulos pós fixados e os atrelados à inflação. E vamos torcer para que algum bom senso prevaleça neste que é um dos momentos mais complicados que o mundo enfrenta em décadas, sem ter sequer se recuperado do trauma imposto pela pandemia nos vários aspectos.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Conflito na Ucrânia amplia incertezas globais e para o Brasil.

 

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O combustível da inflação americana https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-combustivel-da-inflacao-americana https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-combustivel-da-inflacao-americana#respond Thu, 10 Feb 2022 15:00:14 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36351 A manhã desta quinta-feira deverá confirmar uma expectativa que vem preocupando essa entidade chamada mercado. Por volta das 10h30, hora de Brasília, o BLS (Bureau of Labor Statistics) deverá divulgar a inflação ao consumidor de janeiro nos Estados Unidos, medida pelo CPI (Consumer Price Index). Os prognósticos são de um aumento de 0,5% nos preços… Read More »O combustível da inflação americana

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A manhã desta quinta-feira deverá confirmar uma expectativa que vem preocupando essa entidade chamada mercado. Por volta das 10h30, hora de Brasília, o BLS (Bureau of Labor Statistics) deverá divulgar a inflação ao consumidor de janeiro nos Estados Unidos, medida pelo CPI (Consumer Price Index). Os prognósticos são de um aumento de 0,5% nos preços no primeiro mês do ano. Se isso se confirmar, a inflação acumulada em 12 meses estará em 7,3%, a maior variação em 12 meses desde os 7,62% registrados em fevereiro de 1982.

A inflação americana tem, literalmente, bastante combustível. No caso, sua escassez. Na quarta-feira (09), a EIA (Energy Information Administration), agência do governo que acompanha os dados do setor, informou que os estoques americanos de petróleo cru diminuíram 4,8 milhões de barris na semana encerrada no dia 4 de fevereiro. A média das expectativas dos investidores era de um aumento de 100 mil barris. Segundo a EIA, o estoque de gasolina encolheu 1,6 milhão de barris nesse período, ante expectativas de um aumento de 1,4 milhão de barris. A diferença entre o esperado e o registrado são 3 milhões de barris.

Com isso, há poucos motivos para acreditar em uma queda dos preços desse insumo. Na manhã desta quinta-feira, os contratos futuros com vencimento em março do petróleo do tipo West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado americano, valiam US$ 90,10, alta de 0,49% ante a quarta-feira. No caso do petróleo do tipo Brent, que regula o mercado europeu e é referência para a Petrobras, os contratos com vencimento em abril eram negociados a US$ 91,81, alta de 0,28% em relação à véspera. Petróleo em alta aumenta os custos da energia e do transporte, fenômeno que se espalha pelos demais setores da economia. Isso torna a inflação persistente e, em economias com instituições fortes, leva os bancos centrais a agir para conter o avanço dos preços. É o que está ocorrendo nos Estados Unidos neste momento.

Não há dúvidas de que os juros americanos vão subir. A dúvida é quando, e com qual velocidade. Em sua próxima reunião, agendada para os dias 15 e 16 de março, o Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, deverá anunciar várias medidas. O fim das medidas de estímulo à economia, que fizeram o balanço do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, subir de US$ 4,5 trilhões para US$ 8,8 trilhões. Os planos para desinflar esse mesmo balanço, vendendo títulos e drenando dinheiro da economia. E, cada vez mais provavelmente, uma elevação dos Fed Funds, equivalente americano da taxa Selic.

Atualmente o Fed Funds estão em zero. Até há poucas semanas, a expectativa mais frequente era de quatro elevações de 0,25 ponto percentual, com os juros encerrando 2022 a 1% ao ano. No entanto, as apostas de uma política monetária mais dura por parte do Fed vêm aumentando. Por exemplo, cinco altas de 0,25 ponto percentual nas taxas. Ou mesmo uma ou duas elevações de 0,5 ponto percentual, com os Fed Funds chegando a dezembro em 1,5% ao ano.

Pode parecer uma diferença irrisória, ainda mais quando se pensam nas correções de 1,5 ponto percentual realizadas sem dó nem piedade em uma única reunião pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Porém, o sistema financeiro e a economia americanas são muito mais alavancados do que no Brasil, o que amplifica o impacto de pequenas mudanças nas taxas. E, dada a maturidade da economia, as margens de lucro são muito mais estreitas. Assim, uma alteração tão dramática nas taxas pode ter consequências graves. Daí o interesse com que o CPI de janeiro será acompanhado nesta manhã.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros de Ibovespa estão em leve alta, ao passo que os contratos futuros do índice americano S&P 500 permanecem em queda, à espera da inflação de janeiro. A divulgação do índice de preços poderá provocar volatilidade no mercado pois vai afetar as expectativas para os juros americanos.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: A inflação persiste.

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O Fed solta os falcões https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-solta-os-falcoes https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-solta-os-falcoes#respond Thu, 27 Jan 2022 14:15:08 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36072 O investidor americano John Templeton (1912-2008), fundador da gestora de recursos Templeton, costumava dizer que as quatro palavras mais perigosas para o investidor eram “desta vez é diferente”. Em geral pronunciadas em momentos de euforia do mercado, quando os preços sobem exageradamente, essas palavras indicavam que o investidor estava subestimando os riscos de uma correção… Read More »O Fed solta os falcões

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O investidor americano John Templeton (1912-2008), fundador da gestora de recursos Templeton, costumava dizer que as quatro palavras mais perigosas para o investidor eram “desta vez é diferente”. Em geral pronunciadas em momentos de euforia do mercado, quando os preços sobem exageradamente, essas palavras indicavam que o investidor estava subestimando os riscos de uma correção nos preços. Porém, foi exatamente isso que Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, disse na quarta-feira (26). Ao comentar os resultados da reunião de dois dias do Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, Powell disse que “a situação da economia está diferente”. Ou seja, que a inflação está muito alta e que a política monetária do Fed vai mudar.

Após quase dois anos sendo leniente com a inflação, a autoridade monetária americana soltou seus falcões. No jargão do mercado, há duas abordagens possíveis para os bancos centrais. Eles podem ser pombos (em inglês “dovish”), ou mais tolerantes com a inflação, para que a política monetária não comprometa o ritmo da economia ou o nível de emprego. Ou podem ser falcões (“hawkish”), quando assumem uma postura mais estrita para manter estáveis os índices de preços. O Fed mudou de lado. Até agora, manteve a combinação de juros perto de zero com a injeção direta de recursos na economia para contrabalançar os efeitos negativos das medidas de restrição. Porém, isso vai mudar, e logo.

As declarações de Powell deixaram três pontos muito claros. O primeiro é que o Fed não tem mais dúvidas de que a inflação americana está elevada demais. “A situação não melhorou desde a última reunião de dezembro, de fato ela piorou um pouco”, disse Powell ao comentar os resultados.

Atualmente em 7% no ano calendário de 2021 quando medida pelo CPI (Consumer Price Index) e em 5,7% nos 12 meses até novembro, medida pelo índice PCE (Personal Consumption Expenditure), a inflação está muito acima da meta de 2% ao ano que deve ser perseguida pelo Fed. Mais do que isso, a economia está aquecida. O desemprego está em 3,9%, perto das mínimas históricas e em linha com o que o banco central considera, na prática, pleno emprego.

O segundo ponto é que os juros vão subir, e logo. Desde março de 2020, os Fed Funds, equivalentes à taxa Selic, são mantidos na faixa entre zero e 0,25% ao ano. Na prática, os juros são nulos. Powell praticamente garantiu que haverá uma alta em março. Ele não citou números, mas as expectativas são de que será um avanço de 0,25 ponto percentual. No entanto, o discurso mudou. A nova palavra é “ágil”. O presidente do Fed disse nada menos de três vezes durante sua entrevista coletiva concedida após a reunião que a autoridade monetária americana será “ágil” ao combater a alta de preços.

Até antes da reunião, a projeção era de que haveria no máximo quatro altas de juros neste ano, todas de 0,25 ponto percentual, de modo que os Fed Funds encerrassem 2022 a 1% ao ano. Agora, surge a hipótese de cinco elevações, pois Powell não foi claro quanto ao ritmo e à quantidade de alterações nas taxas.

O terceiro ponto é que o Fed vai zerar os estímulos à economia postos em marcha em março de 2020, e que levaram seu balanço à impressionante cifra de US$ 8,9 trilhões. Powell afirmou que esse processo deverá começar paralelamente à elevação dos juros, ou seja, ainda no primeiro trimestre deste ano.

Além de reduzir o tamanho de suas posições, o banco central vai reduzir sua ênfase em títulos lastreados em ativos imobiliários, como papéis privados garantidos por hipotecas, e concentrar os investimentos em título públicos. A meta, informou o comunicado da reunião, “é reduzir o impacto sobre a alocação setorial de crédito na economia”. O impacto de todas essas novas informações foi uma correção nos mercados americanos, com quedas dos principais índices de ações.

A avaliação do Fed sobre o aquecimento da economia poderá ser corroborada nesta manhã, com a divulgação da primeira prévia sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) americano no quarto trimestre. A estimativa mais comum é de um crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2020, o que indica um ritmo acelerado para o crescimento econômico.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciaram a sessão com leves altas, reagindo à forte baixa da véspera (no caso dos Estados Unidos) e reagindo também ao fechamento em alta, mas abaixo da máxima do dia (no caso brasileiro).

No entanto, a divulgação do PIB americano no quarto trimestre e a continuidade do processo de ajuste dos mercados à atitude mais estrita do Fed poderá provocar volatilidade no mercado.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: O Fed entre a cruz e a espada.

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O Fed entre a cruz e a espada https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-entre-a-cruz-e-a-espada https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-entre-a-cruz-e-a-espada#respond Wed, 26 Jan 2022 14:16:32 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36023 Encerra-se nesta quarta-feira (26) a primeira reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de 2022. Jerome Powell, presidente do Fed, e os demais membros do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom, terão tomado uma das decisões mais difíceis em décadas. E as consequências do comunicado que será divulgado nesta tarde… Read More »O Fed entre a cruz e a espada

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Encerra-se nesta quarta-feira (26) a primeira reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de 2022. Jerome Powell, presidente do Fed, e os demais membros do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom, terão tomado uma das decisões mais difíceis em décadas. E as consequências do comunicado que será divulgado nesta tarde podem provocar solavancos fortíssimos nos preços dos ativos.

Esta reunião é importante porque ela vai responder a maior dúvida do mercado sobre a estratégia futura do Fed. A autoridade monetária seguirá sendo tolerante com a inflação e agindo devagar, ou vai alterar sua estratégia e passar a combater os preços de maneira mais incisiva?

Na prática, isso quer dizer responder duas perguntas. A primeira é sobre a elevação dos juros americanos. Atualmente as taxas dos Fed Funds, os juros referenciais dos Estados Unidos, estão, na prática, em zero. Como a remuneração dos Fed Funds é divulgada como uma banda (ou intervalo), os juros estão entre zero e 0,25% ao ano. Mas, na prática, a taxa é nula.

Com a alta da inflação – que chegou a 7% em dezembro, maior nível desde junho de 1982 – a projeção é que o Fed realize três ou quatro elevações de 0,25 ponto percentual nos juros até o fim do ano. Com isso, os Fed Funds encerrariam dezembro a 0,75% ou a 1% ao ano. Na avaliação mais popular, esse processo prossegue por 2023 e 2024, sempre com suaves correções mensais de 0,25 ponto percentual.

Ao fim do processo, os Fed Funds estarão ao redor de 2,5% ao ano e a inflação americana terá retornado à meta, que oficiosamente é de 2% ao ano. Isso sem afetar o processo de recuperação da economia nem elevar o desemprego.

Esse é o mundo ideal. No entanto, o problema que Powell e os diretores do Fomc enfrentam é que há muitas dúvidas entre os investidores sobre a intensidade e a permanência da inflação. Assim como ocorre no Brasil, boa parte da alta dos índices decorre do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis. O “núcleo” da inflação, o chamado “core index”, que não considera esses itens, subiu 5,5% nos 12 meses até dezembro de 2021. É um resultado inferior ao da inflação “cheia”, mas nem tanto assim.

A grande preocupação dos investidores e da autoridade monetária dos Estados Unidos é a dispersão da alta dos preços dos combustíveis para outros segmentos da economia. Isso poderia tornar o processo inflacionário persistente. E obrigar o Fed a manter os juros mais elevados por mais tempo, prejudicando a recuperação após a pandemia.

Daí a dificuldade da decisão do Fed. Se mantiver uma postura tolerante e leniente com a inflação temendo comprometer a retomada da atividade econômica, o banco central americano pode ter de tomar medidas mais drásticas em um futuro próximo. Se, ao contrário, indicar que será firme com a alta de preços, o Fed pode abortar o processo de recuperação da economia.

Não há um caminho claro a seguir. Do outro lado do Pacífico, o Banco do Povo da China, o banco central chinês, anunciou há alguns dias um razoável afrouxamento do mercado de dinheiro, devido à deterioração do nível de atividade econômica provocada pelas medidas necessárias para conter a variante Ômicron.

Na Europa os banqueiros centrais não estão de acordo. O Banco da Inglaterra iniciou um processo de aperto, ao passo que o BCE (Banco Central Europeu), que calibra a velocidade econômica da Zona do Euro, parece não ter pressa para retirar os estímulos. Porém, uma sinalização mais “hawkish”, ou dura, do Fed nesta quarta-feira poderá levar o BCE a começar seu próprio processo.

A decisão do Fed será difícil, e terá consequências sobre todas as economias. No caso do Brasil, juros mais altos nos Estados Unidos podem manter o real depreciado em relação ao dólar. Apesar de favorecer as exportações, um câmbio valorizado também pressiona os preços por aqui, o que pode obrigar o nosso BC (Banco Central) a retardar o processo de aperto iniciado no ano passado, e que deve prosseguir durante pelo menos o primeiro trimestre.

E Eu Com Isso?

A quarta-feira começa com um forte movimento de alta tanto nos contratos futuros do Brasil quanto nos dos Estados Unidos. Por aqui, o Ibovespa futuro já supera 111 mil pontos, mantendo a valorização da véspera. As cotações das ações domésticas foram auxiliadas pela valorização das commodities do mercado internacional. Porém, a depender da decisão do Fed, o mercado poderá apresentar uma volatilidade elevada.

As notícias são positivas para a Bolsa, em um cenário de volatilidade.

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Leia também: O impacto da crise na Rússia.

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Inflação e juros nos EUA https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-e-juros-nos-eua https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-e-juros-nos-eua#respond Mon, 24 Jan 2022 13:41:16 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35980 Dollar Tree (Nasdaq: DLTR) é uma das maiores cadeias varejistas americanas. Foi fundada na Virgínia em 1953, e atualmente possui 15,2 mil lojas nos Estados Unidos e no Canadá, empregando 193 mil pessoas. Está longe de ser um local glamuroso. Ao contrário, boa parte de sua freguesia é composta por cidadãos de baixa renda e… Read More »Inflação e juros nos EUA

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Dollar Tree (Nasdaq: DLTR) é uma das maiores cadeias varejistas americanas. Foi fundada na Virgínia em 1953, e atualmente possui 15,2 mil lojas nos Estados Unidos e no Canadá, empregando 193 mil pessoas. Está longe de ser um local glamuroso. Ao contrário, boa parte de sua freguesia é composta por cidadãos de baixa renda e imigrantes, que estão na base da pirâmide econômica. O que os atrai são preços baixos.

Durante muitos anos, todas as lojas Dollar Tree tinham pelo menos algum item que custava apenas US$ 1. Esse, aliás, era o nome original da rede varejista. Porém, na quinta-feira (20) a empresa anunciou que, após 35 anos, a política ia mudar. A alta da inflação obrigou a Dollar Tree a elevar o “preço mínimo” para US$ 1,25. Embora seja pouco em termos absolutos, é uma alta de 25%. E que confirma o que os indicadores vêm dizendo há tempos: a economia americana está sofrendo com um processo inflacionário.

Assim, a semana se inicia com uma grande expectativa sobre o resultado da reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que deve ocorrer na terça (25) e se encerrar na quarta (26). A expectativa de boa parte dos investidores é que o Fed deve anunciar novas fases do aperto na política monetária. A injeção de recursos na economia por meio da compra de títulos está em seus estágios finais, e vai terminar em março. Muitos dos participantes de mercado avaliam que o Fed vai aproveitar o fim dessa política para começar a elevar os juros.

A taxa dos Fed Funds, os juros referenciais dos Estados Unidos, atualmente em zero, poderão ser elevadas três ou quatro vezes neste ano, encerrando 2022 entre 0,75% e 1% ao ano. E a projeção mais comum é de outros três ou quatro ajustes em 2023 e mais alguns em 2024, fazendo com que os juros possam chegar a 2,5% ao ano ao fim do processo. Essa é a conclusão do discurso recente dos participantes do Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano.

Porém, há algumas dúvidas com relação à velocidade do ajuste. A inflação americana está elevada. Nos 12 meses até dezembro de 2021 o CPI (Consumer Price Index) global subiu 7,0%, a maior alta desde junho de 1982. O “core index”, que não considera os preços mais voláteis dos alimentos e dos combustíveis, subiu 5,5% nesse período, a maior alta em 12 meses desde junho de 1982.

Assim como vem ocorrendo no Brasil, os vetores mais importantes da alta de preços nos Estados Unidos têm sido os alimentos e combustíveis, devido às condições do mercado global de energia e aos preços das commodities. No entanto, mesmo sem considerar esses itens, a inflação permanece elevada. E qualquer economista sabe que uma alta persistente de preços acaba “contaminando” todos os setores da economia, e é muito mais difícil de debelar.

Por isso, não se descarta a hipótese de que a reunião do Fomc se encerre na quarta-feira com um comunicado “duro”, indicando altas mais acentuadas dos juros e até mesmo uma data para o processo de redução do balanço do Fed. Desde o início da pandemia, o banco central americano injetou dinheiro na economia por meio da compra de títulos públicos, hipotecários e até mesmo de empresas, o que elevou seu portfólio em US$ 4,4 trilhões. Em algum momento, o Fed deverá reduzir essa cifra, vendendo títulos e retirando dinheiro da economia. Mais um ponto de aperto da política monetária, com restrições ao crédito e desaceleração da economia.

Relatório Focus

A edição do Relatório Focus publicada pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (24) mostra que a expectativa para a inflação em 2022 voltou a subir. Agora, o prognóstico para o IPCA é de 5,15%, ante 5,09% da edição anterior e de 5,03% de há quatro semanas. Não mudaram as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que segue em 0,29%, e para a Taxa Selic, que está em 11,75%.

E Eu Com Isso?

A semana começa com os contratos futuros do índice americano S&P 500 em leve baixa, ainda seguindo o processo de ajuste iniciado há poucas semanas. Os investidores permanecem convencidos da alta dos juros, o que exerce uma pressão baixista sobre a renda variável.

As notícias são negativas para a Bolsa.

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Leia também: Defenda seu dinheiro da inflação.

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Os desafios locais e globais não dão trégua | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/os-desafios-locais-e-globais-nao-dao-tregua https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/os-desafios-locais-e-globais-nao-dao-tregua#respond Fri, 14 Jan 2022 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35293 Inflação, perspectivas para a política de juros no Brasil e nos Estados Unidos, além das questões fiscais internas vêm pautando muito os movimentos do mercado, dos ativos, nessas primeiras semanas de 2022. A inflação de 10,06% registrado pelo IPCA em 2021, a maior desde 2015, além de ter superado as projeções de fechamento de ano… Read More »Os desafios locais e globais não dão trégua | Denise Campos de Toledo

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Inflação, perspectivas para a política de juros no Brasil e nos Estados Unidos, além das questões fiscais internas vêm pautando muito os movimentos do mercado, dos ativos, nessas primeiras semanas de 2022. A inflação de 10,06% registrado pelo IPCA em 2021, a maior desde 2015, além de ter superado as projeções de fechamento de ano reforçou as preocupações quanto às condições para se evitar um novo estouro da meta neste ano. A projeção média ainda passa dos 5% e até por isso temos tido momentos de curva de juros bem mais pressionada, sendo que a projeção média para a Selic, de acordo com o último relatório Focus, foi a 11,75%, piorando, claro, as expectativas de crescimento, com corte da previsão do PIB para 0,26%, este ano. Isso na média, porque uma possível retração ainda está no radar.

No geral, tem havido uma frustração com os dados setoriais de atividade. A reação dos Serviços em novembro, com avanço de 2,4% sobre outubro, bem acima do esperado, jogando o setor 4,5% acima do pré pandemia, veio na contramão do marasmo geral que se tem observado. Pode até mexer com as projeções, que andavam bem pessimistas para o fechamento de 2021, com algum carregamento menos pesado para 2022./ Mas aí entra em cena a Ômicron e o avanço acelerado de casos, que neste início de ano deve dar uma freada, principalmente, nesse setor, prejudicando turismo, bares, restaurantes, eventos. Ainda há uma interrogação quanto ao que pode acontecer ao longo do trimestre, até com cancelamento do Carnaval em várias cidades. De qualquer modo, serviços ainda estão devendo uma retomada ainda mais consistente pelo atraso registrado desde o começo da pandemia, até por ser um dos principais alvos de restrições. Ficam dúvidas também quanto à capacidade de reação da atividade, não só dos Serviços, diante da perda de poder de compra da população, com inflação e juros mais altos, geração de empregos de pior qualidade, informais, e reajustes salariais que, para a maior parcela dos trabalhadores, não têm conseguido repor as perdas. O fato de os serviços para as famílias terem avançado 2,8% em novembro também traz maior alento.

No início citei também a inflação e os juros nos Estados Unidos. A inflação de 2021 ficou em 7%, a maior desde 1982, mas não teve impacto mais pesado nos mercados dada a desaceleração de novembro para dezembro. Mesmo com núcleos mais pressionados e vários grupos de preços em alta, como Serviços, de início, provocou até um certo alívio. Assim como outros indicadores, pelo menos, não aumentou a preocupação com surpresas quanto à intensidade da esperada retomada da alta dos juros pelo Federal Reserve, nem do corte de liquidez.

Mas a situação ainda é bem incerta. Ao mesmo tempo que se conta com menos pressões de alguns preços, as commodities continuam em alta, os desequilíbrios da cadeia produtiva podem se arrastar por mais tempo, com os fechamentos de fábricas e portos provocados pela Ômicron. No Brasil, as condições climáticas, que melhoram as perspectivas para a crise energética, podem prejudicar a oferta e preços de alimentos, até pela seca em áreas de produção de grãos. E tem toda a disseminação dos aumentos até para reposição de custos e recomposição de margens, como tem ocorrido nos preços industriais e de Serviços, por exemplo.

No âmbito doméstico ainda lidamos com as questões fiscais, independentemente das melhora das contas públicas no fechamento do último ano. Teve as mudanças no teto, aumento de fundão eleitoral, corte de verbas até para o ministério da Economia, com mais recursos para emendas parlamentares e do relator e, agora, a onda de reivindicações de reajustes salariais do funcionalismo, após o presidente defender aumento apenas para os policiais. São condições que aumentam as incertezas fiscais e o risco de instabilidades, em ano de eleições, com a economia enfrentando várias vulnerabilidades. 

Em meio a tudo isso, o mercado tem oscilado entre momentos de stress exagerado, com avanço do dólar, dos juros futuros, queda da Bolsa, e períodos de maior ânimo, onde prevalece uma análise mais técnica dos fundamentos, sem reações emocionais. Fato é que gestores e investidores que conseguem controlar o emocional estão obtendo os melhores resultados. O mundo anda muito complicado, tendo de conviver com todas as situações inéditas e desafiadoras impostas pela pandemia. O Brasil, que nunca foi fácil, mais que nunca deixa claro que não é para amadores. Pode parecer chavão, mas é o que estamos vendo ao ter de lidar com tantas incertezas simultaneamente, algumas evitáveis. Calma e bons negócios. Os dias de reação mais favorável do mercado estão aí para confirmar as boas oportunidades e consolidar resultados pra quem tem conseguido lidar melhor com as instabilidades, com os desafios locais e globais.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Novo ano, velhos problemas | Denise Campos de Toledo.

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Quando uma notícia ruim anima os investidores https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/quando-uma-noticia-ruim-anima-os-investidores https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/quando-uma-noticia-ruim-anima-os-investidores#respond Thu, 13 Jan 2022 14:16:14 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35289 Uma inflação elevada nunca é uma notícia boa. Isso é verdade tanto no Brasil, onde a inflação tem um histórico tenebroso, quanto nos Estados Unidos, onde o trauma com altas de preços não é tão grande assim. Por isso, a reação dessa entidade chamada mercado durante a quarta-feira (12) requer um momento de explicação. Aos… Read More »Quando uma notícia ruim anima os investidores

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Uma inflação elevada nunca é uma notícia boa. Isso é verdade tanto no Brasil, onde a inflação tem um histórico tenebroso, quanto nos Estados Unidos, onde o trauma com altas de preços não é tão grande assim. Por isso, a reação dessa entidade chamada mercado durante a quarta-feira (12) requer um momento de explicação.

Aos fatos. Logo durante a manhã, o BLS (Bureau of Labor Statistics) divulgou a inflação ao consumidor americano em dezembro. O CPI (Consumer Price Index) amplo subiu 0,5% no mês passado. Foi um resultado inferior aos 0,8% de novembro, mas que foi o suficiente para fazer a inflação de 2021 ficar em 7,0%, nível mais alto desde para um período de 12 meses desde junho de 1982.

O núcleo da inflação (“core index”), que não considera os preços mais voláteis de alimentos e de combustíveis, subiu 0,6% em dezembro, acima do 0,5% registrado em novembro. No acumulado do ano, o “core index” indica uma inflação de 5,5%, a mais elevada desde o período de 12 meses encerrado em fevereiro de 1991.

No entanto, a reação do mercado a essas notícias foi, na pior das hipóteses, amena. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq fecharam com pequenas altas. Por aqui, o Ibovespa avançou mais de 1,8% e retornou à faixa de 105 mil pontos. Mais do que isso, o dólar futuro, indicador por excelência das expectativas de curto prazo, recuou 0,7% para R$ 5,556.

Como explicar isso? Com um velho ditado do mercado: “compre no boato e venda no fato”. Simplificando, monte sua estratégia de investimentos antecipadamente, com base em expectativas e em sua capacidade – ou na capacidade das pessoas que lhe assessoram – de antecipar cenários e prever tendências. Uma vez que esses cenários se tornarem realidade, encerre sua posição, embolse os lucros ou contabilize os prejuízos e parta para a estratégia seguinte.

Foi mais ou menos o que ocorreu nos mercados internacionais. A perspectiva de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos seria a mais alta em décadas já estava dada, antecipada e devidamente precificada nos ativos financeiros. Por isso, sua confirmação reduziu a incerteza dos investidores e aliviou a volatilidade. Foi uma notícia ruim, mas que era plenamente esperada, daí seu efeito foi o inverso do que seria de se esperar.

Além disso, voltando ao princípio de tomar decisões de investimento com base no cenário provável de amanhã, em vez de fazer isso olhando para os fatos ocorridos hoje. Em suas declarações mais recentes, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, vem reiterando que o Fed vai começar a elevar os juros e a reduzir a liquidez da economia ainda neste ano. Isso deverá ajudar a fazer a inflação nos Estados Unidos retornar ao centro das metas previstas. Além disso, com menos dinheiro em circulação, os preços internacionais das commodities podem desacelerar ou mesmo cair, o que também poderia beneficiar os países emergentes, Brasil entre eles.

Assim, a notícia ruim da inflação americana elevada teve um lado positivo: ela confirmou expectativas e clareou o caminho que deve ser seguido pelo Fed. Certezas têm valor. Por isso, os preços sobem.

Indicadores

O setor de serviços cresceu 2,4% em novembro na comparação com outubro, após dois meses de taxas negativas. O resultado fez o setor recuperar-se da perda acumulada de 2,2% do bimestre.

Com o resultado de novembro, o setor ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, mas está 7,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014. Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta quinta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa iniciam o pregão da quinta-feira com uma leve queda, em função da alta da véspera. Já nos Estados Unidos, os contratos futuros do índice S&P 500 indicam a continuidade do movimento de valorização da quarta-feira, o que pode elevar a volatilidade do mercado brasileiro.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Analisando a inflação na gringa.

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Analisando a inflação na gringa https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/analisando-a-inflacao-na-gringa https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/analisando-a-inflacao-na-gringa#respond Wed, 12 Jan 2022 16:40:35 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35259 Na manhã desta quarta-feira (12), o BLS (Bureau of Labor Statistics) americano deverá confirmar o forte aumento da inflação nos Estados Unidos em 2021. O prognóstico é de uma alta de 0,4% no CPI (Consumer Price Index) em dezembro, fazendo com que a inflação acumulada no ano passado chegue a cerca de 7%, o maior… Read More »Analisando a inflação na gringa

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Na manhã desta quarta-feira (12), o BLS (Bureau of Labor Statistics) americano deverá confirmar o forte aumento da inflação nos Estados Unidos em 2021. O prognóstico é de uma alta de 0,4% no CPI (Consumer Price Index) em dezembro, fazendo com que a inflação acumulada no ano passado chegue a cerca de 7%, o maior nível desde 1982.

Considerando-se o núcleo da inflação (“core index”), que não considera os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, a alta esperada é de 0,5% em dezembro, o que faz com que a variação acumulada em 2021 seja de 5,4%, também a maior em muitos anos.

Em si, essa divulgação não é novidade. Os prognósticos dos investidores quanto a uma alta acelerada dos preços vêm se acumulando desde meados de 2021. No entanto, há dois pontos a considerar nesse cenário.

O primeiro é a diferença entre a variação de preços de todos os itens com o núcleo da inflação. Esse 1,6 ponto percentual a menos registrada no “core index” mostra que boa parte do aumento de preços se localiza nos preços do petróleo e dos alimentos.

O mercado de petróleo vem sendo mantido apertado, dentre outros fatores, pela resistência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia, organização conhecida como Opep+, em aumentar a produção em ritmo mais acelerado.

No início da pandemia, esse cartel dos principais produtores reduziu a extração do óleo para manter os preços. A produção permanece reduzida, mesmo com a gradual volta das atividades econômicas à normalidade. Por isso, os preços permanecem em patamares elevados. Também vale citar o elevado custo de capital do setor nos últimos anos, o que gerou baixos investimentos em capital fixo que pudessem viabilizar o aumento ligeiro da produção.

Não por acaso, aqui mesmo no Brasil, os preços da gasolina subiram 47% em 2021, sendo o item com maior variação na cesta de produtos do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ), que foi divulgado na terça-feira (11).

O segundo ponto é que está se formando um consenso de que o pico de dezembro será exatamente isso – um pico. É bastante provável que os preços desacelerem ao longo de 2022. As principais causas são a retirada dos estímulos e a normalização das cadeias produtivas. Com o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, cessando de injetar dinheiro na economia e começando a elevar as taxas de juros ainda neste primeiro trimestre, haverá menos combustível para mover os preços.

A expectativa é de normalização das cadeias de insumos, especialmente semicondutores. Com o fornecimento normalizado haverá menos estímulo para produtores de veículos elevarem seus preços, e automóveis são um item importante nos índices de inflação americanos. Nesse ponto específico, a única incerteza decorre do recrudescimento das contaminações pela variante Ômicron do coronavírus, que vêm crescendo em especial nos países da Ásia. Uma volta das medidas de restrição, especialmente em países com aplicação rígida como a China, poderá retardar essa volta à normalidade na oferta de insumos.

Como se não bastasse, Jerome Powell, presidente do Fed, foi bastante claro em seu depoimento no Senado americano na terça-feira de que a economia dos Estados Unidos está “saudável” e “demandando uma política monetária mais apertada”. Powell está passando pelos trâmites de uma nova indicação para a presidência do Fed, algo que deverá ser confirmado com facilidade.

Em suas declarações, Powell reiterou o que vem dizendo há tempos. Que o Fed vai encerrar as compras de ativos financeiros em março, que vai começar a elevar os juros ainda em 2022 e que “talvez mais tarde”, mas ainda neste ano, o Fed vai reduzir seu balanço. Isso quer dizer vender títulos e enxugar ainda mais a economia, caminhando para a normalização da política monetária.

Com tudo isso, as notícias de uma explosão inflacionária nos Estados Unidos são muito exageradas e um CPI de 7% em 2021 deve ser visto como o que de fato é – um ponto fora da curva.

E Eu Com Isso?

A sessão da quarta-feira começa sem uma direção definida, com os contratos futuros do Ibovespa perto da estabilidade e os contratos futuros do índice americano S&P 500 ensaiando uma leve alta. O pregão pode ser volátil dependendo da reação dos investidores à inflação americana.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: A inflação passada e a futura.

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O Fed vai endurecer o jogo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-vai-endurecer-o-jogo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-vai-endurecer-o-jogo#respond Thu, 06 Jan 2022 15:50:30 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35170 A expressão “mar vermelho” pode ser empregada sem exageros aos pregões internacionais. Na tarde da quarta-feira, os mercados internacionais iniciaram um movimento de correção que se estendeu pela madrugada desta quinta-feira (06) e ainda não chegou ao fim. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 2,88%, queda semelhante à da bolsa na Austrália. Em Seul, as… Read More »O Fed vai endurecer o jogo

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A expressão “mar vermelho” pode ser empregada sem exageros aos pregões internacionais. Na tarde da quarta-feira, os mercados internacionais iniciaram um movimento de correção que se estendeu pela madrugada desta quinta-feira (06) e ainda não chegou ao fim.

Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 2,88%, queda semelhante à da bolsa na Austrália. Em Seul, as ações recuaram 1,13%. As bolsas chinesas também fecharam com queda. E, no início desta manhã, os principais pregões europeus também estavam em baixa, com quedas superiores a 1%.

Esse movimento sucedeu quedas variadas em Wall Street. Foram baixas de 1% no índice Dow Jones, de 2% no S&P 500 e de mais de 3% no Nasdaq. Por aqui, o Ibovespa caiu 2,4% e por pouco não fechou abaixo de 101 mil pontos.

Tudo isso foi provocado por um único fato. Foi a divulgação, pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, das minutas da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), realizada em dezembro. No documento, publicado na tarde da quarta-feira, o Fed confirmou as projeções de boa parte dos investidores de que deverá elevar os juros já no próximo mês de março.

No entanto, a minuta trouxe uma surpresa desagradável ao informar, claramente, que o banco central americano vai começar a reduzir seu balanço, atualmente em US$ 8,3 trilhões. “Quase todos os participantes [da reunião do Fomc] concordaram que provavelmente seria apropriado iniciar a redução do balanço em algum momento após o primeiro aumento [dos juros]”, dizia o texto, usando um tom muito mais enfático do que o habitual.

Mais do que isso, houve várias declarações de membros do Fomc de que a política monetária expansionista colocada em prática nos primeiros dias da pandemia não era mais “garantida nem justificada”. Durante a reunião do Fomc, vários participantes expressaram sua preocupação com o aumento da inflação, que está nos níveis mais elevados em 40 anos, ao mesmo tempo em que consideram que o mercado de trabalho está próximo do pleno emprego.

A reunião de dezembro manteve os juros referenciais americanos perto de zero. No entanto, a minuta da reunião indicou que o Fomc prevê uma alta de até 0,75 ponto percentual neste ano, em três elevações de 0,25 ponto percentual. A projeção é de um movimento semelhante em 2023, e mais dois aumentos em 2024. Assim, os juros atualmente em zero podem chegar a 2% ao ano em pouco mais de dois anos, o que representa uma alteração drástica em relação ao cenário atual.

Relembrando como o Fed chegou aqui. As medidas de estímulo à economia postas em prática no início do ano passado se apoiavam em dois pilares. Um deles foi a manutenção dos juros perto de zero. Outro foram injeções diretas de dinheiro no sistema financeiro, por meio da compra de US$ 120 bilhões por mês em títulos públicos e em papéis lastreados por hipotecas. Com isso, o balanço do Fed inflou. Sua carteira de títulos praticamente duplicou, indo de US$ 4,7 trilhões para os atuais US$ 8,3 trilhões em menos de dois anos.

Agora, o Fed avalia que chegou a hora de começar a vender esses títulos, o que vai retirar dinheiro da economia. Essa perspectiva de aperto monetário levou às quedas das últimas horas.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa estão iniciando a sessão em uma leve alta, como uma reação à desvalorização excessiva da véspera.

No entanto, os mercados internacionais ainda estão digerindo a minuta da reunião do Fomc, o que pode levar a novos movimentos de ajuste. Assim, não se descarta uma sessão marcada por volatilidade elevada.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: À espera do Fed.

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À espera do Fed https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-espera-do-fed https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-espera-do-fed#respond Wed, 05 Jan 2022 14:05:31 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35137 As últimas semanas de 2021 foram marcadas por um movimento rápido de mudança de estratégia pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Durante o quarto trimestre, a estratégia gradualista do Fed com relação à inflação foi alterada para uma política contracionista. Foi definido o “tapering”, que é a retirada dos estímulos econômicos. O ano… Read More »À espera do Fed

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As últimas semanas de 2021 foram marcadas por um movimento rápido de mudança de estratégia pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Durante o quarto trimestre, a estratégia gradualista do Fed com relação à inflação foi alterada para uma política contracionista. Foi definido o “tapering”, que é a retirada dos estímulos econômicos.

O ano passado se encerrou com o prognóstico de que a injeção mensal de dinheiro na economia, que começou em US$ 120 bilhões e agora está em US$ 90 bilhões, se encerre ainda neste primeiro trimestre. Com o balanço do Fed chegando à cifra astronômica de US$ 8,8 trilhões, a expectativa é que o “tapering” seja mais breve e mais intenso do que se esperava anteriormente.

O fim das políticas de estímulo deverá abrir espaço para uma alta dos juros americanos. O prognóstico mais comum é de três elevações de 0,25 ponto percentual até dezembro deste ano, o que faria os Fed Funds, equivalentes à taxa Selic no Brasil, encerrarem 2022 a 0,75% ao ano.

Essas projeções, que se cristalizaram ao longo dos últimos dias de 2021, serão confirmadas (ou não) nesta quarta-feira (05), com a divulgação das Minutas da reunião mais recente do Fed, encerrada no dia 15 de dezembro.

Como o mercado antecipa os movimentos, os juros americanos de prazo mais longo já começaram a subir. Na terça-feira (03), a taxa dos títulos do Tesouro com dez anos de prazo chegou a um máximo de 1,71% ao ano. Para comparar, o fechamento de 2021 foi de 1,51%. Apesar de juros de 1,71% ao ano parecerem baixos na comparação com as taxas brasileiras, eles representam uma “normalização” do cenário monetário americano.

No comunicado divulgado logo após a reunião de dezembro, o Fed indicou que a aceleração abrupta do “tapering” reflete “a evolução da inflação e a melhora adicional no mercado de trabalho”. No comunicado, o banco central americano também deixou claro que “está preparado para ajustar o ritmo de compras se isso for garantido por mudanças nas perspectivas econômicas”.

Tradução: se perceber um aquecimento do mercado de trabalho e uma permanência na alta da inflação, o banco central americano não terá pruridos em elevar os juros, apesar do crescimento das infecções pela variante Ômicron do coronavírus.

Um dos pontos que pode ser confirmado pelo documento a ser divulgado na tarde de hoje é a percepção dos membros do Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, sobre a Ômicron. Apesar de a visão geral considerar – corretamente – as medidas de restrição como contracionistas, uma aceleração das contaminações pode ser inflacionária.

Como? Ao aumentarem o atrito entre as engrenagens da economia, as medidas de restrição podem provocar uma elevação dos preços. Isso já vem ocorrendo, por exemplo, com os automóveis, um item importante na cesta de preços dos Estados Unidos.

A alta dos preços pode ser reforçada por um aquecimento do mercado de trabalho. Nesta quarta-feira, a empresa de processamento de folhas de pagamento ADP divulga seu relatório mensal de empregos no setor privado referente a dezembro.

Em novembro, o número de americanos empregados cresceu com a criação de 534 mil vagas, acima do esperado e mostrando que o mercado de trabalho continua se fortalecendo. Novos números elevados podem reforçar as expectativas de que a alta das taxas será ainda mais rápida e intensa do que se previa no fim de 2021.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa iniciam a sessão da quarta-feira com uma leve alta. No entanto, os contratos do índice americano S&P 500 estão estáveis, oscilando entre os terrenos positivo e negativo. A expectativa dos investidores é elevada com a divulgação do nível de emprego e com as minutas da reunião do Fed, o que deverá elevar a volatilidade da sessão.

Fique atento aos novos desdobramentos.

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Leia também: A força dos indicadores.

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