Inflação americana - Levante Investimentos

Analisando a inflação na gringa

Na manhã desta quarta-feira (12), o BLS (Bureau of Labor Statistics) americano deverá confirmar o forte aumento da inflação nos Estados Unidos em 2021. O prognóstico é de uma alta de 0,4% no CPI (Consumer Price Index) em dezembro, fazendo com que a inflação acumulada no ano passado chegue a cerca de 7%, o maior nível desde 1982.

Considerando-se o núcleo da inflação (“core index”), que não considera os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, a alta esperada é de 0,5% em dezembro, o que faz com que a variação acumulada em 2021 seja de 5,4%, também a maior em muitos anos.

Em si, essa divulgação não é novidade. Os prognósticos dos investidores quanto a uma alta acelerada dos preços vêm se acumulando desde meados de 2021. No entanto, há dois pontos a considerar nesse cenário.

O primeiro é a diferença entre a variação de preços de todos os itens com o núcleo da inflação. Esse 1,6 ponto percentual a menos registrada no “core index” mostra que boa parte do aumento de preços se localiza nos preços do petróleo e dos alimentos.

O mercado de petróleo vem sendo mantido apertado, dentre outros fatores, pela resistência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia, organização conhecida como Opep+, em aumentar a produção em ritmo mais acelerado.

No início da pandemia, esse cartel dos principais produtores reduziu a extração do óleo para manter os preços. A produção permanece reduzida, mesmo com a gradual volta das atividades econômicas à normalidade. Por isso, os preços permanecem em patamares elevados. Também vale citar o elevado custo de capital do setor nos últimos anos, o que gerou baixos investimentos em capital fixo que pudessem viabilizar o aumento ligeiro da produção.

Não por acaso, aqui mesmo no Brasil, os preços da gasolina subiram 47% em 2021, sendo o item com maior variação na cesta de produtos do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ), que foi divulgado na terça-feira (11).

O segundo ponto é que está se formando um consenso de que o pico de dezembro será exatamente isso – um pico. É bastante provável que os preços desacelerem ao longo de 2022. As principais causas são a retirada dos estímulos e a normalização das cadeias produtivas. Com o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, cessando de injetar dinheiro na economia e começando a elevar as taxas de juros ainda neste primeiro trimestre, haverá menos combustível para mover os preços.

A expectativa é de normalização das cadeias de insumos, especialmente semicondutores. Com o fornecimento normalizado haverá menos estímulo para produtores de veículos elevarem seus preços, e automóveis são um item importante nos índices de inflação americanos. Nesse ponto específico, a única incerteza decorre do recrudescimento das contaminações pela variante Ômicron do coronavírus, que vêm crescendo em especial nos países da Ásia. Uma volta das medidas de restrição, especialmente em países com aplicação rígida como a China, poderá retardar essa volta à normalidade na oferta de insumos.

Como se não bastasse, Jerome Powell, presidente do Fed, foi bastante claro em seu depoimento no Senado americano na terça-feira de que a economia dos Estados Unidos está “saudável” e “demandando uma política monetária mais apertada”. Powell está passando pelos trâmites de uma nova indicação para a presidência do Fed, algo que deverá ser confirmado com facilidade.

Em suas declarações, Powell reiterou o que vem dizendo há tempos. Que o Fed vai encerrar as compras de ativos financeiros em março, que vai começar a elevar os juros ainda em 2022 e que “talvez mais tarde”, mas ainda neste ano, o Fed vai reduzir seu balanço. Isso quer dizer vender títulos e enxugar ainda mais a economia, caminhando para a normalização da política monetária.

Com tudo isso, as notícias de uma explosão inflacionária nos Estados Unidos são muito exageradas e um CPI de 7% em 2021 deve ser visto como o que de fato é – um ponto fora da curva.

E Eu Com Isso?

A sessão da quarta-feira começa sem uma direção definida, com os contratos futuros do Ibovespa perto da estabilidade e os contratos futuros do índice americano S&P 500 ensaiando uma leve alta. O pregão pode ser volátil dependendo da reação dos investidores à inflação americana.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: A inflação passada e a futura.

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