Alta da Selic – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Tue, 08 Feb 2022 15:07:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png Alta da Selic – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 Um Copom mais cauteloso do que pessimista https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/um-copom-mais-cauteloso-do-que-pessimista https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/um-copom-mais-cauteloso-do-que-pessimista#respond Tue, 08 Feb 2022 15:07:51 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36318 A Ata da 244ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta terça-feira (08) mostra que o Comitê permanece cauteloso em relação às perspectivas para a economia. Como de costume, a Ata se inicia analisando o cenário macroeconômico brasileiro e internacional. O cenário externo seguirá desafiador para os países emergentes devido ao aperto monetário… Read More »Um Copom mais cauteloso do que pessimista

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A Ata da 244ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta terça-feira (08) mostra que o Comitê permanece cauteloso em relação às perspectivas para a economia. Como de costume, a Ata se inicia analisando o cenário macroeconômico brasileiro e internacional. O cenário externo seguirá desafiador para os países emergentes devido ao aperto monetário nos Estados Unidos e à demora na regularização das correntes de comércio, que deverão manter pressionados os preços das commodities.

Ao avaliar a economia brasileira, o Comitê reconhece que “indicadores relativos ao comércio e serviços mostraram evolução ligeiramente melhor que a esperada em novembro, enquanto a indústria apresentou recuperação em dezembro”, e também afirma que “indicadores do mercado de trabalho mostraram recuperação consistente de empregos no último trimestre de 2021.” Mesmo assim, “os índices de confiança divulgados desde a última reunião seguem mostrando deterioração, e desenvolvimentos climáticos afetaram as projeções de importantes culturas agrícolas”.

No entanto, o que interessa mesmo ao Comitê não é a atividade econômica, e sim a inflação. E o cenário, nesse caso, também não é dos mais positivos. Se, de um lado, a Autoridade Monetária passou a zelar protocolarmente por dois mandatos, quais sejam, inflação e atividade, de outro, na prática, observamos posição privilegiada no combate ao primeiro e secundária no fomento do segundo, o que parece razoável em uma economia inundada de traumas relacionados à inflação. “A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, e segue se mostrando mais persistente que o antecipado.” Ou seja, a alta de preços já não se concentra mais em alimentos e combustíveis, que foram os “vilões” dos índices durante 2021. Isso é confirmado pela frase seguinte. “A alta nos preços dos bens industriais não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, ainda refletindo a gradual normalização da atividade no setor.” Para o Copom, os preços administrados também vão continuar subindo. “As projeções para a inflação de preços administrados são de 6,6% para 2022 e 5,4% para 2023”, informa a Ata. Ambos os percentuais estão acima do teto da meta de inflação, que é de 5% (3,5% mais 1,5 ponto percentual para mais ou para menos).

Como de costume, o governo continua gastando além da conta, o que eleva o prêmio de risco da economia. A Ata é clara: “o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal segue mantendo elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação, e, portanto, a assimetria altista no balanço de riscos. (…) Isso implica atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas.”

Para complicar mais ainda o cenário, a Ata adverte contra intervenções como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos combustíveis. Propostas desse tipo podem até reduzir a inflação no curto prazo, mas a conta vai chegar. “Adicionalmente, o Comitê nota que mesmo políticas fiscais que tenham efeitos baixistas sobre a inflação no curto prazo podem causar deterioração nos prêmios de risco, aumento das expectativas de inflação e, consequentemente, um efeito altista na inflação prospectiva.”

Tudo isso, claro, justifica um aperto na política monetária, que foi o que ocorreu. Na reunião, a taxa Selic, como era esperado, foi elevada em 1,5 ponto percentual para 10,75% ao ano.

No entanto – e esse é o ponto mais relevante da Ata – apesar do cenário pessimista e de indicar que a política monetária “seguirá em um terreno francamente contracionista”, o Copom deixou espaço para mudar de direção se a conjuntura se alterar à frente. Por isso, mesmo indicando que os juros devem continuar subindo, o Comitê deixou em aberto o tamanho dessa elevação. Isso garantirá espaço de manobra para desacelerar o aperto na política monetária se, por acaso, algo mudar na economia tanto aqui quanto no exterior.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam a terça-feira com uma leve queda. Por aqui, os investidores ainda estão realizando os lucros das últimas semanas e, nos Estados Unidos, o que interessa é a inflação ao consumidor, medida pelo CPI (Consumer Price Index) de janeiro, que deverá ser divulgada na quinta-feira (10). Mesmo em baixa, a sessão deve ser marcada por um cenário volátil.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Emprego nos EUA.

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O que esperar para 2022? https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-que-esperar-para-2022 https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-que-esperar-para-2022#respond Thu, 30 Dec 2021 14:04:32 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35080 Se o ano de 2020 desgastou o uso da palavra “desafiador”, 2021 pode ser classificado como o ano das surpresas – e também das decepções. Havia muita expectativa quanto a uma recuperação rápida das economias globais e com o fim da pandemia e a normalização das relações econômicas. Parte disso ocorreu de fato. No entanto,… Read More »O que esperar para 2022?

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Se o ano de 2020 desgastou o uso da palavra “desafiador”, 2021 pode ser classificado como o ano das surpresas – e também das decepções. Havia muita expectativa quanto a uma recuperação rápida das economias globais e com o fim da pandemia e a normalização das relações econômicas. Parte disso ocorreu de fato. No entanto, ao longo de todo o ano, os investidores tiveram de conviver com movimentos inesperados dos preços dos ativos.

Talvez o melhor exemplo sejam as cotações do minério de ferro no mercado internacional. O gráfico das cotações deixa constrangidas as mais iradas montanhas-russas. No fim de 2020, a tonelada com 63,5% de teor de hematita estava cotada a US$ 159.

No fim de 2021, as cotações haviam recuado para US$ 112,5, uma queda de cerca de 30%. Parece o retrato de um ano relativamente sossegado. No entanto, no meio do caminho, em maio, as cotações chegaram a US$ 229, recorde histórico. E em novembro haviam caído para US$ 79, mínimo em 16 meses. Ou seja, em pouco mais de seis meses houve duas alterações abruptas nas expectativas para com a economia, refletidas nas cotações de uma das principais commodities.

Por aqui, os preços também foram difíceis de prever. O ano começou com otimismo quanto ao Ibovespa. Porém, até o pregão da quarta-feira (29), a queda acumulada no ano foi de 12,5%. Nenhuma das aplicações financeiras – ações, juros ou dólar – superou a inflação. O IGP-M de 2021 cravou 17,78%. E o IPCA em 12 meses até novembro está em 10,74%. Mesmo com toda a volatilidade, o real se depreciou pouco menos de 9% em relação ao dólar.

Tudo isso, porém, é passado. O que esperar para o ano que se inicia? Segundo os analistas da Levante Ideias de Investimentos, não será um período fácil. A retomada em “V” da economia, que se anunciava no começo do ano, ocorreu de fato. Porém, o que se seguirá a ela será, muito provavelmente, uma desaceleração das atividades.

A causa disso é, principalmente, o desequilíbrio das contas públicas. O arcabouço fiscal se deteriorou ao longo do ano, com as sucessivas manobras do Congresso e do próprio Executivo para romper o teto de gastos. Na ponta do lápis, o desempenho fiscal foi marginalmente melhor do que se esperava. Porém, isso ocorreu mais pelos defeitos do governo do que por suas qualidades. O que aliviou o desequilíbrio fiscal foi a alta da inflação, que ajudou a arrecadação fiscal.

O subproduto dos gastos públicos, a inflação, tornou-se um problema mais grave. Durante os anos de equilíbrio fiscal, o dragão permaneceu dormindo em sua caverna. No entanto, com as despesas descontroladas, a alta de preço passou a ser mais estrutural e menos conjuntural. Como se não bastasse, o ano que se inicia terá, de novo, uma eleição presidencial extremamente polarizada. E, no Brasil, polarização quer dizer populismo econômico, tudo o que os investidores não querem ouvir.

Isso vai exigir a volta da aplicação de um remédio amargo, a forte alta dos juros. A taxa Selic iniciou 2021 a 2% ao ano e encerrou a 9,25% ao ano. As projeções do Relatório Focus indicam que esse percentual pode chegar a 11,50% durante o primeiro semestre, e só deverá retornar à casa de um dígito em 2023.

Essa prescrição desacelera a economia, deprime a geração de empregos e torna mais desafiador (para usar a palavra de 2020) encontrar boas alternativas de investimento, tanto na renda fixa quanto na bolsa. Mas, para isso, você pode contar sempre com os especialistas da Levante Ideias de Investimentos.

Nós temos um encontro marcado no primeiro dia de 2022. Não perca.

E Eu Com Isso?

A última sessão do Ibovespa de 2021 começa com uma leve alta, seguindo um movimento suave de valorização em Wall Street. O pregão deve ser volátil e com liquidez reduzida.

As notícias são positivas para a bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Os desafios que 2021 deixa para os próximos anos | Denise Campos de Toledo.

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O BC errou a mão? https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-bc-errou-a-mao https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-bc-errou-a-mao#respond Wed, 08 Dec 2021 14:32:41 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=34607 Um dos exercícios econômicos mais interessantes é observar as projeções ao longo do tempo. Isso permite comparar o que se esperava com o que de fato ocorreu e descobrir o que mudou. Tomemos, por exemplo, o último relatório Focus de 2020, com dados de 31 de dezembro. As projeções para 2021 são de que a… Read More »O BC errou a mão?

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Um dos exercícios econômicos mais interessantes é observar as projeções ao longo do tempo. Isso permite comparar o que se esperava com o que de fato ocorreu e descobrir o que mudou. Tomemos, por exemplo, o último relatório Focus de 2020, com dados de 31 de dezembro.

As projeções para 2021 são de que a taxa Selic seria de 3,00% ao ano em dezembro, e de que a inflação medida pelo IPCA encerraria o ano com 3,32% em 12 meses. Os prognósticos para 2022 eram de um IPCA de 3,50% e de uma taxa Selic encerrando o ano que vem a 4,50%.

Avanço rápido para a segunda-feira (06), quando foi publicada a edição mais recente do Relatório Focus, com dados de 3 de dezembro. A Selic prevista para 2021 está, como seria de se esperar, em 9,25%.

A expectativa de inflação para o ano é de 10,18%. E a Selic esperada para dezembro de 2022 está em 11,25%. A taxa esperada para o fim do ano que vem veio subindo todos os meses, sistematicamente, desde o início deste ano.

Olhar as previsões antigas é um excelente exercício de humildade. Tentar antecipar os fatos é uma tarefa ingrata, pois essa entidade chamada realidade é por demais aleatória.

No entanto, observando-se a série de relatórios Focus divulgados pelo BC (Banco Central), é possível notar que o mercado foi corrigindo seus prognósticos sistematicamente ao longo do ano.

Foram raras as semanas em que as expectativas de inflação e de juros para este ano e para 2022 não se alteraram. E em nenhum momento houve retrocesso: ambos os prognósticos caminharam invariavelmente para cima ao longo do tempo. Em retrospecto, isso é óbvio. Os preços do petróleo e das commodities agrícolas e minerais avançaram, o real se depreciou sistematicamente em relação ao dólar e a poderosa expansão monetária internacional só poderia dar energia à inflação.

Tudo explicado pelos livros-texto de economia mais básicos. Então, a questão de um trilhão de reais é: o BC errou ao reduzir a taxa básica ao chamado lower-bound e a lançar mão do forward-guidance, com apoio de relevantes agentes econômicos, inclusive? Ou o BC está errando agora ao se manter atrás da curva e não entregar o precificado desde a última reunião?

Há uma premissa importante e forte na economia que atribui aos bancos centrais uma característica expectacional. Por terem acesso às informações das instituições financeiras, aos dados da atividade econômica e por desenvolverem modelos em média mais sofisticados de análise, os bancos centrais são considerados diligentes e com certa assimetria favorável de informação. Teoricamente sabem tudo e, portanto, podem tomar as melhores decisões. Quase uma onisciência.

Contudo, ao contrário do que acontece com a característica divina, a onisciência dos banqueiros centrais pode ser relativa em determinados horizontes. Ela só vale se a economia está arrumada e com as expectativas devidamente ancoradas. Ou seja, se há um razoável equilíbrio das contas públicas e uma razoável previsibilidade.

Sem esse ambiente, o banqueiro central não é capaz de fazer milagres. Ao contrário, tem de ser um gestor firme da política monetária e um comunicador excelente, para preservar o valor da moeda e ancorar as expectativas.

Comparando o trabalho do Copom (Comitê de Política Monetária) com o de seu equivalente americano, o Fomc (Federal Open Market Committee), sabe-se que a tarefa no Brasil é muito mais difícil.

Por aqui há não apenas uma memória inflacionária como também toda uma estrutura de indexação. Se você não acredita, pergunte a qualquer brasileira ou brasileiro que teve de renegociar recentemente um contrato de locação de imóveis corrigido pelo IGP-M.

Ao tentar desfrutar de um luxo permitido apenas a banqueiros centrais de países ricos, que é a leniência com a inflação, o Copom não só abriu a jaula que prendia o dragão como também desancorou as expectativas do mercado.

Agora, será necessário que os juros permaneçam altos durante bastante tempo de maneira a fazer tanto os preços quanto as expectativas convergirem para o centro da meta.

A “sorte” do BC – e o azar de todos os brasileiros e brasileiras – é que a atividade econômica está fraca. Assim, uma vez metabolizadas as altas de commodities e petróleo e a apreciação do dólar, é bastante provável que a alta de preços desacelere. Mesmo assim, o remédio para isso será amargo e, pior, pode ter sido desnecessário.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros de Ibovespa estão iniciando a sessão em alta, estimulados pela valorização dos mercados internacionais, que seguem otimistas devido aos prognósticos menos graves da variante Ômicron do coronavírus.

As notícias são positivas para a bolsa.

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Leia também: A Ômicron e a China.

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A maratona do BC https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-maratona-do-bc https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-maratona-do-bc#respond Thu, 28 Oct 2021 14:47:28 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=32568 Uma boa comparação com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) foi com uma corrida de longa distância entre o BC (Banco Central) e a inflação. Durante quase todo o ano de 2021, a manutenção de uma política monetária frouxa fez com que a inflação ganhasse vantagem sobre o BC e se distanciasse cada… Read More »A maratona do BC

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Uma boa comparação com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) foi com uma corrida de longa distância entre o BC (Banco Central) e a inflação.

Durante quase todo o ano de 2021, a manutenção de uma política monetária frouxa fez com que a inflação ganhasse vantagem sobre o BC e se distanciasse cada vez mais. Agora, com a elevação da taxa referencial Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano, e com a “promessa” de que haverá outro aumento da mesma magnitude na reunião de dezembro, o BC parece ter acelerado e ganho distância suficiente para empatar com a inflação.

Na prática, o BC vai aumentar os juros em três pontos percentuais, elevando a Selic de 6,25% para 9,25% ao ano. O único detalhe é que esse aumento se dará em duas etapas, com um intervalo de sete semanas entre eles.

E o Comunicado foi bastante claro em indicar um cenário adverso à frente. Uma comparação com o texto da reunião anterior, publicado no dia 22 de setembro, mostra várias alterações importantes em como o Copom vê a economia:

– o cenário externo para as economias emergentes tornou-se “mais desafiador”, ante um ambiente “favorável, mas que pode tornar-se desafiador”.

– a economia brasileira está mostrando uma “evolução ligeiramente abaixo da esperada” em vez de uma “evolução positiva com recuperação robusta no segundo semestre”.

– a projeção de inflação do Copom em 2021 subiu para 9,5% ante 8,5%, e o esperado em 2022 avançou para 4,1%, ante 3,7%.

– a projeção para os preços administrados, que incluem as tarifas públicas e que vêm sendo um espinho no pé do maratonista, subiu para 17,1% ante 13,1% em 2021 e para 5,2% ante 4,8% em 2022. O Copom manteve inalterada a hipótese de bandeira tarifária “escassez hídrica” até dezembro desde ano e de “vermelha patamar 2” até dezembro de 2023.

– a projeção de juros do Copom em 2022 subiu para 9,75%, ante 8,50%.

Para além dos números, o Copom foi muito claro ao admitir a gravidade da situação. “O Comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação”, diz o texto.

Isso “aumenta a assimetria altista no balanço de riscos” e “implica maior probabilidade de trajetórias para a inflação acima do projetado”.

E também não deixou dúvidas quanto ao tratamento prescrito, afirmando que “neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista” mesmo sabendo que “essa decisão implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

A primeira tarefa de um banqueiro central é organizar as expectativas dos agentes econômicos para poder conduzir a política monetária de maneira eficiente.

Por isso, a interpretação desse comunicado mostra que o BC abandonou a suavidade no tratamento da inflação. Isso ficou claro quando o Comunicado reconhece a alta de preços, tanto no geral quanto nos administrados.

Na avaliação dos analistas da Levante Ideias de Investimentos há algumas críticas. Uma delas é que o Comunicado trata apenas de uma ancoragem “genérica”, sem especificar qual o período. E outra é que, nos últimos Comunicados, todas as decisões têm sido anunciadas como unânimes. Quem já observou dois economistas conversando sabe que unanimidade é fator escasso.

A velha piada é que quando três economistas conversam sobre um problema, eles sugerem quatro soluções para ele. E dificilmente a decisão de descumprir o que foi prometido no Comunicado e na Ata da reunião anterior, de elevar os juros em um ponto percentual, teria sido uma decisão unânime.

Qual a consequência de tudo isso?

O problema que já tratamos aqui e que continuaremos tratando. Enquanto não houver uma âncora fiscal firme para ancorar os preços, será necessário recorrer à âncora monetária, mantendo os juros elevados.

Assim, deverá haver uma revisão drástica para baixo nas expectativas de crescimento da economia brasileira em 2022.

Isso deve levar a revisões táticas na implantação de sua estratégia de investimentos. Porque, na maratona da economia, o BC pode até ter emparelhado com a inflação, mas ainda há muita pista pela frente.

Indicadores 

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) subiu 0,64% em outubro, após queda de 0,64% em setembro. Com este resultado, o índice acumula alta de 16,74% no ano e de 21,73% em 12 meses.

Em outubro de 2020, o índice havia subido 3,23% e acumulava alta de 20,93% em 12 meses. A queda menos intensa do minério de ferro, cujos preços recuaram 8,47% ante a queda de 21,74% em setembro, e a alta de 6,61% no preço do diesel pressionaram a inflação.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) subiu 0,53% em outubro, após queda de 1,21% em setembro. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 1,05% em outubro, ante 1,19% em setembro. E o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu 0,80% em outubro, ante 0,56% em setembro.

E Eu Com Isso?

O endurecimento da política monetária e o esperado desaquecimento suplementar da economia provocaram um impacto negativo no mercado, com os contratos futuros do Ibovespa iniciando o dia em baixa, apesar da alta em Wall Street.

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Leia também: Copom aumenta Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano.

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Copom aumenta Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano https://levanteideias.com.br/artigos/copom-aumenta-selic-em-15-ponto-percentual-para-775-ao-ano https://levanteideias.com.br/artigos/copom-aumenta-selic-em-15-ponto-percentual-para-775-ao-ano#respond Wed, 27 Oct 2021 21:27:18 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=32497 A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) definiu, nesta quarta-feira (27), o aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, elevando a taxa para 7,75% ao ano. Essa foi a sexta alta consecutiva da taxa. O mercado aguardava uma alta entre 1,25 ponto percentual e 1,5 p.p., apesar de um aumento mais significativo ter ganhado… Read More »Copom aumenta Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano

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A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) definiu, nesta quarta-feira (27), o aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, elevando a taxa para 7,75% ao ano. Essa foi a sexta alta consecutiva da taxa.

O mercado aguardava uma alta entre 1,25 ponto percentual e 1,5 p.p., apesar de um aumento mais significativo ter ganhado força depois da divulgação do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) na terça-feira (26). Na última reunião, em 22 de setembro, o Copom havia elevado a Selic ao patamar de 6,25% ao ano.

No comunicado e na Ata do último encontro, o Comitê já havia sinalizado mais um aumento de 100 pontos-base para esta reunião. Entretanto, com a piora dos índices de preços e as incertezas nos cenários político e econômico, o mercado passou a esperar uma elevação ainda maior.

A edição mais recente do Boletim Focus, divulgada na última segunda-feira (25), aponta que a expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros encerre 2021 em 8,75% ao ano. Ademais, a expectativa para o fim de 2022 é de 9,5% ao ano. Para os anos de 2023 e 2024, as previsões são de 7% e 6,5% ao ano, respectivamente.

“Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual, para 7,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirmou o Comitê.

“O Copom considera que, diante da deterioração no balanço de riscos e do aumento de suas projeções, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista”, disse o comunicado do Banco Central.

Por fim, o Copom anuncia que “antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”.

A próxima, e última, reunião do Copom em 2021 está marcada para os dias 7 e 8 de dezembro.

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Mercado mantém foco nas incertezas | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-mantem-foco-nas-incertezas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-mantem-foco-nas-incertezas#respond Fri, 24 Sep 2021 11:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=31231 A política de juros tem sido um desafio global em meio às dificuldades que muitas economias ainda enfrentam para consolidar o processo de retomada, após o tombo provocado pela pandemia, além de outros fatores. Esta semana foi marcada por várias decisões dos bancos centrais, inclusive no Brasil. Por aqui, a sinalização de manutenção do ritmo… Read More »Mercado mantém foco nas incertezas | Denise Campos de Toledo

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A política de juros tem sido um desafio global em meio às dificuldades que muitas economias ainda enfrentam para consolidar o processo de retomada, após o tombo provocado pela pandemia, além de outros fatores.

Esta semana foi marcada por várias decisões dos bancos centrais, inclusive no Brasil. Por aqui, a sinalização de manutenção do ritmo de um ponto nos ajustes da Selic, agora em 6,25% ao ano, demonstra uma certa cautela do BC. Embora a prioridade seja o controle da inflação, há uma certa preocupação em não pisar muito fundo no acelerador dos juros, provocando mais impacto no ritmo de atividade, que já demonstra perda de fôlego, com a piora mais acentuada das projeções para o PIB de 2022.

O comunicado do Copom deu a entender que não haverá resposta imediata a índices que superem as expectativas, como tem acontecido, mas a uma observação da evolução do cenário, mesmo com as projeções de inflação para o ano que vem superando o centro da meta. Nada impede uma correção da dosagem do ajuste, se houver piora mais acentuada das perspectivas inflacionárias. Mas, por enquanto, o recado do BC é de cautela na elevação da taxa básica. Cautela meio relativa, já que podemos continuar com ajustes de um ponto a cada reunião recorrentemente – lembremos: há poucos meses, a Selic testava a faixa dos 2% ao ano.

Além do Copom, o Federal Reserve também mexeu com as expectativas do mercado. A taxa foi mantida em 0,25%, mas houve indicação de possível início do corte dos estímulos já em novembro, independentemente dos próximos dados do mercado de trabalho. Até houve leituras diferentes quanto a essa possibilidade, pois o recado mais duro veio da entrevista de Jerome Powell, presidente do FED. Mas já se sabe que boa parte dos dirigentes que definem a política está favorável até à elevação dos juros em 2022. O corte da injeção de recursos seria o primeiro passo. Não houve maior reflexo dessa indicação porque o mercado espera um certo gradualismo nos cortes, até porque a economia americana ainda convive com incertezas quanto ao ritmo de expansão, e persiste a avaliação de que a inflação é um problema passageiro. Nessa reação mais favorável do mercado ainda é preciso incluir o alívio depois da antecipação de um desastre com a Evergrande.

Enfim, o que devemos ver é o mercado continuar tentando antecipar os movimentos de política monetária, respondendo, ao mesmo tempo, a vários indicadores, não apenas aos de inflação. No Brasil, todas as pautas relacionadas às contas públicas estão sendo observadas com muita atenção, pelas implicações que possam ter até para a credibilidade do País. Há uma negociação em andamento para viabilizar a redução do compromisso do governo com o pagamento dos precatórios no ano que vem. Busca-se uma alternativa que não caracterize desrespeito ao teto de gastos, mas abrindo espaço para a ampliação do Bolsa Família, garantida, neste final de ano, pela taxação maior do IOF. No que se refere à Receita, para o ano que vem, o governo ainda conta com a aprovação da Reforma do Imposto de Renda, onde a taxação dos Lucros e Dividendos poderá, a princípio, compensar o compromisso maior, do lado das despesas, com o programa social. Apesar de alguns cálculos apontarem para o risco de perda de arrecadação com todas as mudanças implementadas na proposta original da Reforma, que foi encaminhada pelo Ministério da Economia.

Nas negociações com o Congresso ainda está um possível apoio de Guedes à PEC 110, em tramitação no Senado. Todas essas pautas ainda trazem incertezas quanto à questão fiscal e o real compromisso com o ajuste das contas, apesar de a evolução neste ano estar mais bem prevista. Com várias frentes de reforço da Receita, o Ministério da Economia já conseguiu até reduzir as projeções para o rombo das contas em 2021.

Em meio a tudo isso, ainda estão no foco do mercado a crise energética, o avanço de outras pautas, como a Reforma Administrativa e as privatizações e concessões, além do cenário político, que embute o risco de maior polarização quanto mais perto estivermos das eleições. E as estratégias em busca de maior base de apoio e mais popularidade podem interferir muito na gestão das finanças e em outras frentes de atuação.

Potencialmente, o mercado até pode ter uma evolução mais favorável. Pelo diferencial de juros, o País deveria ter um fluxo bem maior de recursos, acomodando o dólar em patamar mais baixo, o que ajudaria bastante no controle da inflação. Por outro lado, a Bolsa oferece excelentes oportunidades, principalmente com a flexibilização das atividades, diante de números melhores da pandemia. Mas os ruídos políticos e as indefinições da pauta econômica, especialmente na questão fiscal, ainda são motivo de cautela e um forte fator de instabilidade.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Expectativas incertas quanto aos ajustes da Selic.

 

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Campos Neto arruma as expectativas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/campos-neto-arruma-as-expectativas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/campos-neto-arruma-as-expectativas#respond Wed, 15 Sep 2021 14:26:59 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=30947 Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), fez o que banqueiros centrais não costumam fazer: ele falou claramente o que vai fazer. Em um evento em São Paulo, na terça-feira (14), Campos Neto declarou que o BC vai elevar os juros. “Vamos elevar a Selic aonde precisar”, disse ele. Mais do que isso, ele… Read More »Campos Neto arruma as expectativas

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Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), fez o que banqueiros centrais não costumam fazer: ele falou claramente o que vai fazer.

Em um evento em São Paulo, na terça-feira (14), Campos Neto declarou que o BC vai elevar os juros. “Vamos elevar a Selic aonde precisar”, disse ele.

Mais do que isso, ele explicou como o Banco Central vai fazer isso. “Não vamos reagir sempre a dados de alta frequência.”

Traduzindo, o BC não vai acompanhar informações que são divulgadas várias vezes, como os indicadores de atividade e as oscilações da taxa de câmbio.

Essas frases dão margem a várias interpretações possíveis. Uma delas é que o Copom (Comitê de Política Monetária) será mais cauteloso na sua próxima reunião, marcada para os dias 21 e 22 de setembro.

Após quatro aumentos consecutivos, a taxa referencial Selic está em 5,25% ao ano.

Os juros começaram a subir na reunião do Copom do dia 17 de março, quando a Selic foi elevada de 2% para 2,75%. Foram três aumentos sucessivos de 0,75 ponto percentual, até a reunião do início de agosto, que elevou a taxa em um ponto percentual.

As declarações de Campos Neto alteraram para baixo as projeções para a reunião da próxima semana. Os prognósticos eram de um aumento ainda mais agressivo do que os anteriores, com a possibilidade de a Selic ser elevada em até 1,25 ponto percentual e retornar aos 6,5% ao ano em que permaneceu durante boa parte de 2018 e de 2019.

No entanto, o presidente do BC reforçou a tese de um Copom mais “gradualista”, com uma alta de um ponto percentual.

Gradualista ou não, a probabilidade é que os juros continuem subindo nas duas reuniões seguintes agendadas para este ano, em outubro e em dezembro.

Segundo a edição mais recente do Relatório Focus, as expectativas para a Selic no fim do ano são de 8%. Isso indica a necessidade de o BC elevar os juros em 2,75 pontos percentuais nas três próximas reuniões.

Há bons motivos para Campos Neto ter abandonado a habitual discrição dos banqueiros centrais. Uma de suas tarefas mais importantes é ser um gestor de expectativas. Sem um balizamento claro por parte do BC, as expectativas para os juros poderiam seguir crescendo.

Por exemplo, se a expectativa para a reunião da próxima semana fosse uma alta de 1,25 ponto percentual, seria fácil que especulações elevassem o prognóstico para 1,50 ponto percentual. Ao estabelecer um parâmetro, Campos Neto cortou o combustível das expectativas de alta sem limite para a Selic.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa iniciam o dia em leve queda, ao passo que no mercado americano há um discreto movimento de valorização.

A expectativa é de mais um dia de volatilidade elevada.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Atenção à inflação americana.

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Energia e inflação https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/energia-e-inflacao https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/energia-e-inflacao#respond Wed, 11 Aug 2021 14:26:57 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=29684 Na terça-feira (10), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou uma inflação de 0,96% em julho e de 8,99% em 12 meses. No acumulado de 2021, a alta de preços é de 4,76%, tudo medido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Além da alta do índice em si, um número é… Read More »Energia e inflação

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Na terça-feira (10), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou uma inflação de 0,96% em julho e de 8,99% em 12 meses.

No acumulado de 2021, a alta de preços é de 4,76%, tudo medido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Além da alta do índice em si, um número é especialmente preocupante.

Segundo o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em julho.

A maior variação (3,10%) e o maior impacto (0,48 ponto percentual) vieram do grupo Habitação com a alta de 7,88% na energia elétrica.

Vamos analisar os dados do IBGE um pouco mais a fundo.

Na ponta do lápis, o índice “cheio” indica uma inflação de praticamente 9% em 12 meses.

Isso é quase o dobro dos 5,25% da meta de inflação incluindo a tolerância, e quase o triplo da meta simples, que é de 3,75%.

Em si, uma notícia ruim.

No entanto, considerando-se apenas o subgrupo Habitação, a alta acumulada em 12 meses é de 11,2%. E analisando-se isoladamente o subgrupo Energia, a variação entre agosto de 2020 e julho de 2021 foi de 20,7%.

Não por acaso, a Ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), também divulgada na terça-feira, chama uma atenção especial para os chamados preços monitorados. São aqueles de setores regulados, como o setor de energia, por exemplo.

A situação da eletricidade está particularmente difícil.

Apesar de a economia ainda estar relativamente desaquecida, o consumo vem crescendo, mas as chuvas estão atrasadas e vieram em quantidade menor do que o esperado.

Assim, os reservatórios estão com pouca capacidade e a geração de energia hidrelétrica diminui.

Para compensar a falta, é preciso recorrer à energia térmica, mais cara.

Isso eleva consistentemente e estruturalmente os gastos da economia como um todo, e pressiona os preços.

Não podemos nos esquecer que eletricidade cara não é apenas um problema na conta de luz das famílias.

Há setores inteiros de atividade que têm sua estrutura de custos pressionada.

Isso para não falar de combustíveis e do gás de cozinha.

Os preços estão tão elevados que algumas famílias de baixa renda retrocederam no tempo e voltaram a usar lenha para cozinhar o arroz com feijão do dia a dia.

Por tudo isso, avizinha-se um tempo em que o Banco Central terá de manter os juros elevados para conter a inflação, apesar de a alta de preços não ter um componente de demanda, mas ser provocada por uma elevação de custos específicos da economia.

E Eu Com Isso?

Apesar de um início negativo, os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 indicam uma trajetória de alta. A divulgação de uma inflação no varejo de 0,5 por cento em julho nos Estados Unidos e de 0,3 por cento no núcleo de inflação, que não considera os preços dos alimentos e da energia, injetou ânimo no mercado.

As notícias são positivas para a Bolsa.

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Leia também: Inflação na mira do Copom.

 

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Inflação na mira do Copom https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-na-mira-do-copom https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-na-mira-do-copom#respond Tue, 10 Aug 2021 15:21:04 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=29636 A divulgação da Ata da reunião de número 240 do Copom (Comitê de Política Monetária) mostrou uma atitude muito mais “hawkish” do Comitê. Explicação rápida: na avaliação dos investidores, os bancos centrais podem ter duas abordagens em relação à inflação. Podem ser “pombos”, em inglês “doves”. Ou seja, mais tolerantes com a alta de preços… Read More »Inflação na mira do Copom

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A divulgação da Ata da reunião de número 240 do Copom (Comitê de Política Monetária) mostrou uma atitude muito mais “hawkish” do Comitê.

Explicação rápida: na avaliação dos investidores, os bancos centrais podem ter duas abordagens em relação à inflação.

Podem ser “pombos”, em inglês “doves”. Ou seja, mais tolerantes com a alta de preços e menos propensos a adotar medidas amargas, como elevar juros e contrair o crédito para conter a inflação.

Ou podem ser “falcões” (em inglês “hawks”). Nesse caso, menos dispostos a deixar os preços subirem e, portanto, mais duros com a política monetária.

Esses dois termos, “dovish” e “hawkish” dominam a avaliação da atitude dos BCs ao redor do mundo.

E, portanto, a Ata divulgada na manhã desta terça-feira pode ser considerada bastante “hawkish”.

Começando pela própria percepção de inflação e de juros, no sexto parágrafo da Ata.

Vale a pena citar praticamente na íntegra: “No cenário básico (…) as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 6,5% para 2021, 3,5% para 2022 e 3,2% para 2023. (…) Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 10,0% para 2021 e 4,6% para 2022 e 2023.”

A consequência é clara e óbvia: “Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 7,00% ao ano neste ano, mantém-se nesse valor durante 2022 e reduz-se para 6,50% ao ano em 2023.”

Ou seja, o Copom está praticamente reconhecendo que não vai conseguir cumprir a meta de inflação neste ano, e que vai mandar os juros para o alto até o fim de 2023.

Apesar de 6,5% ao ano não ser um patamar elevado para os juros brasileiros em termos históricos, essa política monetária dura vai na contramão do que está sendo praticado pelos demais bancos centrais.

A constatação vem no parágrafo anterior, o de número cinco.

“A inflação ao consumidor continua se revelando persistente. (…) Destacam-se a surpresa com o componente subjacente da inflação de serviços e a continuidade da pressão sobre bens industriais, causando elevação dos núcleos. Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas.”

E vai mais além, no parágrafo 11.

“Para o Comitê, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.”

Até aí, relativamente poucas mudanças em relação ao Comunicado, divulgado na quarta-feira (04).

Porém, o Copom foi mais além e mandou um recado.

No parágrafo 18, em que comunicou o aumento de um ponto percentual na Selic e praticamente contratou outro aumento do mesmo tamanho na reunião de setembro, o Copom foi claro ao indicar que vai tomar conta das expectativas.

“A percepção do Comitê [é] de que a piora recente em componentes inerciais dos índices de preços, em meio à reabertura do setor de serviços, poderia provocar uma deterioração adicional das expectativas de inflação.”

Tradução: as expectativas podem piorar.

E continua: “O Copom considera que, neste momento, a estratégia de ser mais tempestivo no ajuste da política monetária é a mais apropriada para garantir a ancoragem das expectativas de inflação.”

Ou seja, o Comitê disse, na linguagem neutra dos banqueiros centrais, que vai manter a linha dura na política monetária.

E encerrou a conversa garantindo uma postura “falcão”, ao dizer “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

Ou seja, a palavra “estimulativa” parece estar banida por um bom tempo dos comunicados escritos pelo BC.

Indicadores

A inflação “oficial” medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 0,96% em julho ante os 0,53% de junho.

Com isso, o indicador acumula alta de 4,76% no ano e de 8,99% nos últimos 12 meses, acima do acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (8,35%).

Em julho de 2020, a taxa mensal foi de 0,36%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em julho.

A maior variação (3,10%) e o maior impacto (0,48 ponto percentual) vieram do grupo Habitação com a alta de 7,88% na energia elétrica.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros de Ibovespa começam a terça-feira com uma leve valorização, seguindo o discreto movimento de alta dos contratos futuros do índice americano S&P 500.

O prognóstico é positivo, ainda que não se descarte um componente de volatilidade causado pela incerteza política e pela indefinição da situação fiscal.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: De olho nas inflações.

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De olho nas inflações https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/de-olho-nas-inflacoes https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/de-olho-nas-inflacoes#respond Mon, 09 Aug 2021 14:53:06 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=29573 A semana começa com uma forte expectativa com relação duas informações. Na terça-feira (10), será divulgada a Ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) encerrada no dia 4 de agosto. Apesar de a elevação da taxa Selic em um ponto percentual confirmar as expectativas, o Banco Central indicou que deve haver mais uma… Read More »De olho nas inflações

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A semana começa com uma forte expectativa com relação duas informações. Na terça-feira (10), será divulgada a Ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) encerrada no dia 4 de agosto. Apesar de a elevação da taxa Selic em um ponto percentual confirmar as expectativas, o Banco Central indicou que deve haver mais uma alta desse porte na próxima reunião, marcada para os dias 20 e 21 de setembro. A expectativa é que a Ata traga a justificativa para esse movimento, uma vez que o remédio para a inflação parece ser outro.

Na prática, a inflação brasileira está subindo devido a um aumento dos custos dos alimentos e da energia, em especial dos combustíveis.

Comida e energia são dois dos itens mais importantes de qualquer índice de preços ao consumidor, caso do IPCA, que baliza as metas de inflação.

A alta da inflação é muito mais de custos, pois a demanda não está excessivamente aquecida.

Longe disso.

Por isso, há uma razoável dose de curiosidade para entender as razões pelas quais o Copom elevou tão abruptamente os juros e porque ele já prometeu repetir a dose.

Outra informação que será divulgada na quarta-feira (11) é a inflação ao consumidor nos Estados Unidos referente a julho.

A expectativa é de uma desaceleração para 0,5% de alta no mês, abaixo do 0,9% de alta registrada em junho. A expectativa é que o núcleo da inflação, que exclui os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, que também subiu 0,9% em junho, indique uma alta de preços de 0,4%.

Mesmo assim, a inflação permanece em patamares elevados.

Nos 12 meses até junho, a alta de preços foi de 5,4%, nível mais alto desde agosto de 2008.

O ritmo de alta permanece acelerado.

Nos quatro meses entre março e junho, o índice divulgado ficou acima das expectativas dos investidores.

No entanto, o aumento recente da inflação tem sido explicado pela alta nos preços dos itens ligados à reabertura mais ampla da economia.

Isso vai ao encontro da visão da maioria dos diretores do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de que essa alta é temporária e que, portanto, não é necessário retirar as medidas de estímulo econômico.

O argumento é o seguinte: a reabertura da economia gerou um enorme aumento na demanda, especialmente por serviços.

Essa demanda não conseguiu ser atendida pelas empresas, porque há uma escassez generalizada de suprimentos e de mão de obra.

O descompasso entre oferta e demanda forçou as empresas a aumentar preços ou salários e contribuiu para um amplo aumento da inflação.

Porém, assim que mais pessoas voltarem ao trabalho e o abastecimento de insumos se normalizar, a inflação vai diminuir.

O Fed prevê que a inflação retornará à média anterior à crise, que era de 2% ao ano.

Indicadores

O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) subiu 1,45% em julho, percentual superior ao 0,11% de junho devido à alta das commodities.

Com este resultado, o índice acumula alta de 15,91% no ano e de 33,35% em 12 meses. Em julho de 2020, o índice havia subido 2,34% e acumulava elevação de 10,37% em 12 meses.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) subiu 1,65% em julho, após queda de 0,26% em junho. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 0,92% em julho, contra 0,64% em junho. E o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) variou 0,85% em julho, ante 2,16% no mês anterior.

As informações são da FGV (Fundação Getulio Vargas).

E Eu Com Isso?

A queda pontual dos preços internacionais das commodities e a complexa situação política contribuem para uma abertura em baixa no primeiro pregão da semana, tanto dos contratos futuros do Ibovespa quanto nos do índice americano S&P 500.

No entanto, não se descarta uma sessão bastante volátil.

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Leia também: Força renovada do Bitcoin.

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