A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) definiu, nesta quarta-feira (27), o aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, elevando a taxa para 7,75% ao ano. Essa foi a sexta alta consecutiva da taxa.
O mercado aguardava uma alta entre 1,25 ponto percentual e 1,5 p.p., apesar de um aumento mais significativo ter ganhado força depois da divulgação do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) na terça-feira (26). Na última reunião, em 22 de setembro, o Copom havia elevado a Selic ao patamar de 6,25% ao ano.
No comunicado e na Ata do último encontro, o Comitê já havia sinalizado mais um aumento de 100 pontos-base para esta reunião. Entretanto, com a piora dos índices de preços e as incertezas nos cenários político e econômico, o mercado passou a esperar uma elevação ainda maior.
A edição mais recente do Boletim Focus, divulgada na última segunda-feira (25), aponta que a expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros encerre 2021 em 8,75% ao ano. Ademais, a expectativa para o fim de 2022 é de 9,5% ao ano. Para os anos de 2023 e 2024, as previsões são de 7% e 6,5% ao ano, respectivamente.
“Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual, para 7,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirmou o Comitê.
“O Copom considera que, diante da deterioração no balanço de riscos e do aumento de suas projeções, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista”, disse o comunicado do Banco Central.
Por fim, o Copom anuncia que “antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”.
A próxima, e última, reunião do Copom em 2021 está marcada para os dias 7 e 8 de dezembro.