A semana começa com uma forte expectativa com relação duas informações. Na terça-feira (10), será divulgada a Ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) encerrada no dia 4 de agosto. Apesar de a elevação da taxa Selic em um ponto percentual confirmar as expectativas, o Banco Central indicou que deve haver mais uma alta desse porte na próxima reunião, marcada para os dias 20 e 21 de setembro. A expectativa é que a Ata traga a justificativa para esse movimento, uma vez que o remédio para a inflação parece ser outro.
Na prática, a inflação brasileira está subindo devido a um aumento dos custos dos alimentos e da energia, em especial dos combustíveis.
Comida e energia são dois dos itens mais importantes de qualquer índice de preços ao consumidor, caso do IPCA, que baliza as metas de inflação.
A alta da inflação é muito mais de custos, pois a demanda não está excessivamente aquecida.
Longe disso.
Por isso, há uma razoável dose de curiosidade para entender as razões pelas quais o Copom elevou tão abruptamente os juros e porque ele já prometeu repetir a dose.
Outra informação que será divulgada na quarta-feira (11) é a inflação ao consumidor nos Estados Unidos referente a julho.
A expectativa é de uma desaceleração para 0,5% de alta no mês, abaixo do 0,9% de alta registrada em junho. A expectativa é que o núcleo da inflação, que exclui os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, que também subiu 0,9% em junho, indique uma alta de preços de 0,4%.
Mesmo assim, a inflação permanece em patamares elevados.
Nos 12 meses até junho, a alta de preços foi de 5,4%, nível mais alto desde agosto de 2008.
O ritmo de alta permanece acelerado.
Nos quatro meses entre março e junho, o índice divulgado ficou acima das expectativas dos investidores.
No entanto, o aumento recente da inflação tem sido explicado pela alta nos preços dos itens ligados à reabertura mais ampla da economia.
Isso vai ao encontro da visão da maioria dos diretores do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de que essa alta é temporária e que, portanto, não é necessário retirar as medidas de estímulo econômico.
O argumento é o seguinte: a reabertura da economia gerou um enorme aumento na demanda, especialmente por serviços.
Essa demanda não conseguiu ser atendida pelas empresas, porque há uma escassez generalizada de suprimentos e de mão de obra.
O descompasso entre oferta e demanda forçou as empresas a aumentar preços ou salários e contribuiu para um amplo aumento da inflação.
Porém, assim que mais pessoas voltarem ao trabalho e o abastecimento de insumos se normalizar, a inflação vai diminuir.
O Fed prevê que a inflação retornará à média anterior à crise, que era de 2% ao ano.
Indicadores
O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) subiu 1,45% em julho, percentual superior ao 0,11% de junho devido à alta das commodities.
Com este resultado, o índice acumula alta de 15,91% no ano e de 33,35% em 12 meses. Em julho de 2020, o índice havia subido 2,34% e acumulava elevação de 10,37% em 12 meses.
O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) subiu 1,65% em julho, após queda de 0,26% em junho. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 0,92% em julho, contra 0,64% em junho. E o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) variou 0,85% em julho, ante 2,16% no mês anterior.
As informações são da FGV (Fundação Getulio Vargas).
E Eu Com Isso?
A queda pontual dos preços internacionais das commodities e a complexa situação política contribuem para uma abertura em baixa no primeiro pregão da semana, tanto dos contratos futuros do Ibovespa quanto nos do índice americano S&P 500.
No entanto, não se descarta uma sessão bastante volátil.
As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—