A Casas Bahia, marca de varejo da Via Varejo (VVAR3), e a Amazon (AMZN/AMZO34) foram as varejistas que mais aumentaram o tráfego de consumidores em seus websites ao longo de 2020 no Brasil. Na sequência ficaram Ponto Frio, também da Via Varejo, e Magazine Luiza (MGLU3).
O número de visitas médias mensais, calculado pela variação entre a média de novembro e dezembro pelo primeiro mês do ano, cresceu 153 por cento no caso das Casas Bahia e 127 por cento para a Amazon.
Como se trata de uma análise relativa, é natural que as varejistas com operações no varejo eletrônico mais estabelecidas, como B2W, Magalu e Mercado Livre, apresentem taxas de crescimento um pouco menores.
Contudo, os dados da variação da média de novembro e dezembro com outubro viraram o jogo em favor destas últimas. Em primeiro lugar ficou a Submarino, da B2W (BTOW3), com 38 por cento de crescimento, seguido por Magalu (32 por cento) e Casas Bahia (29 por cento). Este número pode ser interpretado como uma espécie de “taxa de sucesso” das ações de marketing (produto, preço, promoção, praça) realizadas nos meses anteriores às datas mais importantes para o varejo no ano – Black Friday e Natal.
E Eu Com Isso?
Nós enxergamos a notícia como positiva para os acionistas da Via Varejo (VVAR3) e Amazon (AMZN). Para a brasileira, contudo, já foram divulgados dados mais concretos sobre o desempenho das vendas nestas datas. Logo, não acreditamos em um impacto relevante nos preços das ações (VVAR3) com esta notícia no curto prazo.
Sobre a Amazon, é válido destacar que a operação no Brasil representa apenas “uma gota no oceano” para a gigante do varejo global. Dessa forma, esperamos que o desempenho das ações AMZN na Bolsa de Nova Iorque também não tenha impacto associado a esta notícia na sessão desta quarta-feira (13).
Nos 9 primeiros meses de 2020, as operações fora da América do Norte representaram 26 por cento da receita líquida da companhia. A margem operacional (Ebit) ainda é negativa nesta divisão.
Em um escopo mais amplo, vemos uma evolução nas formas de analisar e acompanhar as companhias varejistas e seus dados, com a operação digital cada vez mais relevante. Além das métricas tradicionais de abertura líquida de lojas, vendas mesmas lojas (SSS), vendas por metro quadrado, aos poucos iremos nos deparar com outras métricas igualmente importantes, mais ligadas ao online, como tráfego de clientes nos sites e aplicativos, taxa de conversão, NPS, etc.