Recentemente, ocorreu o Spin-off das empresas Pão de Açúcar (PCAR3) e Assaí Atacadista (ASAI3).
O processo veio à tona nos noticiários.
Em suma, isso ocorreu por conta da alta de 385,73% das ações do Assaí e da queda de 65,84% das ações do Pão de Açúcar.
Porém, muitos equívocos de análise foram cometidos.
Além disso, todo esse movimento ressalta a importância de se saber, devidamente, o que é um Spin-off e como ele pode impactar as empresas na Bolsa de Valores.
Assim, a fim de esclarecer alguns pontos, nós, da Levante Ideias, trazemos este artigo até você, investidor.
Aqui, iremos falar sobre o Spin-off e suas especificidades. Além, é claro, de comentar o caso envolvendo as empresas citadas.
O que é Spin-off?
Começamos com a definição de “spin-off”, um termo em inglês que caracteriza uma empresa derivada de outra.
Em suma, o termo spin-off é utilizado para descrever o processo de cisão entre empresas e o surgimento de uma nova empresa a partir de um grupo que já existe.
Assim, uma empresa “mãe” pode gerar uma ou mais empresas “filhas” dependendo da quantidade de unidades de negócios diferentes daquela empresa.
Spin-off: Dividir para Conquista
Geralmente, o mercado financeiro tem dificuldade de analisar e precificar empresas listadas em Bolsa.
Ainda mais quando falamos daquelas que têm negócios diferentes em mercados de atuação distintos.
No geral, isso acontece porque nem sempre as companhias divulgam informações detalhadas das suas unidades de negócios.
Ou seja, elas geralmente focam nas informações consolidadas.
Um novo negócio dentro de uma empresa grande acaba não aparecendo nas informações financeiras.
Desse modo, os analistas acabam não projetando separadamente essa empresa.
O Spin-off possibilita que o mercado precifique mais adequadamente aquele ativo.
Assim, existe, em boa parte dos casos, “destravamento” de valor das empresas.
Exemplos de Spin-offs na B3
Aqui, investidor, trazemos alguns exemplos de Spin-offs conhecidos na Bolsa de Valores brasileira, a B3.
A construtora MRV Engenharia (MRVE3) separou o seu negócio de galpões logísticos em uma empresa separada na B3: a Log Commercial Properties (LOGG3).
Outro exemplo, também do setor de construção civil, foi a Gafisa.
A companhia separou o seu negócio focado no setor de baixa renda (Tenda/TEND3) do seu negócio mais voltado ao segmento de média e alta rendas (Gafisa/GFSA3).
Ademais, vale ressaltar um ponto importante.
Em Spin-offs, os acionistas da empresa já listada na Bolsa recebem ações da nova empresa separadamente.
Além disso, os preços das empresas separadas são determinados pelo mercado.
Isso é feito por meio da projeção do valor das empresas conforme o seu tamanho, a estratégia de negócios e o crescimento no futuro.
Spin-off do Grupo Pão de Açúcar
No caso do Grupo Pão de Açúcar (GPA), a divisão foi entre dois negócios distintos: Pão de Açúcar (PCAR3) e Assaí Atacadista (ASAI3).
Em suma, o negócio do Pão de Açúcar conta com mercados e hipermercados.
A empresa possui as seguintes bandeiras: Pão de Açúcar, Hiper, Extra, Compre Bem, Lojas Minuto Pão de Açúcar, operação da Êxito (Colômbia, Uruguai e Argentina), Stix (parceria GPA e Drogaria).
No geral, o principal negócio do AssaÍ atacadista é o chamado cash and carry (ou atacarejo).
Seus principais concorrentes são o Atacadão do Carrefour (CRFB3) e o Sam’s Club do grupo BIG. Esta última companhia, inclusiva, também pretende fazer o seu IPO da B3.
O Assaí também detém 18 por cento do capital da Financeira Itaú CBD.
No resultado do quarto trimestre de 2020, as empresas já divulgaram demonstrações financeiras em separado: Pão de Açúcar e Assaí.
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