Vale a pena entrar no IPO da XP?
Nascida nos anos 1980 nos Estados Unidos como um sistema que divulgava cotações de compra e venda de ações, o pregão eletrônico Nasdaq é a segunda maior “bolsa” americana, perdendo apenas para a Bolsa de Nova York. A Nasdaq é a bolsa das empresas modernas. Em 1986, Microsoft abriu seu capital nela. Atualmente, companhias como Tesla, Paypal e Netflix são negociadas na Nasdaq.
Em dezembro, a quarta companhia brasileira deverá listar suas ações na Nasdaq: a XP Inc., nova denominação da XP Investimentos. Marcado para o início do mês que vem, o IPO da XP vinha sendo disputado pelas duas maiores bolsas americanas. A imagem da Nasdaq como a bolsa “tecnológica” garantiu-lhe o mandato.
Sob qualquer métrica, o IPO da empresa fundada em 2001 por Guilherme Benchimol e Marcelo Maisonnave, será uma operação grande. Em 2017, a XP vendeu 49 por cento de seu capital para o Itaú Unibanco por cerca de 6 bilhões de reais. Naquele momento, a XP estava avaliada em 12,6 bilhões de reais.
A XP deverá lucrar 1 bilhão de reais neste ano, um crescimento de mais de 100 por cento em relação a 2018. Para 2020, alguns analistas projetam um lucro de 2 bilhões de reais para a empresa. Quanto ela poderia valer? Vamos às contas. Na quinta-feira (31), o P/L médio das empresas listadas na Nasdaq era de 44,3x. Se a XP estrear no mercado pela metade disso, será um P/L de 22x, o que pode representar 44 bilhões de reais. Se for negociada com um P/L equivalente 75 por cento da média da Nasdaq, ela vai estrear a 33,2x, valendo pouco mais de 66 bilhões de reais.
Na hipótese mais conservadora, o IPO representará um ganho de 267 por cento para o Itaú. O que o banco comprou por 6 bilhões vai valer 22. Na hipótese mais agressiva, um aumento de 450 por cento.
Vale a pena entrar? A XP quer se espelhar em empresas com modelos de negócio revolucionários, como MercadoLivre, que não apenas gerem resultados positivos, mas que propiciem uma taxa de crescimento acelerada. Com isso, não se descarta a hipótese de que a companhia atinja uma valuation de 100 bilhões de reais algum tempo depois do IPO.
MUNDO – Apesar do dia mais negativo visto ontem, novembro começou no azul lá fora. A atividade chinesa veio surpreendentemente acima do previsto, o que animou os investidores. Ontem, o PMI oficial frustrou, mas o PMI Caixin do setor de manufaturas subiu ao maior nível em 32 meses, registrando 51,7 em outubro, ante 51,4 em setembro. O melhor é que esta escalada se deveu ao aumento dos pedidos de exportação e à alta na confiança dos negócios. Novembro começou com o pé direito. Agora só falta o acordo comercial entre a China e os Estados Unidos, mas nem temos tanta esperança com isso. Com as eleições norte-americanas no próximo ano, o vaivém das negociações deve se arrastar por mais um longo período.
E Eu Com Isso?
Além de ser uma alternativa promissora em si, o IPO da XP poderá destravar um movimento de retorno para as ações brasileiras por parte dos investidores internacionais, que andavam reticentes.
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