O mercado internacional de petróleo inicia a semana com uma forte expectativa. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e a Rússia, entidade conhecida como Opep+, está reunida nesta segunda-feira (04) para definir como ficará a produção da commodity.
A expectativa é que o grupo dos principais produtores decida elevar a produção em 400 mil barris por dia (BPD) de óleo equivalente em novembro deste ano, e mantenham esse ritmo até abril do ano que vem.
Para entender a importância dessa decisão, é preciso retornar a março do ano passado, quando a pandemia começou a afetar a mobilidade e derrubou o consumo e os preços do petróleo.
Naquele momento, os países-membros da Opep+ concordaram em reduzir a produção de petróleo em 9,7 milhões de BPD. O corte na produção impediu que os preços desabassem. Porém, quando a economia global começou a se normalizar, os preços do petróleo subiram muito.
Em abril deste ano, a Opep+ decidiu elevar a produção em 2,1 milhões de barris até julho. Naquele mês, o corte na produção ainda era de 5,8 milhões de BPD em relação aos níveis anteriores à pandemia.
Os países-membros se reuniram e se comprometeram a elevar a produção em 400 mil BPD por mês entre agosto e abril de 2022, dependendo das condições de mercado.
No entanto, o petróleo não é o único combustível fóssil cujos preços influenciam o ritmo da economia mundial. Os preços do gás também dispararam, principalmente devido a reduções de produção por parte da Rússia, que é o principal fornecedor para a Europa.
As irregularidades no fornecimento elevaram as cotações do gás em 300%. Pela métrica de barris de óleo equivalente (BOE), que permite comparar os preços do gás e do petróleo, o gás chegou a ser cotado pelo equivalente a US$ 200 por barril devido à escassez de abastecimento e baixa produção de outros combustíveis.
Isso fez com que o petróleo se aproximasse de US$ 80 por barril, cotação mais elevada em três anos, pressionando os preços da eletricidade – que é gerada pela queima de combustíveis fósseis na Europa e nos Estados Unidos – e pressionasse a inflação.
A alta dos preços lançou uma sombra de incerteza sobre a capacidade de os bancos centrais dos países desenvolvidos manterem suas política de estímulo à economia.
Daí a importância da reunião da Opep+ e da confirmação dos aumentos da produção, que deverão reduzir a pressão de alta nos preços do petróleo e desanuviar o clima nos mercados.
Relatório Focus
A edição mais recente do Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira pelo BC (Banco Central) mostra uma elevação na inflação esperada para 2021, que avançou para 8,51% ante os 8,45% da edição anterior.
Os demais prognósticos permaneceram inalterados: 8,25% para a taxa Selic, R$ 5,20 para a taxa de câmbio em dezembro e 5,04% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
E Eu Com Isso?
A semana se inicia com os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 em queda, devido às expectativas com a reunião da Opep+.
No entanto, o dia deve ser marcado por uma volatilidade elevada dos preços.
As notícias são negativas para a Bolsa em um ambiente de volatilidade.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—