Vem sendo veiculado no mercado a possibilidade de a Petrobras (PETR3/PETR4) trocar uma parte ou a totalidade de sua participação detida na Braskem (BRKM5) pelos ativos físicos localizados no Sudeste, próximo ao parque de refino que não está disponibilizado para a venda.
A possível mudança de estratégia vem em um momento que o setor petroquímico se encontra bastante aquecido, com as grandes companhias se movimentando para consolidar o setor com capitalizações no mercado, parcerias, fusões e aquisições, inclusive de players gigantes mundialmente, como a LyondellBasell, Mubadala, Indorama, entre outros.
Somente no Brasil, as movimentações de consolidação no setor têm o potencial de movimentar cerca de R$ 40 bilhões, entre os desinvestimentos na Braskem por parte da Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras, transação envolvendo a Unipar Carbocloro (UNIP6) e um IPO da Unigel, outra gigante nacional, que pode levantar mais de R$ 2,5 bilhões.
Algumas semanas atrás, a Novonor anunciou que estaria avaliando uma mudança na estrutura da transação, podendo fatiar a venda da Braskem em ativos, diante do interesse maior nesse formato por parte de companhias e investidores internacionais, dado que a compra apenas da participação acionária, com troca de controle, além de ser um desembolso grande, mesmo cotado em dólares (Braskem vale em torno de US$ 9,2 bilhões em valor de mercado), a incorporação de ativos em localidades distintas como no Brasil, México e EUA, de uma vez, poderia gerar problemas de integração e grande complexidade na captura de sinergias.
Embora a venda/transferência de participação acionária ou até uma oferta subsequente de ações no mercado (follow-on) seja mais simples, o fatiamento de ativos pode ironicamente acelerar o processo, dado o interesse maior de compradores sob este formato.
E Eu Com Isso?
Apesar da possível mudança de planos, enxergamos um movimento positivo para a Petrobras (PETR3/PETR4) e, a depender de como o processo seja conduzido, positivo também para os acionistas de Braskem (BRKM5), que além de ganhar um alinhamento maior no processo de venda pela Novonor e compradores externos, os ativos detidos pela Braskem podem ganhar uma avaliação mais favorável no fatiamento.
Havia uma certa preocupação de as duas controladoras da Braskem (Novonor e Petrobras) conduzirem o processo de venda de maneira separada e independente, o que poderia dificultar o formato mais demandado pelos potenciais investidores, que é o fatiamento dos ativos da Braskem.
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