A venda dos ativos de telefonia móvel da Oi (OIBR3/OIBR4), a ser realizada via leilão nesta segunda-feira (14), pode gerar uma concentração no segmento móvel há muito tempo não vista no mercado brasileiro, porém já muito comum em diversos países desenvolvidos como EUA, Japão, Espanha, Canadá, Austrália, entre outros.
Os ativos da Oi hoje possuem cerca de 16 por cento de participação de mercado, e provável que será vendido ao consórcio formado pelas três maiores teles atuantes no Brasil, Vivo (VIVT3/VIVT4), Tim (TIMS3) e Claro, devido à escala financeira e operacional necessária para operar os ativos.
O consórcio já realizou uma proposta firme de 16,5 bilhões de reais pelos ativos que serão distribuídos de maneira a minimizar a concentração de uma operadora em uma mesma região. A outra concorrente é a empresa Highline que também apresentou proposta firme (valor não revelado), porém já superado pela proposta do trio.
E Eu Com Isso?
Os desdobramentos da venda de ativos da Oi é positivo para a empresa que se encontra em recuperação judicial devido a uma dívida multibilionária de 64 bilhões de reais, já boa parte renegociada com credores.
A continuidade e o sucesso da recuperação judicial têm uma dependência grande desta venda de ativos móveis, apesar dos leilões de demais ativos como infraestrutura de linhas, torres e o mais recente, divulgado nesta segunda-feira pela manhã, seu data center no valor de 325 milhões de reais.
A notícia também é positiva para as três gigantes da telecomunicação, sobretudo para a Tim (TIMS3), que possui a menor participação de mercado dentre as três, e receberá a maior fatia dos ativos, de modo a equilibrar a participação de mercado e obter maior facilidade na aprovação pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Esperamos um impacto levemente positivo nas ações de Oi (OIBR3/OIBR4), Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3/VIVT4) no curto prazo, apesar do mercado já estar ciente e ter realizado um movimento de alta recente mirando o sucesso do leilão.