A Novonor, a Odebrecht rebatizada, anunciou que irá prorrogar o prazo de recebimento de propostas não-vinculantes (em geral propostas iniciais de interesse) para a sua fatia de 38,3% no capital social da Petroquímica Braskem (BRKM5).
Segundo a companhia, que recebe assessoria do banco Morgan Stanley, o processo está bastante competitivo e, embora o desinvestimento faça parte dos principais requisitos de sua recuperação judicial, não há urgência em fechar o negócio.
A disputa já conta com grandes fundos de investimentos como Advent, Blackstone e Mubadala, assim como companhias atuantes no setor como Sinopec e LyondellBasell.
A venda está sendo coordenada em um momento de margens recordes para o setor petroquímico e balanço bastante favorável para a Braskem.
Além do mais, a prorrogação da Reiq (Regime Especial da Indústria Química), que reduz as alíquotas dos tributos federais sobre produtos químicos de primeira e segunda geração, vem ajudando na competitividade.
E Eu Com Isso?
A extensão dos prazos vem acompanhada de uma disputa acirrada, com o valor de mercado da Braskem perto de suas máximas históricas, o que enxergamos como positivo para a petroquímica e esperamos uma reação levemente positiva nas ações da companhia (BRKM5) no curto prazo.
O maior prazo tem como intenção tocar o processo com mais cautela e bem-feita, com recebimento do máximo de propostas possíveis, o que aumenta as chances de um lance vinculante favorável para a Novonor e, consequentemente, para os acionistas da Braskem.
A Petrobras se beneficia também com o processo mais bem conduzido, pois a Novonor possui 50,1% do capital votante e, em caso de sucesso da venda, a Petrobras tem o direito de alienar sua participação na Braskem (cerca de 36,1% do capital total ou 47% do capital votante) pelas mesmas condições da Novonor, o chamado Tag Along de 100%, dado que haveria uma troca de controle.
A Braskem faz parte da lista de desinvestimentos da Petrobras, mas a estatal também já afirmou não ter pressa para vender os ativos.
Atualmente a estatal está em processo de alienação do restante da participação na BR Distribuidora (BRDT3), de 37,5%, por meio de follow-on (oferta de ações subsequente, coordenada por instituições financeiras).
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