Na noite desta terça-feira (17), após o fechamento de mercado, a Notredame Intermédica divulgou os resultados do 4T20 e do consolidado do ano de 2020.
Os resultados deste último trimestre apresentaram queda nas margens, sobretudo pela maior taxa de utilização do plano, com aumento no número de consultas e internações, relacionados à segunda onda da pandemia no país. No consolidado do ano, porém, a companhia alcançou forte crescimento com rentabilidades recordes.
Os principais destaques positivos foram:
i) Expansão da receita líquida no 4T20 de 22,1 por cento em relação ao 4T19, alcançando 2,8 bilhões de reais. No ano, a receita líquida apresentou crescimento maior de 26,9 por cento, no montante de 10,67 bilhões de reais.
A expansão se deu pelo aumento do número médio de beneficiários no período via aquisições de concorrentes e expansão orgânica (21,8 por cento de aumento em 2020), alcançando 6,157 milhões de beneficiários, combinados com o crescimento do ticket médio dos planos de 3,8 por cento na comparação anual, no consolidado de 2020.
ii) Queda na sinistralidade caixa (equivalente ao Custo do Serviço Prestado) no consolidado do ano de 2020 de 70,3 por cento para 68,3 por cento, impulsionando as margens Ebitda e Líquida da companhia.
No ano o Ebitda (métrica para a geração de caixa operacional) ficou em 1,82 bilhão de reais, com margem de 17,1 por cento (crescimento absoluto de 42,8 por cento e melhora de 1,9 pontos percentuais na margem) e lucro líquido ajustado por efeitos não-caixa de 1,01 bilhão de reais (crescimento absoluto de 59,7 por cento e melhora de 1,9 pontos percentuais na margem).
Contribuiu também para a melhoria da rentabilidade a redução da participação total das despesas gerais e administrativas de 9,0 por cento para 8,7 por cento da receita líquida total do ano de 2020.
E Eu Com Isso?
Apesar dos números fortes, os resultados vieram ligeiramente abaixo do esperado, esperamos uma reação negativa no preço das ações da companhia (GNDI3) no curto prazo, devido à alta no último pregão de mais de 2 por cento.
A companhia acelerou o ritmo de expansão e aquisições no ano de 2020, entrando de maneira contundente nos estados da região Sul do país (PR e SC), além de MG, sem necessidade de abrir mão da rentabilidade para o crescimento, inclusive obtendo margem líquida recorde desde a sua abertura de capital.
A companhia investiu cerca de 3,69 bilhões de reais em expansão no ano com 3,405 bilhões em 8 aquisições dentre hospitais, clínicas e laboratórios, com a mais relevante sendo a Clinipam (2,642 bilhões de reais), ampliando a base de beneficiários via aquisições em 566 mil pessoas. Os 283 milhões de reais restantes foram empregados em reformas e expansão da rede própria de hospitais e clínicas.
O preço das ações da companhia (GNDI3) tende a se balizar cada vez mais pelas movimentações no preço das ações da Hapvida, devido ao anúncio da fusão entre as duas companhias, com a relação de troca de ações já anunciada para o mercado.
A relação de troca atualizada é de 5,249 ações da Hapvida (HAPV3) por 1 ação da Intermédica (GNDI3) adicionado de 6,45 reais por ação da Intermédica como parcela de pagamento em dinheiro (parcela caixa). Com estes termos, considerando o preço do último fechamento de mercado de HAPV3 (15,92 reais por ação), o valor de compra total da GNDI3 estaria em 90,01 reais por ação, um ágio de cerca de 4,34 por cento em relação ao último fechamento de GNDI3 (86,27 reais por ação).
A Hapvida anunciará seus resultados de 4T20 na noite desta quarta-feira (17), após o fechamento do mercado. Caso obtenha um resultado positivo e acima do esperado, pode fazer com que as ações de HAPV3 obtenham reação positiva, puxando junto as ações de GNDI3 para cima, dado o desconto em relação ao valor da relação de troca entre as duas companhias.
Os principais catalisadores para as ações da Intermédica e Hapvida são: i) aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE); ii) ganhos de sinergia com a fusão devido à complementaridade regional das operações e; iii) maior crescimento via aquisições e consolidação do setor de saúde, pois as duas companhias juntas possuem ainda menos de 20 por cento dos leitos de hospitais no país.