A Johnson & Johnson (JNJ) fechou neste fim de semana um acordo de US$ 263 milhões com a justiça em Nova York para resolver as ações judiciais focadas na sua suposta responsabilidade na crise dos opioides nos Estados Unidos.
O acordo de última hora significa que o julgamento, que deve começar nesta segunda-feira (28), vai acontecer sem a Johnson, embora outros réus ainda estejam em foco.
A companhia já se pronunciou no ano passado se comprometendo a encerrar totalmente o negócio de analgésicos opioides.
Embora a empresa não fornecesse medicamentos opioides acabados, eram fornecidas as matérias-primas necessárias para a produção.
Os Estados acusavam as empresas envolvidas de “marketing enganoso”, pois a comunicação era embasada na eficiência dos medicamentos para tratar a dor sem causar dependência.
E Eu Com Isso?
A notícia sobre este acordo vem quatro semanas depois que a J&J foi condenada a pagar US$ 2,1 bilhões em danos às mulheres que atribuíram o amianto nos produtos de talco para bebês como causa de câncer.
Vemos este último acordo como levemente positivo para a companhia, mas com baixa capacidade de impactar o preço das ações JNJ no curto prazo.
O risco regulatório é algo persistente no caso de investimento em empresas do setor farmacêutico.
No caso da Johnson, o maior e mais persistente risco é nas questões dos opioides e do amianto no talco para bebês.
Tanto em 2019 como em 2020, as despesas com litígios foram na casa dos US$ 5 bilhões, representando aproximadamente um terço do lucro líquido em cada ano.
Importante salientar que nem todas as multas têm efeito-caixa no curto prazo devido ao parcelamento delas.
A Johnson & Johnson declarou que o acordo não significa uma admissão de responsabilidade ou irregularidade.
De acordo com a farmacêutica, “as ações da empresa relacionadas ao marketing e promoção de medicamentos importantes para a dor foram apropriadas e responsáveis”.
Estima-se em quase meio milhão o número de mortes nos últimos 20 anos associados a overdose de opioides nos Estados Unidos.
A conta, então, chega às empresas do mercado, acusadas ou de fazer vista grossa ao problema ou a fomentar o seu uso indiscriminado.
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