Dois eventos ocorridos recentemente parecem ter, enfim, destravado o processo de privatização da Compagas, distribuidora de gás canalizado controlada pela Copel (CPLE6), tendo também como acionista a Mitsui e a Gaspetro.
O primeiro evento foi o acordo entre Compass e Petrobras, que definiu um futuro para a Gaspetro. O segundo foi a apresentação, pelo governo paranaense, dos termos para renovação da concessão da distribuidora de gás, que se encerra em 2024.
De fato, foi realizada na última semana de julho uma consulta pública, aberta pelo governo paranaense, para discutir as condições da renovação da concessão da distribuidora Compagas por mais 30 anos.
Elas preveem investimentos de R$ 3,36 bilhões para expansão da base de clientes da Compagas ao longo do novo contrato, com a obrigatoriedade de ampliação geográfica de seus serviços.
Em declarações, o presidente da Copel, Daniel Slaviero, afirmou prever que o contrato de renovação seja assinado até o fim de setembro para, em seguida, ser iniciado o processo de venda do controle da distribuidora, estimando concluir a operação no primeiro semestre de 2022.
A Compagas atualmente atende 49,3 mil clientes em 16 municípios do Paraná, fornecendo gás para os setores residencial, industrial e comercial. A companhia também é responsável pelo fornecimento da usina termelétrica Araucária (UEGA), da Copel.
Em 2020, atingiu a média anual de 1,5 milhão de metros cúbicos por dia de gás distribuído, 8% acima do realizado em 2019.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para a Copel, uma vez que, sanados os principais entraves do processo, se vê com o caminho livre para avançar com o plano de privatização da Compagas e continuar seguindo seu plano de desinvestimentos de negócios não estratégicos.
Dessa forma, esperamos um impacto positivo no preço das ações da Copel (CPLE6) para o curto prazo.
Do lado societário, a companhia precisará decidir se exerce ou não o direito de preferência para compra da fatia de 24,5% da Gaspetro na distribuidora – tendo essa opção sido viabilizada após a Petrobras ter fechado, ao final de julho, o acordo para a venda de sua fatia de 51% na holding para a Compass (Cosan).
O negócio ainda precisa ser aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e está estimado em R$ 2 bilhões.
A Copel vem preparando a venda de seus ativos não estratégicos de modo a acelerar seu processo de desalavancagem, atualmente em 1,2 vezes, processo que vem sendo visto com bons olhos pelo mercado.
Além disso, ela vem estudando uma possível extensão de suas concessões hidrelétricas, algo que pode ser positivo em sua operação.
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