Em sua primeira entrevista no cargo, realizada em 9 de junho, o atual presidente da Eletrobras (ELET3/ELET6), Rodrigo Limp, anunciou que a aguardada capitalização da companhia deverá ocorrer em janeiro ou fevereiro de 2022.
Com a capitalização, estima-se que a estatal levante cerca de R$ 25 bilhões em recursos privados. A estimativa já considera o pagamento a ser realizado pela Eletrobras ao Tesouro Nacional para ter direito a suas usinas hidrelétricas, este chamado de bônus de outorga.
O valor final da capitalização, porém, ainda está sendo analisado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela companhia.
Além do pagamento do bônus de outorga, a companhia deverá também assumir outros passivos no futuro, incluindo contribuições anuais à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O objetivo desta contribuição consiste principalmente em assegurar o desenvolvimento do setor, amenizando tarifas de energias e investindo na recuperação de bacias hidrográficas nos próximos dez anos.
Ainda na entrevista, Limp anunciou a intenção de realizar uma nova rodada do plano de demissão consensual (PDC) em 2021.
Alinhada com seu processo de reestruturação, a iniciativa tem como objetivo deixar a companhia em uma posição mais ordenada para a mudança de controle.
Com atuais 12 mil funcionários em seu quadro (dados de março 2021), a estimativa é alcançar um número de 11,6 mil, reduzindo seu corpo em cerca de 3,94%.
E Eu Com Isso?
Apesar de as declarações do atual presidente ressaltarem o caráter mais competitivo e dinâmico da companhia pós-capitalização e estarem alinhadas com os interesses de mercado, acreditamos que a tramitação da Medida Provisória (MP) da Eletrobras no Senado e sua aprovação devem continuar sendo os principais responsáveis pelas oscilações de preço das ações da companhia (ELET3/ELET6) no curto prazo.
A MP 1.031, cuja aprovação viabiliza a privatização da companhia, está em reta final de discussão no Senado.
O texto-base da mesma indica que a União vai capitalizar a Eletrobras sem participar da operação, com o governo reduzindo sua participação de 61% para 45%.
O governo ainda ficará com uma “golden share”, que lhe permitirá vetar decisões mais sensíveis à empresa. No futuro, com as ações da companhia já mais valorizadas, o governo deve se desfazer de suas posições, realizando lucro.
Com a aprovação da MP, a expectativa é que a oferta subsequente de ações (follow on, na expressão em inglês) da mesma ocorra entre janeiro e fevereiro do próximo ano.
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