A Deliveroo, companhia em que a Amazon (AMZN) possui participação minoritária, começou nesta semana os seus preparativos para realizar a sua oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Londres (London Stock Exchange), em uma tentativa de replicar o sucesso de algumas companhias de delivery de comidas no mundo, como a DoorDash (DASH) nos Estados Unidos, a Uber Eats (UBER), que possui forte atuação na capital inglesa, entre outras. A Just Eatakeway também é uma forte concorrente da Deliveroo, mas ainda não possui capital aberto.
A oferta, com expectativa que avalia a companhia próxima aos 10 bilhões de dólares, também vem sendo vista como uma espécie de teste para a bolsa de Londres, numa tentativa de fazê-la competir com a Nasdaq a bolsa de Hong Kong na atração de companhias “tech” após aprovar algumas alterações nas suas regras.
Em 2020 a companhia apresentou uma receita líquida superior a 1,7 bilhão de euros, crescimento de 54 por cento na comparação anual. Enquanto isso, o prejuízo líquido foi de 223 milhões de euros, menor que os 317 milhões de euros do ano anterior. A companhia opera em mais de 12 países, incluindo países asiáticos e o oriente médio.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que a notícia é levemente positiva para a Amazon, mas sem impactos relevantes no preço das ações (AMZN) devido à posição minoritária na companhia. Outros fatores devem fazer preço no curto prazo. Em março as ações AMZN acumulam queda de 4,5 por cento, em linha com a queda do índice da Nasdaq, que recua 4,4 por cento no período. As ações de tecnologia vêm sendo mais afetadas pelo aumento nas taxas de juros do tesouro americano nas últimas sessões.
O citado IPO também vem para medir o apetite de risco dos investidores europeus pela companhia com perfil “tech”, cujo modelo de negócio ainda não se paga e o valor (levando-se em consideração o critério de geração de caixa livre) está todo nas expectativas dos resultados futuros.
Independente disso, é inegável o bom momento para as empresas de delivery de comidas, que conseguiram expandir os seus negócios durante todo o ano de 2020 devido às medidas de restrições impostas pelos governos durante a pandemia. Sem dúvidas, elas chegarão mais bem avaliadas que um ano atrás, mas, consequentemente, com bem mais expectativas cobradas pelos investidores.
Um outro risco que certamente estará no radar do mercado é o regulatório, principalmente após a justiça inglesa determinar que alguns motoristas da Uber tinham vínculo empregatício formal com a companhia. Uma prerrogativa como essa poderia colocar em xeque todo um modelo de negócio dessas companhias asset light que operam via plataformas.
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