No dia 11 de janeiro, a incorporadora pernambucana Moura Dubeux reportou sua prévia operacional correspondente ao quarto trimestre de 2020. Os números revelam uma aceleração do ritmo de vendas contratadas, que acumularam 305 milhões de reais no ano, com alta de 50 por cento em relação a 2019.
De acordo com a companhia, há confiança de que o cenário macroeconômico atual, formado por juros baixos e financiamentos mais acessíveis, sustentarão crescimento similar em 2021. Simultaneamente, a velocidade de vendas tem aumentado e os cancelamentos de vendas regrediram para 5 por cento das vendas, encontrando-se em patamares mais saudáveis e historicamente fortes.
A despeito dos desafios impostos pela pandemia à execução de obras, acarretando paralisações, a Moura retomou e intensificou os lançamentos no segundo semestre. Somente no quarto trimestre, totalizaram 451 milhões de reais em valor geral de vendas (VGV) dos lançamentos, com três novos empreendimentos em Fortaleza, três em Salvador e quatro em Pernambuco.
Vale recordar que, em fevereiro de 2020, a empresa realizou seu IPO e, para esse fim, se comprometeu a utilizar os recursos captados para endereçar seu alto endividamento e acelerar seus lançamentos. Nesse sentido, nos últimos trimestres, houve quitação de dívidas e recuperação da geração de caixa, que somou 114 milhões de reais no segundo semestre.
Segundo a companhia, o principal ponto de alerta nesse momento se refere ao aumento dos preços dos insumos, como aço e concreto, decorrente da queda dos estoques na indústria e da veloz retomada da economia chinesa.
Para equilibrar esse impacto, a empresa tem trabalhado na redução dos custos com mão de obra, facilitada pelo desemprego ainda elevado no Nordeste. Desse modo, mantiveram os custos e despesas abaixo dos valores anteriormente orçados.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para a Moura Dubeux e esperamos impacto positivo no preço das ações (MDNE3) no curto prazo.
Entretanto, até o momento, analisando somente o desempenho das ações da companhia, os investidores demonstram certo ceticismo, visto que as mesmas (MDNE3) acumulam queda de 47 por cento desde o IPO, contra alta de 7 por cento do Ibovespa no mesmo período.
A incorporadora conseguiu apresentar um expressivo crescimento de vendas, com um VGV de 305,3 milhões de reais no 4º trimestre de 2020, um crescimento de 49,8 por cento na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o que representa sua aceleração em vendas. No acumulado, ano contra ano, vemos um VGV de 778,6 milhões de reais em 2020, um crescimento de 2 por cento em relação a 2019.
Os resultados mostram a resiliência dos negócios da companhia que, apesar de um período bastante desafiador de pandemia, com paralisação de obras entre março e agosto, a incorporadora conseguiu apresentar números bastante positivos em termos de vendas.
Os lançamentos também tiveram um crescimento bastante significativo, alcançando um VGV líquido de 672 milhões de reais em 2020, uma alta de 89,7 por cento no acumulado ano contra ano.
O bom resultado reforça a tendência bastante positiva para a incorporadora em 2021, com um cenário de juros ainda em patamares baixos, com mais famílias enquadrando suas rendas nos financiamentos, sendo benéfico para o setor como um todo.
Outro ponto interessante apresentado foi a queda de seus distratos, que alcançaram um dos menores patamares históricos, representando apenas 5 por cento das vendas brutas. A geração de caixa também veio forte, com 49 milhões de reais no 4º trimestre.
Por fim, os resultados de vendas sobre oferta também vieram expressivos, apresentando um valor líquido ajustado de 45 por cento nos últimos 12 meses e 22 por cento no 4º trimestre de 2020.
Acreditamos que o setor de construção civil, especialmente mais voltado ao segmento de média e alta renda, deverá continuar bastante aquecido em 2021: ampla disponibilidade de financiamento imobiliário, forte demanda por imóveis e níveis baixos de taxas de juros.