Com a taxa de juros em queda, ficou muito mais difícil ganhar dinheiro aplicando em investimentos conservadores, como os títulos públicos negociados no Tesouro Direto. Por isso, os investidores precisam buscar diversificação da carteira em outros mercados, como o de ações.
Uma ação nada mais é do que um pedaço de uma empresa. Assim, quando você compra uma ação torna-se sócio enquanto estiver com ela. As ações são negociadas na bolsa de valores e seu preço oscila conforme a lei da oferta e da procura. Assim, se tem mais demanda do que oferta, o preço dela sobe e o contrário também é verdade.
Mas você sabe como comprar ações? É disso que trataremos neste artigo. Vamos mostrar duas formas diferentes de investir em ações e, em seguida, alguns tipos de operação que você pode fazer na bolsa de valores. Confira!
1. Como comprar ações?
Como mencionamos acima, existem duas maneiras mais comuns de investir em ações: diretamente ou por meio de fundos de investimento. Vamos ver a seguir como funciona cada uma delas.
1.1. Compra direta de ações
A compra direta de ações ocorre quando é o próprio investidor que decide quais papéis comprar e quando fazer as operações. Ele tem, portanto, um papel bastante ativo nas decisões de investimento.
Para isso, é preciso ter uma conta em uma corretora, que é quem faz a intermediação entre o investidor e a bolsa de valores. Para decidir como investir, você pode fazer suas próprias análises ou contar com o suporte de analistas especializados, que recomendam as melhores ações para investimento e quais são os pontos de entrada e saída, na visão deles.
1.2. Fundos de investimentos
Também é possível ter acesso ao mercado de ações por meio de fundos de investimentos em ações. Segundo a classificação da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os fundos de ações são aqueles cuja carteira é composta por pelo menos 67% de ativos de renda variável, como ações, bônus ou recibo de subscrição, certificados de depósito de ações e alguns outros.
O fundo tem um gestor, que é quem toma as decisões de investimento. Assim, quando você aplica nele, está comprando cotas que representam uma parcela de toda essa carteira de ativos, e não de uma única ação — a não ser que o fundo só tenha uma, o que existe também, mas não é o mais comum.
Também está delegando todas as decisões de investimento ao gestor. Por isso, é preciso sempre checar a qualidade da gestão e qual é a estratégia do fundo.
2. Quais são os tipos de operação com ações na bolsa de valores?
Se você decidiu pela compra direta de ações, é importante ter uma estratégia para operar na bolsa. Isso vai definir como você analisará os ativos, que tipo de análise usará e quanto tempo dedicará ao assunto. Confira!
2.1. Day trade
O day trade é o tipo de operação menor prazo que existe. Nele, a compra e a venda ocorrem no mesmo dia e o investidor encerra o pregão com a posição zerada, ou seja, sem nenhum ativo em carteira. Aqui os ganhos são de poucos centavos para cada operação e o investidor faz dinheiro pelo volume operado.
No day trade, o mais importante é ter uma plataforma robusta e confiável, que não apresente instabilidades que possam fazer você perder um negócio, já que qualquer variação no preço da ação pode ser a diferença entre o lucro e o prejuízo.
Para esse tipo de estratégia, usa-se como suporte a análise gráfica, especialmente os gráficos intraday de 1 minuto, 5 minutos, 15 minutos, 30 minutos e 60 minutos, que conseguem apontar tendências de curtíssimo prazo.
2.2. Swing trade
Seguindo uma escala de curtíssimo até longo prazo, o swing trade vem logo depois do day trade. Esse tipo de operação também é de curto prazo, mas costuma durar um pouco mais, normalmente entre dois e cinco dias.
A análise gráfica continua sendo a principal ferramente de suporte para a decisão de investimento no swing trade, com a diferença de que aqui o investidor mira lucros um pouco maiores, de 5% a 8%. Por isso, ele procura encontrar nos gráficos o ponto exato de reversão dos movimentos de curto prazo.
2.3. Position trade
No position trade, a operação pode durar algumas semanas ou até alguns meses. Com isso, os investidores também miram ganhos mais elevados, acima dos 10%. A análise gráfica segue como a principal fonte de subsídios para decidir pontos de entrada e saída nas ações, mas aqui os investidores já começam a se valer da análise fundamentalista para ajudar a escolher empresas com boas perspectivas.
O position trade também é muito usado nas chamadas operações a descoberto, nas quais o investidor aluga uma ação de outro e a vende no mercado, acreditando que seu preço vá cair e que ele poderá recomprá-la por um valor mais baixo lá na frente, quando for o momento de devolvê-las a seu dono original.
Quando isso ocorre, ele lucra com a diferença, já que vendeu por um valor mais alto e recomprou mais baixo. Como essa operação costuma durar alguns meses, está dentro da estratégia de position trade.
2.4. Buy and hold
O buy and hold é o tipo de operação de mais longo prazo e pode durar décadas. Neste caso, o investidor está em busca de empresas que tenham ótimas perspectivas para o futuro, ou seja, ele quer “casar” com a ação. Para isso, a análise fundamentalista é mais indicada, já que o ponto de entrada não faz diferença.
O investidor que adota esse tipo de estratégia normalmente forma uma carteira com um número não muito grande de ações de empresas de ótima qualidade, que podem ser tanto blue chips, ou seja, as companhias maiores e mais consolidadas do mercado, quanto as menores, mas que tenham perspectiva de crescimento no longo prazo.
Seja qual for a estratégia escolhida, agora você já sabe como comprar ações e pode dar os primeiros passos nesse fascinante mercado. Para isso, é importante continuar se informando sobre o assunto e acumulando conhecimento. Assim, você pode tomar decisões de investimento conscientes e que vão ajudar a formar o seu patrimônio.
Desse modo, continue sua leitura e confira também outro artigo nosso, que explica como a bolsa de valores funciona.