A Petrobras (PETR3/PETR4) divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2021, na noite desta quinta-feira (28), após o fechamento de mercado. Os números vieram fortes, com bom crescimento de receita aproveitando a maior cotação do barril de petróleo no período, forte geração de caixa e um exemplar processo de desalavancagem.
A receita líquida consolidada alcançou R$ 121,6 bilhões no trimestre, impulsionada pela valorização do preço médio do brent, aumento nos volumes e preços de derivados no mercado interno, assim como uma maior receita com energia elétrica e gás natural, decorrentes do maior despacho térmico realizado no trimestre.
O lucro líquido referente aos acionistas da Petrobras foi de R$ 31,1 bilhões, beneficiado por efeitos não recorrentes. Sem considerar efeitos envolvendo a reavaliação de ativos, o lucro líquido foi de R$ 17,4 bilhões, com uma margem de 14,3%.
No 3T21 houve uma reversão na revisão de ativos que totalizou R$ 16,4 bilhões positivos que ocorreu após mudança na trajetória de preços do barril de petróleo.
Contudo, o principal destaque contábil fica com o Ebitda recorrente (aproximação da geração de caixa bruta), que alcançou R$ 63,8 bilhões, com margem de 52,5%, mantendo a margem em patamares elevados, como nos resultados anteriores.
Em relação aos custos, houve um aumento de 15,5% em relação ao 2T21 nos custos totais, influenciados pelos maiores volumes e preços de importação necessários para atender a demanda local. Destaque para o aumento de 94,6% no custo com importação de gás natural.
Ademais, o FCO (fluxo de caixa operacional) foi de R$ 55,1 bilhões no trimestre, enquanto o fluxo de caixa livre (FCO após investimentos) chegou a 47,2 bilhões no período, um pouco abaixo dos 48,6 bilhões do 2T21.
A geração de caixa possibilitou a liquidação de empréstimos e financiamentos no valor de R$ 39,9 bilhões no trimestre.
Tais pagamentos reduziram a dívida bruta para US$ 59,6 bilhões no 3T21, abaixo da meta de US$ 60 bilhões estabelecida para 2022. A alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda) encerrou o trimestre em 1,17x, a melhor marca registrada desde o 3T11, quando os arrendamentos ainda não faziam parte do endividamento.
Além disso, a robustez da geração de caixa e a rápida redução do endividamento, auxiliado pelo plano de desinvestimentos, permitiram à companhia aprovar uma nova antecipação do pagamento de remuneração ao acionista referente ao exercício de 2021 de R$ 31,8 bilhões, que, somados aos dividendos aprovados no 2T21, já totalizam R$ 63,4 bilhões, representando um dividend yield de 16,5% com base no valor de fechamento do dia 28/10/21.
E Eu Com Isso?
Esperamos uma reação positiva nas ações da companhia no curto prazo (PETR3/PETR4), de modo que o resultado positivo, aliado a grande distribuição de proventos anunciada, desviam as atenções da preocupação com uma intervenção na companhia, após falas do Presidente Jair Bolsonaro na noite de quinta-feira.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—