A companhia de soluções de pagamentos para varejistas, Stone (STNE:NASDAQ), apresentou ontem após o fechamento do mercado seus resultados do primeiro trimestre de 2021.
Os números mostram uma continuação do crescimento da companhia como um todo, porém vieram abaixo das expectativas do mercado de maneira geral, gerando menos receita que o esperado.
A Stone reportou um volume total de pagamentos (TPV) de R$ 51 bilhões, número 35,5% superior ao reportado 1 ano atrás. Já o take-rate, taxa a qual a companhia consegue extrair de receita deste volume transacionado, atingiu 1,62%, 0,18 pontos percentuais acima do resultado do 1T20. Excluindo efeitos ligados a provisões extraordinárias devido a pandemia, o número teria sido 0,1 por cento superior.
Com isso, a companhia atingiu uma receita total de R$ 867,7 milhões, um aumento de 21,1% superior ao mesmo trimestre do ano anterior. Número impulsionado pelo acréscimo de 62,4 mil pequenas e médias empresas no trimestre e mais 76,6 mil em para a TON, solução dedicada às microempresas.
Os custos dos serviços atingiram R$ 239,7 milhões, e passaram a representar 27,6% da receita, em relação a 20,9 em 1T20. Já as despesas administrativas atingiram R$ 162,8 milhões, representando 18,8% da receita, versus 15,6% em 1T20.
Com isso, o lucro líquido atingiu R$ 158,3 milhões, representando uma diminuição de 0,2% em relação ao 1T20. O número ajustado para efeitos não recorrentes atingiu R$ 187,4 milhões, um acréscimo de 15,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
E Eu Com Isso?
Os números divulgados pela Stone não devem ser considerados nem de longe como ruins, a companhia continua crescendo de maneira acelerada sua base de clientes enquanto começa a ampliar seu ecossistema de soluções para os varejistas.
Dito isso, a expectativa do mercado quanto a Stone é muito elevada e os números não foram capazes de atingi-las, por isso esperamos impacto negativo nas ações da companhia (STNE:NASDAQ) no curto prazo.
Além dos resultados da própria companhia, vale destacar que a aquisição da Linx, ainda está em fase de aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), com isso, é importante destacar que no primeiro trimestre a Linx reportou um crescimento anual de 100% em seu GMV, atingindo R$ 1,3 bilhão, além de um aumento de 24% em sua base de clientes e 97% de aumento em suas receitas recorrentes.
Outro ponto importante no oferecimento de um ecossistema completo para os varejistas é a oferta de crédito da companhia. No trimestre a companhia atingiu um portfólio total de R$ 1,9 bilhão, um aumento de 472,8% na comparação anual, mostrando sua capacidade de vender soluções em sua vasta base de clientes.
Recentemente, no dia 24 de maio, foi anunciado que a Stone será investidor âncora no follow-on do Banco Inter, dando início a uma parceria entre as empresas que deve gerar muitos frutos no futuro.
A negociação entre as companhias tem como objetivo conectar os serviços entre elas, o Inter destacou quatro oportunidades a ser exploradas no curto-prazo: (i) Conectar os clientes da Stone (pequenas e médias empresas) ao Inter Shop, marketplace do Inter;(ii) Digitalizar a experiência de pagamentos entre clientes de ambas as companhias, tanto no varejo online quanto offline;(iii) Cross-selling de produtos, como crédito e meios de pagamento, para aumentar o portfólio de serviços oferecidos e (iv) Alavancar o baixo custo de captação do Inter para melhorar a oferta de capital de giro (empréstimo de curto-prazo) da Stone e oferecer produtos de renda-fixa por meio de cotas de Fundos de Direitos Creditórios (FIDC) vinculados à Stone.
Acreditamos que os principais catalisadores para a Stone são a manutenção dos fortes crescimentos que vem apresentando em seus resultados e o lançamento de mais produtos e parcerias, a fim de expandir seu ecossistema de soluções para seus clientes.
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