A Mitre (MTRE3) apresentou nesta segunda-feira (10), após o fechamento do mercado, os seus resultados do primeiro trimestre de 2021. Os números da companhia vieram fracos, porém já antecipados em sua prévia operacional, com baixo volume de lançamentos devido ao fechamento dos estandes de vendas em março devido à pandemia.
No lado operacional (já divulgado) destaques para as vendas líquidas de 82,8 milhões de reais, resultante de um total de vendas brutas de 110,7 milhões de reais, porém com um aumento no volume de cancelamentos (distratos) que totalizaram 27,9 milhões de reais, apresentando alta de 14,7 por cento na comparação anual.
A velocidade de vendas, medida pelo de índice de Vendas sobre Oferta (VSO) foi de 18,7 por cento no 1T21, registrando uma queda de 3 pontos percentuais no ano contra ano. O VSO para os últimos doze meses também contraiu, de 79,3 por cento em 1T20 para 67,3 por cento no 1T21.
A receita líquida aumentou em 77,2 por cento no ano contra ano e totalizou 85,1 milhões de reais no trimestre. Sua margem bruta também se expandiu em cerca de 3,3 pontos percentuais e foi de 32,2 por cento.
Na última linha a companhia reportou prejuízo de 11,7 milhões no período, reflexo do menor reconhecimento de receita no período devido ao menor volume de lançamentos e vendas.
A companhia ainda apresentou uma queima de caixa de 57,3 milhões no primeiro trimestre, uma vez que continuou os seus investimentos para expandir suas operações, tendo como meta o lançamento de 1,5 a 2,0 bilhões de reais em valor geral de vendas (VGV) no ano.
A companhia segue com sólida posição financeira, com caixa líquido de 681,1 milhões de reais no 1T21.
Este resultado permitiu que a empresa anunciasse a aprovação de pagamento de dividendos no montante de 47,3 milhões de reais, equivalente a 0,45 reais por ação – um retorno em dividendos de 3,8 por cento. O pagamento será realizado em uma única parcela em 14 de maio, com as ações sendo negociadas ex-dividendos desde 6 de maio.
E Eu Com Isso?
A Mitre divulgou resultados financeiros mais fracos, já esperados pela prévia operacional divulgada com redução dos lançamentos. Dessa forma, acreditamos que esse resultado terá um impacto neutro no preço das ações da companhia (MTR3) para o curto prazo.
As ações (MTRE3) acumulam queda de 29,18 por cento em 2021, comparado à ligeira queda de 1,10 por cento no Ibovespa. Portanto, acreditamos que esse resultado operacional um pouco mais fraco já está no preço das ações.
O lockdown impediu que a companhia, como outras do setor de construção civil, impulsionassem seus resultados com lançamentos no 1T21, tendo esses postergados para o período seguinte. Dessa forma, o resultado operacional mais contido também é esperado para as demais empresas do setor de construção civil.
Entendemos como acertada a decisão de adiar lançamentos dado a piora do quadro de infectados nos primeiros meses do ano e os fechamentos dos estandes. De fato, a Mitre lançou apenas um projeto no trimestre, o Haus Mitre Santa Cruz, lançado de forma virtual devido às medidas de isolamento. Com a perspectiva de uma melhora da conjuntura e da suspensão das restrições aos estandes de venda, a companhia planeja lançar 520 milhões no segundo trimestre de 2021.
Com a expectativa de avanço da vacinação e da diminuição das medidas restritivas, vemos como muito provável um maior volume de lançamentos para o 2T21, mantemos uma postura positiva quanto aos próximos resultados a serem divulgados pela companhia.
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