A Intel (INTC) divulgou nesta quinta-feira (22) os seus resultados do primeiro trimestre de 2021. Os números vieram mistos, com receita na categoria CCG (Client Computing Group) acima do esperado, mas abaixo em DCG (Data Center Group). O lucro por ação superou as expectativas, mas as margens vieram pressionadas.
A receita ajustada (Non-GAAP), que exclui o desempenho do negócio de memórias do tipo NAND e que já foi vendido no ano passado, foi de 18,6 bilhões de dólares, praticamente constante na comparação com o mesmo período de 2020. Contudo, o número é 1 bilhão de dólares (5,6 por cento) acima do guidance da própria Intel anunciado em janeiro deste ano.
A margem bruta, entretanto, caiu: passou de 64,5 por cento no 1T20 para 58,4 por cento. A margem operacional caiu de 39,5 por cento para 32,8 por cento.
O lucro líquido foi de 5,7 bilhões de dólares, 6 por cento a menos vis-à-vis o 1T20. Curiosamente, o lucro por ação (LPA) foi de 1,39 dólares e apenas 1 por cento de queda: efeito das grandes recompras que a companhia realiza com o caixa que gera através das suas operações.
A companhia também divulgou o seu guidance para 2021. Considerando os ajustes julgados adequados, é esperada: i) uma receita de 72,5 bilhões de dólares; ii) margem bruta de 56,5 por cento; iii) alíquota efetiva de IR de 13 por cento; iv) investimentos em bens de capital (CapEx) entre 19 e 20 bilhões de dólares e v) geração de caixa livre de 10,5 bilhões de dólares.
E Eu Com Isso?
O resultado da Intel foi misto, com receita boa, margens sob pressão e um guidance que pode ser considerado menor que o esperado. Logo, esperamos impacto negativo no preço das ações INTC no curto prazo.
O grosso do resultado da companhia advém de duas categorias: CCG (Client Computing Group), e DCG (Data Center Group). Neste trimestre, o primeiro apresentou um desempenho alentador, com crescimento de 8 por cento na comparação anual. Em contrapartida, o desempenho do segundo foi um pouco desanimador, decrescendo 20 por cento.
As demais categorias, menos relevantes no mix, foram bem, com especial destaque para a “Internet das Coisas”, e “Mobileye” cujo crescimento foi de 4 por cento e 48 por cento, respectivamente.
Os volumes de computadores cresceram 38 por cento e os notebooks apresentaram performance recorde no período. Cabe ressaltar que o vento foi favorável para todo o setor devido ao consumo “at-the-home”, ou seja, dispositivos necessários para práticas de trabalho, estudo e lazer dentro de casa no contexto da pandemia.
A demanda por semicondutores explodiu nos últimos 15 meses e é tendência global, pois é requisito necessário para a digitalização do mundo. A Intel, todavia, luta contra as ameaças do mercado, dado o aumento da concorrência – e perda de market-share – nos últimos anos.
Este foi o primeiro resultado após a volta do CEO Pat Gelsinger, que ajudou a desenvolver diversos processadores de sucesso da Intel. Agora, ele busca estabelecer uma nova etapa estratégica para a companhia, chamada de “IDM 2.0”. Dentre diversas medidas, está um novo ciclo de CapEx, com abertura de duas novas fábricas nos próximos anos.
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