Nesta quinta-feira (4) a Oi (OIBR4) assinou um acordo de exclusividade com o fundo FIP Economia Real, gerido pelo banco BTG Pactual (BPAC11), referente a venda da InfraCo, unidade de negócio da operadora com seus ativos de fibra ótica.
O acordo vale por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Nesse período a Oi vai analisar em profundidade os documentos submetidos pelo fundo para avaliar se ambas as partes chegam a um consenso. Caso as negociações avancem, o fundo gerido pelo BTG terá preferência na fase de leilão, o que lhe garante o direito de cobrir qualquer oferta superior à sua em 1 por cento de qualquer concorrente.
O acordo garante ao BTG que as negociações com o fundo americano Digital Colony fiquem paralisadas durante sua vigência. Ainda assim, o fundo poderá participar das negociações na fase de leilão dos ativos.
A oferta do FIP Economia real conta com um conjunto de investidores coparticipantes, o fundo possui mais de 85 investidores no Brasil e no Exterior. O banco vem analisando os ativos de fibra tanto de um ponto de vista de private equity quanto de venture capital.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva, principalmente para a Oi. Apesar de ainda haver algum tempo até a conclusão do processo, os ativos de fibra ótica da companhia são os mais valiosos dentre os que serão ou já foram leiloados. Com isso a companhia pretende reduzir seu endividamento para sair da recuperação judicial. Esperamos impacto positivo no preço das ações da Oi (OIBR3/OIBR4) no curto prazo.
Para o banco BTG Pactual a notícia também é positiva. O banco vem trabalhando há muito tempo na análise desses ativos e acredita no retorno potencial de seu investimento. Para o banco BTG, esperamos impacto neutro no preço das ações (BPAC11) no curto prazo, pois o impacto seria indireto para o resultado do BTG se o fundo do BTG levar o ativo de fibra da Oi.
O valor da venda no leilão não é o único fator importante para a Oi na hora de escolher seu novo sócio. A companhia procura alguém capaz de ajudar no crescimento e no desenvolvimento do negócio. Nesse sentido, acreditamos que o BTG tem bastante força na disputa, isso porque tem entre seus sócios o israelense Amos Genish, executivo renomado no setor com ampla experiência no mercado brasileiro e internacional, tendo em seu currículo o cargo de CEO da Telefônica Brasil (Vivo) e da Telecom Italia (controladora da TIM Brasil).
A estrutura de capital pensada para o acordo pela Oi mostra que o sócio que vencer o leilão deverá investir 6,5 bilhões de reais para adquirir 51 por cento das ações com direito a voto da InfraCo, dinheiro que vai direto para o caixa da Oi. Além disso, se espera um investimento adicional de 5 bilhões de reais para os projetos de expansão dos ativos de fibra.
O setor de fibra já vem sendo visado pelo mercado em geral por certo tempo. Há perspectivas de que tanto a TIM quanto a Vivo separem seus ativos de fibra ótica em empresas distintas com o objetivo de acelerar a expansão no setor com a ajuda de um sócio para dividir os investimentos bilionários necessários. Enquanto isso, o mercado brasileiro segue muito fragmentado com empresas de menor porte construindo infraestrutura de fibra em cidades menores.