A corrida pela presidência do Senado ainda continua bastante indefinida, mas vai se afunilando entre dois polos: de um lado o MDB quer promover uma candidatura própria, mas ainda não decidiu entre três nomes do próprio partido; de outro, Alcolumbre vai mesmo apadrinhar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e viabilizar sua candidatura – mesmo com o Planalto apresentando algumas ressalvas ao nome.
Na falta de outra alternativa mais consensual, Pacheco continuou como uma das alternativas para que o comando da Casa continue com o DEM e, nestes últimos dias, recebeu apoio de partidos como PSD e Pros, totalizando, neste momento, apoio oficial de cerca de 20 senadores. O MDB, por sua vez, ainda não definiu se seu candidato será Simone Tebet (MS), Eduardo Gomes (TO, líder do governo no Congresso), ou Fernando Bezerra Coelho (PE, líder do governo no Senado).
Nos bastidores, o diagnóstico é que a sigla que detém a maior bancada no Senado está rachada, com alguns integrantes inclinando seu apoio às articulações de Alcolumbre e outros incapazes de definir quem seria o nome do partido. Com as recentes movimentações, o PT também adiantou as discussões sobre quem apoiar na disputa e deve, em breve, escolher pelo nome de Rodrigo Pacheco, a fim de garantir cargos estratégicos em comissões na Casa.
Observando de longe, o Planalto realmente não deve oficializar apoio a nenhum candidato na disputa do Senado, mas virtualmente “aceitou” o nome de Pacheco na falta de uma construção melhor. Havia ressalvas em relação ao apadrinhado de Alcolumbre, sobre sua cumplicidade para a relação Executivo-Legislativo.
E Eu Com Isso?
Nas próximas semanas, espera-se a manifestação de bancadas grandes da Casa, como a do PSDB, PODEMOS e PP, siglas que têm bom trânsito tanto com o DEM quanto com o MDB, mas deverão tomar um lado na disputa.
Caso confirme-se a disputa somente entre Rodrigo Pacheco e um candidato do MDB, nosso cenário-base é a vitória do nome de Alcolumbre, dando continuidade ao trabalho do atual presidente do Senado.
Nesse contexto, entende-se que mercado reagiria positivamente com o desfecho e, portanto, os recentes apoios a Pacheco podem ser vistos como levemente positivos, apesar da política estar em segundo plano neste início de ano.