Após ensaiar que ficaria de fora das negociações políticas envolvendo a presidência do Senado Federal, o Executivo voltou a campo após Bolsonaro ponderar que prefere não se indispor com lideranças da Casa nos próximos dois anos.
Novamente, o caminho desejado pelo Planalto é que um nome consensual entre o governo e os aliados do atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP) seja definido, facilitando a eleição. Bolsonaro fez questão de mandar o recado para as cúpulas do DEM e do MDB e também cogita entregar um ministério a Alcolumbre.
Na conta, está a possibilidade de o atual presidente do Senado assumir o Ministério do Desenvolvimento Regional, substituindo o atual ministro Rogério Marinho. Em outro desenho, Alcolumbre iria para a Secretaria de Governo – responsável pela articulação política entre Executivo e Legislativo – no lugar do general Luiz Eduardo Ramos.
A primeira opção seria melhor para os senadores, uma vez que o Desenvolvimento Regional é executor de políticas públicas Brasil afora. Por outro lado, sua nomeação para a Secretaria de Governo seria a melhor opção para Bolsonaro, já que o senador tem bom trânsito no governo.
E Eu Com Isso?
O Senado Federal deve, ao cabo, construir um nome consensual e ter uma eleição tranquila. Nesse momento, partidos disputam o protagonismo para que o próximo presidente seja de sua sigla – o MDB, maior bancada no Senado, teria preferência para lançar um nome, mas a candidatura de Baleia Rossi (SP) na Câmara dificulta a possibilidade de entregar as duas Casas para a legenda.
No curto prazo, novamente, as negociações não surtem efeito nos pregões, ainda mais neste final de ano com liquidez reduzida. Investidores, porém, ficam atentos ao desenrolar das negociações políticas.