Oi OIBR3 EECI

Oi avalia abrir capital da InfraCo

A Oi anunciou, em evento para analistas do mercado promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em 21 de dezembro, que considera futuramente realizar a abertura de capital da InfraCo, sua operação de fibra óptica.

A criação da infraestrutura está prevista no aditamento ao plano de recuperação judicial da Oi, aprovado em 8 de setembro. O plano prevê o repagamento da dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do empréstimo-ponte mediante venda de ativos móveis. As duas dívidas contabilizam cerca de 8 bilhões de reais.

Rodrigo Abreu, diretor-presidente da companhia, destacou que a abertura de capital da operação é uma possibilidade futura em um cenário com a InfraCo já com operação plena e tendo sido realizada a admissão de um novo sócio para esta. Atualmente, a companhia ainda se encontra em processo de reestruturação.

O diretor-presidente ainda comentou sobre a venda dos ativos móveis da Oi, acordada em leilão judicial, realizado em 14 de dezembro, cujo lance vencedor foi feito por Claro, TIM Brasil e Telefônica, no valor de 16 bilhões de reais. Sobre a venda, Rodrigo Abreu afirmou que as receitas geradas pela operação de telefonia celular continuarão a ingressar no caixa da companhia por praticamente todo o ano de 2021 e que também é esperado um fechamento da operação de venda da telefonia móvel ao final do próximo ano.

Por fim, a empresa pontuou que, tendo realizado a venda dos ativos móveis da companhia e a alienação parcial da InfraCo, irá exercer sua opção de recompra da dívida com os bancos e agências de fomento à exportação com desconto de 55 por cento.

E Eu Com Isso?

A decisão da Oi de segregação de ativos de infraestrutura óptica e abertura de capital dessa nova empresa (InfraCo) é positiva. Primeiramente, a alienação desses ativos proporcionará recursos importantes para revitalização da Oi e redução de seu endividamento, que permanece excessivamente elevado.

Nesse sentido, o plano de reestruturação indica que o comprador terá que pagar um preço mínimo de 6,5 bilhões de reais, assumir dívidas de 2,4 bilhões de reais e aportar 5 bilhões de reais na InfraCo. Essas cifras contribuirão para a reorganização da Oi e liquidação parcial de passivos com credores.

Outro aspecto positivo dessa estratégia é que os ativos de infraestrutura não serão mais consolidados contabilmente pela Oi, que terá uma participação remanescente de 49 por cento sem controle integral, e a InfraCo estará imune às imposições e restrições do processo de recuperação judicial. Desse modo, terá mais liberdade para atuação no mercado.

Por fim, cabe enfatizar que a segregação desses ativos também facilitará a celebração de contratos com outros clientes, especialmente empresas de telecom. Um provedor de infraestrutura neutro, não diretamente associado à Oi, terá vantagens comerciais para negociação de contratos para compartilhamento de rede com operadoras que precisem expandir rapidamente sua capacidade e cobertura. Essa questão ganhará relevância adicional à medida que avancem os investimentos em 5G, que requerem maior infraestrutura óptica e conexões com torres.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

Para ficar por dentro do universo dos investimentos de maneira prática, clique abaixo e inscreva-se gratuitamente!

e-eu-com-isso

Leia mais sobre a empresa: Oi leiloa divisão móvel (OIBR3/OIBR4).

O conteúdo foi útil para você? Compartilhe!

Recomendado para você

O investidor na sala de espera

Salas de espera podem ser muito relaxantes ou extremamente desconfortáveis. Pessoas ansiosas consideram aquele período de inatividade quase uma tortura. Quem precisa de um tempinho

Read More »

Ajudamos você a investir melhor, de forma simples​

Inscreva-se para receber as principais notícias do mercado financeiro pela manhã.