A Iguatemi (IGTA3) divulgou nesta terça-feira (26), após o fechamento dos mercados, o resultado do primeiro trimestre de 2020. Os números foram bastante afetados pela Covid-19, com queda expressiva nos seus principais indicadores operacionais e provisionamento de 75 por cento dos aluguéis referentes ao mês de março.
Ao contrário das outras empresas que optaram por “linearizar” os descontos nos aluguéis, a Iguatemi optou por fazer uma provisão para devedores duvidosos (PDD). A despeito da pandemia, os resultados foram regulares e em linha com as expectativas.
Os destaques negativos ficaram por conta da queda nos números operacionais. O indicador de Vendas Mesmas Lojas (SSS) recuou 9,6 por cento no período (desconsiderando os ativos vendidos no período), enquanto o Aluguel Mesmas Lojas (SSR) caiu 26,5 por cento. Contudo, considerando apenas os primeiros dois meses do ano, os números teriam registrado crescimento de 8,1 por cento e de 8,5 por cento, respectivamente.
O lucro líquido foi fortemente impactado tanto pela queda nos resultados da operação como pelo aumento na despesa com IR, que totalizou 28 milhões de reais (88 por cento a mais que no primeiro trimestre de 2019) devido a baixas no ativo fiscal diferido de 13 milhões de reais.
O destaque positivo foi taxa de ocupação de 94,1 por cento, subindo 0,4 ponto percentual na comparação com o no primeiro trimestre de 2019 e 0,1 ponto percentual na comparação com o último trimestre do ano passado.
Os números apresentados foram regulares e esperamos impacto neutro no preço das ações da Iguatemi (IGTA3) no curto prazo. Diante do cenário atual, são as notícias relacionadas à quarentena e a disseminação da Covid-19 que vem “fazendo preço” das ações de shoppings. Por outro lado, a visão para o médio e longo prazo é bastante positiva para o desempenho das ações.
A empresa consolidou um Ebitda de 103 milhões de reais no período, o que representa uma queda de 20,5 por cento na comparação com os três primeiros meses do ano passado, e perdas de 9,2 pontos percentuais na sua margem Ebitda, que fechou o período em 65,6 por cento.
O lucro líquido ajustado por itens que não afetam o caixa (FFO) foi de 49,5 milhões de reais, 43 por cento a menos que no resultado apresentado no mesmo período do último ano.
Os resultados foram fortemente impactados pelo fechamento das suas unidades a partir de 15 de março. A companhia adiou a cobrança de aluguel de março de todos os seus lojistas para outubro com parcelamento dos valores em 5 vezes.
Além disso, reduziu as taxas de condomínio de 10 por cento e março e de entre 40 e 50 por cento em abril. Também foram concedidos descontos entre 60 por cento e 100 por cento no fundo de promoção.
A companhia captou empréstimos na ordem de 360 milhões de reais no trimestre e fechou com caixa de 960,7 milhões de reais, com nível de endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda de 2,47 vezes. Os vencimentos de dívida no curto prazo (12 meses) somam apenas 121,5 milhões de reais.
A Conselho de Administração aprovou emissão de debêntures no valor de 300 milhões de reais ao custo de CDI mais 3 por cento ao ano, com prazo de anos, com objetivo de reforçar o seu caixa.
O catalisador das ações IGTA3 segue sendo a duração da quarentena nos grandes centros, bem como o ritmo de recuperação na confiança do consumidor e nas vendas do varejo físico.
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