Foi anunciado na terça-feira (11) a precificação do Initial Public Offering (IPO) da construtora nordestina Moura Dubeux a 19 reais por ação – exatamente no centro da faixa indicativa, que ia dos 17 aos 21 reais.
Dessa forma, a oferta movimentou o equivalente a 1,25 bilhão. Os recursos líquidos (após o pagamento dos coordenadores e das demais taxa) irá integralmente para o caixa da companhia, visto que a oferta é estritamente primária.
Os recursos terão a seguinte destinação: i) 90 por cento para pagamento de dívidas e 10 por cento para reforço de caixa. A empresa estreia na quinta-feira (13) as negociações na B3 através do código MDNE3.
O sucesso da oferta da construtora indica que o mercado segue com apetite para novas emissões e opções de investimento, mesmo que as empresas não apresentem fundamentos sólidos. O preço da oferta veio acima do esperado pela Levante. Acreditávamos que a oferta seria precificada na parte inferior da faixa indicativa, em 17 reais por ação.
A relação dívida líquida sobre patrimônio líquido da companhia é alta (9x) e ela amarga prejuízos há pelo menos quatro anos. Mesmo com o destaque na região onde atua, acreditamos que ela terá dificuldades em gerar retorno para o acionista no longo prazo. A relação risco e retorno não é convincente e por isso preferimos ficar fora dessa oferta.
Quase todos os recursos levantados serão destinados à quitação das dívidas da empresa com Banco do Brasil, Bradesco e Caixa. Curiosamente, as três instituições financeiras foram coordenadoras na oferta das ações.
Os investidores que participaram da oferta acreditam que com a redução da dívida a empresa conseguirá melhorar sua performance operacional e financeira. Preferimos que a companhia de sinais de melhora em seus resultados antes de voltarmos a analisar os papeis.
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