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Quais investimentos conservadores rendem mais que a poupança?

A poupança é a aplicação financeira mais tradicional e conhecida que existe no Brasil, além de ser considerada um porto seguro para as economias de milhões de pessoas, o que explica seu sucesso. Pesquisa da Anbima (Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais) mostra que 88% das pessoas que têm algum investimento optam pela poupança.

O problema é que ela rende muito pouco e, por vezes, chega a perder da inflação. A boa notícia é que você não precisa ficar preso a este investimento ruim. Existem outras modalidades que rendem mais e são tão seguras quanto a poupança. São aplicações financeiras, ou seja, opções que pagam um rendimento ao investidor, assim como a poupança.

Neste artigo, vamos conhecer algumas aplicações financeiras que rendem mais do que a poupança e saber como elas funcionam. Acompanhe!

Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um programa pelo qual as pessoas podem comprar títulos públicos do governo federal. Um título público é um “pedaço” da dívida do governo. Assim, quando você compra um está, na verdade, emprestando dinheiro ao governo que vai usar os recursos para investir no país, em infraestrutura, educação etc.

Em troca, o governo paga uma taxa de juros ao investidor, que vai ser o rendimento daquela aplicação financeira. É considerada uma opção de baixíssimo risco, já que o risco é o de o governo não honrar suas dívidas, o que é muito improvável.

Existem três tipos de títulos públicos no momento:

  • Tesouro Selic: paga ao investidor a variação da Selic, a taxa básica de juros do país;
  • Tesouro Prefixado: o investidor recebe um rendimento fixo que é conhecido no momento da aplicação;
  • Tesouro IPCA+: paga ao investidor uma taxa fixa mais a variação da inflação no período, medida pelo IPCA.

Diferentemente do que ocorre com a poupança, os títulos públicos sofrem incidência de Imposto de Renda. A alíquota do IR é regressiva, ou seja, quanto maior o tempo em que o dinheiro permanecer aplicado, menor é o percentual cobrado. A taxa começa com 22,5% para aplicações de até 180 dias e vai diminuindo até chegar em 15% para quem deixar o dinheiro investido por mais de 720 dias.

Ainda assim, o dinheiro rende mais do que na poupança. Isso porque a poupança paga ao investidor 70% da Selic mais a variação da TR (Taxa Referencial), que está zerada há alguns anos. Portanto, na prática a poupança rende apenas 70% da Selic. Com a taxa básica de juros em 4,5% ao ano (dado verificado em dezembro de 2019), o rendimento fica em apenas 3,15% ao ano.

Outra diferença importante é que os títulos públicos têm uma data de vencimento e você receberá o rendimento acordado se permanecer com o título até aquela data. Caso resolva vender antes, receberá o valor de mercado do título naquele momento.

CDB

Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são títulos emitidos por bancos. Aqui, você não empresta dinheiro para o governo federal, mas empresta para bancos, que igualmente te pagarão uma taxa de juros. Os grandes bancos costumam oferecer rendimentos menores do que os de porte médio e pequeno porque entendem que o risco de emprestar dinheiro para uma grande instituição financeira é menor que o de emprestar para uma menor.

É importante saber que os investidores podem recorrer a um seguro (ainda que você não deva contar com este fator na hora de realizar um investimento, é melhor fazer a melhor avaliação entre risco e retorno). Isso porque os CDBs são protegidos por um mecanismo que chama FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que reembolsa o investidor em até R$ 250 mil em caso de quebra da instituição financeira.

Assim como os títulos públicos, os CDBs podem ser pós-fixados, ou seja, terem seu rendimento atrelado à variação de um índice, prefixados ou híbridos, com uma parte prefixada e outra pós. O mais comum é que paguem ao investidor um percentual do CDI, que é a taxa de juros que os bancos praticam entre si em empréstimos de um dia e que é muito próximo à Selic.

Alguns CDBs têm liquidez diária, ou seja, podem ser resgatados a qualquer momento, enquanto outros exigem que o investidor deixe o dinheiro aplicado até a data de vencimento. Essa é uma informação importante e deve ser observada antes de aplicar, para evitar surpresas.

Em relação ao Imposto de Renda, funciona exatamente da mesma forma que nos títulos públicos, seguindo a tabela regressiva de renda fixa.

LCI e LCA

As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) também são emitidas por bancos. A principal diferença é que elas têm objetivos específicos. No caso das LCIs, o dinheiro captado com os investidores é usado para financiar o setor imobiliário e, na LCA, o agronegócio. Para o investidor, isso não faz, na verdade, nenhuma diferença.

O grande “charme” dessas aplicações é que elas são isentas de Imposto de Renda. A maioria das LCIs e LCAs também paga ao investidor um percentual do CDI. Aqui, é importante estar atento ao prazo, pois elas não têm liquidez diária. Assim, você vai ter que deixar o dinheiro lá até o vencimento da letra, então, não pode ser um recurso do qual você vai precisar no curto prazo. Outra vantagem das LCIs e LCAs é que elas também contam com a garantia do FGC.

Fundos de investimento em renda fixa

Um fundo de investimento funciona como um condomínio. O investidor compra cotas do fundo e existe um gestor que decide como aplicar o dinheiro. Os fundos que são comparáveis às aplicações que mencionamos são os fundos de renda fixa simples, que têm 95% do seu patrimônio líquido em títulos públicos federais ou privados com baixo risco de crédito, e os fundos de renda fixa indexados ao CDI, cujo rendimento, como o nome sugere, acompanha a variação desse índice.

Uma das principais vantagens desses fundos é que a maioria têm liquidez diária ou exigem poucos dias para serem resgatados.

Por outro lado, é preciso observar a taxa de administração que é cobrada dos investidores. Taxas altas corroem o rendimento e podem fazer com que a aplicação não compense. Por isso, é preciso pesquisar e comparar. Outro ponto é que os fundos de investimento não contam com a garantia do FGC.

Para os chamados fundos de longo prazo, a alíquota da IR é a mesma dos demais investimentos de renda fixa que citamos. A principal diferença é na forma de recolhimento, que ocorre pelo chamado “come-cotas”. Ele ocorre duas vezes ao ano (maio e novembro) e tem esse nome porque reduz o número de cotas que o investidor detém. Na prática, é como se o governo fizesse um resgate do valor de imposto devido.

Agora você já sabe quais aplicações rendem mais do que a poupança, mas cada uma têm riscos diferentes e você deve estar ciente de qual está correndo, além de quais são os prazos que deverá respeitar para ter o seu dinheiro de volta.

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