coronavírus – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Tue, 04 Jan 2022 13:52:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png coronavírus – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 A força dos indicadores https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-forca-dos-indicadores https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-forca-dos-indicadores#respond Tue, 04 Jan 2022 13:52:04 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35113 Os mercados vão retomando a tração após a pausa da virada do ano. Nesses momentos, além do trabalho diário de tentar medir o humor geral, os investidores prestam atenção aos indicadores econômicos. Isoladamente, poucos indicadores são importantes. No entanto, considerados em conjunto, eles podem ter uma influência razoável sobre os preços. E os números que… Read More »A força dos indicadores

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Os mercados vão retomando a tração após a pausa da virada do ano. Nesses momentos, além do trabalho diário de tentar medir o humor geral, os investidores prestam atenção aos indicadores econômicos. Isoladamente, poucos indicadores são importantes. No entanto, considerados em conjunto, eles podem ter uma influência razoável sobre os preços. E os números que foram divulgados na manhã desta terça-feira (04) mostram que pode haver motivo para otimismo.

Começando pela China. Na madrugada desta terça-feira, o instituto de pesquisa Caixin divulgou o índice dos gerentes de compras (Purchase Managers Index, PMI), de dezembro. O indicador subiu para 50,9 pontos no último mês de 2021, o maior nível desde junho do ano passado, após ter registrado 49,9 pontos em novembro.

Nesse indicador, que vai de zero a 100, resultados superiores a 50 indicam uma economia em expansão. Segundo a agência de notícias Reuters, a expectativa para o PMI Caixin de dezembro era de 50 pontos.

O que melhorou o resultado foi uma recuperação da oferta de produtos, que só foi possível devido à redução das restrições. O aumento dos preços de matérias-primas, que pesou sobre o setor, mostrou alívio recentemente em meio a esforços do governo para aumentar a oferta e estabilizar os preços.

Porém, a demanda interna chinesa também colaborou. Já as exportações, sempre um dos pilares da economia da China, colaboraram menos. As cadeias internacionais de comércio ainda permanecem um pouco travadas devido ao impacto da covid-19 em outros países e ao crescimento dos custos de logística por causa da escassez de contêineres.

Não foram apenas os números chineses que surpreenderam positivamente. Na Alemanha, as vendas no varejo aumentaram inesperadamente em novembro e atingiram o maior nível do ano. Isso ocorreu apesar de o governo ter renovado as restrições impostas pela Covid.

Segundo o Escritório Federal de Estatísticas, as vendas no varejo subiram 0,6% em novembro em termos reais. A projeção era de uma queda de 0,5%. A Alemanha proibiu a entrada de pessoas não vacinadas em estabelecimentos não essenciais. No acumulado de 2021, as vendas cresceram 0,9% em termos reais e 3,1% em termos nominais, atingindo máximos históricos apesar das restrições às visitas não essenciais às lojas.

A chamada regra 2G, que permite o acesso apenas a pessoas vacinadas ou recuperadas, afetou as vendas de Natal. A rápida disseminação da variante Ômicron agora parece estar prejudicando as perspectivas para os varejistas no início de 2022 também. Altas taxas de infecção durante a quarta onda de coronavírus na Alemanha, desencadeada no segundo trimestre do ano passado pela variante Delta, já haviam resultado em restrições para varejistas e prestadores de serviços.

O instituto alemão de pesquisa de mercado GfK disse no mês passado que o moral do consumidor se deterioraria ainda mais com a pandemia e o aumento da variante Ômicron levando a economia à beira da recessão.

O instituto Ifo informou esperar que a economia alemã encolha 0,5% no quarto trimestre de 2021 e permaneça estável nos três primeiros meses de 2022. Isso traria a Alemanha perto de uma recessão técnica, definida como dois trimestres consecutivos de contração. Por isso a surpresa com o indicador de novembro, divulgado nesta terça-feira.

E Eu Com Isso?

Os indicadores positivos na China e na Alemanha animaram os pregões. Os contratos futuros do índice americano S&P 500 estão iniciando a terça-feira em alta, com uma valorização mais expressiva do Ibovespa, que caiu durante a segunda-feira.

As notícias são positivas para a Bolsa.

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Leia também: Promessas de Ano Velho.

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FDA pode autorizar vacina em pílula contra a Covid https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/fda-pode-autorizar-vacina-em-pilula-contra-a-covid https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/fda-pode-autorizar-vacina-em-pilula-contra-a-covid#respond Wed, 22 Dec 2021 13:47:21 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35001 Segundo informações de mercado, a FDA (Food and Drug Administration) informou nesta terça-feira (21) que pode agilizar o processo de regulação da vacina em pílula chamada Paxlovid na busca do combate contra Covid-19 e suas variantes nos Estados Unidos. A pílula funciona de forma diferente para evitar que o vírus causador da Covid se espalhe.… Read More »FDA pode autorizar vacina em pílula contra a Covid

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Segundo informações de mercado, a FDA (Food and Drug Administration) informou nesta terça-feira (21) que pode agilizar o processo de regulação da vacina em pílula chamada Paxlovid na busca do combate contra Covid-19 e suas variantes nos Estados Unidos.

A pílula funciona de forma diferente para evitar que o vírus causador da Covid se espalhe. Mas o medicamento da Pfizer, Paxlovid, funcionou um pouco melhor em testes clínicos de pessoas infectadas com Covid.

Mesmo com a notícia animadora, o preço das ações das farmacêuticas Pfizer (PFE), Moderna (MRNA), Merck (MRK) fecharam no negativo, por conta do aumento de casos nos Estados Unidos. Somente em Nova Iorque, terceiro maior estado do país, a média diária de novos casos mais do que dobrou na semana que se encerrou no dia 17 de dezembro.

E Eu Com Isso?

Desde o início da pandemia em meados de novembro de 2019, grandes farmacêuticas como Pfizer (PFE), Moderna (MRNA), entre outras, tem se desdobrado na corrida de entregar uma vacina eficiente em um espaço de tempo relativamente curto no combate do Covid-19.

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Leia também: E se as vacinas não funcionarem mais?

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Ômicron assusta no Natal https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/omicron-assusta-no-natal https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/omicron-assusta-no-natal#respond Mon, 20 Dec 2021 13:20:30 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=34847 Tradicionalmente, as últimas semanas do ano são períodos de atividade reduzida nos mercados. Há dois bons motivos para isso. O primeiro é que, com o ano praticamente encerrado, os profissionais que administram recursos preferem não arriscar. Isso faz sentido. Se o resultado do período que está se encerrando foi positivo, não há motivo para arriscar… Read More »Ômicron assusta no Natal

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Tradicionalmente, as últimas semanas do ano são períodos de atividade reduzida nos mercados. Há dois bons motivos para isso. O primeiro é que, com o ano praticamente encerrado, os profissionais que administram recursos preferem não arriscar.

Isso faz sentido. Se o resultado do período que está se encerrando foi positivo, não há motivo para arriscar um desempenho bom. Resumidamente, a pergunta clássica: qual o potencial de ganho (upside) e qual o potencial de perda (downside)?

Se, ao contrário, os números não foram tão animadores, um movimento errado pode piorar ainda mais a situação. É recomendável, portanto, evitar os riscos, calibrar as posições, respirar fundo e começar a desenhar uma estratégia melhor para o ano que vem.

A contrapartida dessa propensão dos mercados a reduzir suas atividades nos últimos pregões do ano é que os preços podem ficar mais voláteis. Com menor liquidez, compras e vendas menores têm mais potencial para alterar os preços. Por isso, as notícias ruins do fim de semana vêm movimentando as cotações.

O recrudescimento da variante Ômicron do coronavírus na Europa assustou os investidores. Na Holanda, as autoridades anunciaram restrições severas na noite do domingo (19), que deverão perdurar até o dia 14 de janeiro. Apenas supermercados e lojas essenciais vão funcionar. As reuniões, ainda que familiares, estão restritas a duas pessoas. No Natal e no Ano Novo, apenas, o número sobe para quatro pessoas.

Com algumas alterações, esse é o panorama da Europa. No Reino Unido, o governo ainda está hesitando em fechar tudo, apesar do aumento significativo dos casos. No entanto, países como Alemanha e França estão impondo restrições a passageiros vindos das ilhas britânicas.

Do outro lado do Atlântico, o respeitado infectologista Anthony Fauci, principal assessor médico do presidente americano Joseph Biden, disse que as contaminações pela variante Ômicron estavam “se espalhando furiosamente” por todo o mundo. Ele acrescentou que, nas próximas semanas, os hospitais americanos voltarão a enfrentar uma situação de crise. “Temos muitas pessoas neste país que deveriam ter tomado a vacina, mas não tomaram”, e elas poderão lotar os hospitais.

Com tudo isso, os mercados iniciam a semana em baixa. Na Ásia, as ações caíram 2,1% em Tóquio e 1,9% em Seul. Na Europa, o índice alemão Dax é o mais afetado, com uma queda de 1,8% no fim da manhã (horário local). E nos Estados Unidos, os contratos futuros do índice S&P 500 estão em baixa de 1,2%.

E Eu Com Isso?

A semana se inicia com os contratos futuros do Ibovespa abrindo com uma queda superior a 1%, na esteira dos resultados ruins dos pregões internacionais provocados pelo temor de recrudescimento das medidas de restrição econômica.

As notícias são negativas para a bolsa.

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Leia também: Como o Banco Central vê a inflação.

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Powell vai antecipar o fim da festa e não é hora de vender https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/powell-vai-antecipar-o-fim-da-festa-e-nao-e-hora-de-vender https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/powell-vai-antecipar-o-fim-da-festa-e-nao-e-hora-de-vender#respond Wed, 01 Dec 2021 15:00:53 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=33636 Na terça-feira (30), Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, realizou a tradicional apresentação semestral diante de um comitê do Senado americano. É quando os presidentes do Federal Reserve buscam explicar com mais detalhes para os senadores como veem a economia e o que pretendem fazer a respeito. A rigor, Powell… Read More »Powell vai antecipar o fim da festa e não é hora de vender

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Na terça-feira (30), Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, realizou a tradicional apresentação semestral diante de um comitê do Senado americano. É quando os presidentes do Federal Reserve buscam explicar com mais detalhes para os senadores como veem a economia e o que pretendem fazer a respeito.

A rigor, Powell não disse nada muito diferente do que as Minutas da mais recente reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) haviam informado – que a inflação está muito elevada e que o Fed vai cumprir seu dever constitucional e agir para resolver o problema.

No entanto, como falou para mais pessoas além do restrito círculo de leitores das publicações do Fed, Powell sacudiu os mercados como só um presidente do BC americano consegue fazer.

Ele afirmou com todas as letras que, na próxima reunião do Fomc em dezembro, será discutida uma aceleração da retirada de estímulos à economia americana.

Desde o início da pandemia, o Fed vem comprando todos os meses US$ 120 bilhões em títulos públicos e lastreados por hipotecas para injetar dinheiro na economia.

Com isso, o balanço do Fed aumentou em US$ 4,5 trilhões, para US$ 8,7 trilhões. É dinheiro demais, mesmo para padrões americanos.

O que mudou?

Ainda em outubro, o Fed havia anunciado que começaria a reduzir essa compra em US$ 15 bilhões todos os meses a partir de novembro, zerando o programa até junho de 2022.

Porém, Powell afirmou em seu depoimento diante do Congresso que na próxima reunião do Fed, em dezembro, será discutida uma aceleração disso.

Ele não indicou valores. Porém, a expectativa dos investidores é que, na mais conservadora das hipóteses, a redução seja acelerada para US$ 30 bilhões por mês já em dezembro, o que encerraria o programa ainda em março. A data anterior era junho.

Por que esses três meses fazem tanta diferença?

Por um motivo simples: apesar de não haver nenhuma comunicação oficial por parte do Fed, é consenso nessa entidade chamada mercado que, assim que o programa estiver encerrado, o Fed terá liberdade para começar a elevar os juros.

Desde o início da pandemia as taxas americanas vêm sendo mantidas na prática em zero, o que provocou fortes elevações nos preços dos ativos financeiros e das commodities e justificou uma alta dos índices de inflação para os maiores níveis em 30 anos.

O remédio clássico para essa distorção é elevar os juros. Entretanto, os efeitos colaterais desse tratamento são bem conhecidos. O crédito fica mais caro e escasso, as pessoas têm menos dinheiro para gastar e as empresas faturam menos vendendo produtos e prestando serviços.

Ou seja, os lucros tendem a emagrecer e os investidores vendem ações devido à piora das expectativas. Foi o que ocorreu na terça-feira. O índice S&P 500 caiu quase 2% o Ibovespa recuou 0,87% após oscilar violentamente e, no pior momento do dia, rondar 100 mil pontos.

O que fazer?

Nesses momentos é muito fácil perder a cabeça e vender. O clássico erro de estratégia de tentar deter um prejuízo que, na prática, não existe, ao menos no regime de caixa. Explicando: suponha que você comprou 100 ações da companhia A por R$ 10 cada. Sua posição vale mil reais. Em uma turbulência, as cotações recuam para R$ 9 e sua posição passa a valer R$ 900. Você perdeu 100 reais? Na prática, não. Você comprou 100 ações e permanece com 100 ações. Se não vender nenhuma ação e as cotações voltarem para R$ 10, essa variação de preços não terá tido nenhum efeito sobre o seu patrimônio. Porém, se você vender as ações a R$ 9, você terá realizado o prejuízo. E realizado aqui significa tornar esse prejuízo real, concreto.

Se o valor do seu portfólio encolheu com as quedas das últimas semanas e chegou ao mínimo do ano no pregão da terça-feira, desesperar-se não parece ser a melhor postura. Apesar de observar os números encolhendo em sua planilha, pense que o número de ações permanece o mesmo. E na opinião dos analistas da Levante Ideias de Investimentos, a alavancagem operacional das empresas, ou seja, os ganhos de eficiência obtidos durante a pandemia vão garantir bons resultados por vários trimestres – desde que a mudança do cenário não tenha sido forte a ponto de prejudicar os fundamentos da companhia. Então vale lembrar o velho provérbio escocês: em uma tragédia, alguns choram e outros vendem lenços.

E Eu Com Isso?

Em uma reação à queda da véspera, os contratos futuros do Ibovespa e também os contratos futuros do índice americano S&P 500 iniciam o dia em alta. No entanto, o mercado está sujeito a uma volatilidade elevada devido às incertezas com relação à variante Ômicron do coronavírus.

As notícias são positivas para o mercado em um clima de forte volatilidade.

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Leia também: E se as vacinas não funcionarem mais?

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E se as vacinas não funcionarem mais? https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/e-se-as-vacinas-nao-funcionarem-mais https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/e-se-as-vacinas-nao-funcionarem-mais#respond Tue, 30 Nov 2021 14:30:17 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=33605 As declarações de Stéphane Bancel, principal executivo do laboratório americano Moderna, estão provocando fortes solavancos nos mercados internacionais na manhã desta terça-feira (30). Em média, os principais índices europeus recuam 1,5%. Em uma entrevista ao jornal “Financial Times”, Bancel disse que a vacina desenvolvida pelo laboratório para a variante Delta do coronavírus mostrou uma “forte… Read More »E se as vacinas não funcionarem mais?

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As declarações de Stéphane Bancel, principal executivo do laboratório americano Moderna, estão provocando fortes solavancos nos mercados internacionais na manhã desta terça-feira (30). Em média, os principais índices europeus recuam 1,5%.

Em uma entrevista ao jornal “Financial Times”, Bancel disse que a vacina desenvolvida pelo laboratório para a variante Delta do coronavírus mostrou uma “forte queda na eficácia” contra a variante Ômicron. Traduzindo, a nova cepa pode provocar ondas de contaminação equivalentes às causadas pela cepa Alfa, que deu origem à pandemia no início de 2020.

Quando a pandemia surgiu, há quase dois anos, o principal problema era que não havia remédios. A única solução para impedir milhões de mortes foram as medidas de restrição. Seus impactos são sentidos até agora. Por exemplo, nos resultados das seguradoras e das empresas de saúde, na alta dos preços dos carros usados e nas alterações na oferta e na demanda globais devido à interrupção das correntes de comércio.

O desenvolvimento de várias vacinas não ocorreu a tempo para salvar todas as vidas e todas as empresas, mas fez as economias caminharem para algo parecido com a normalidade.

Agora, a nova variante surgida na África do Sul ameaça fazer a situação regredir aos primeiros tempos da pandemia, com lockdown e desabastecimento. Com vários agravantes, dentre eles a exaustão psicológica e econômica das pessoas.

As incertezas aumentam. Bancel disse à rede de notícias econômicas CNBC que pode levar “meses” até o Moderna começar a produzir vacinas destinadas a combater a nova cepa. E a OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que pode demorar algumas semanas até que a comunidade científica conclua qual a letalidade da variante Ômicron.

Os cientistas estão convencidos de que ela é bem mais contagiosa do que as anteriores. Então, há uma “esperança” de que, em função disso, ela seja menos letal, o que vai dispensar as autoridades de baixar novas medidas de restrição.

No entanto, enquanto há apenas incertezas, os investidores embutem a incerteza adicional nos preços, movendo cotações de ações, de moedas e de títulos do governo.

Indicadores

A taxa de desocupação recuou para 12,6% no terceiro trimestre deste ano, uma redução de 1,6 ponto percentual frente ao segundo trimestre.

Com isso, o número de pessoas em busca de emprego no país caiu para 13,5 milhões (-9,3%). Já os ocupados chegaram a 93,0 milhões, com crescimento de 4,0%.

Os dados são da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

E Eu Com Isso?

A terça-feira começa marcada pela volatilidade devido às declarações do presidente do laboratório Moderna e às indefinições com relação à variante Ômicron do coronavírus.

As notícias são negativas para o mercado em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Qual o risco do “novo” novo coronavírus?

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A variante Ômicron e o medo do investidor https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-variante-omicron-e-o-medo-do-investidor https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-variante-omicron-e-o-medo-do-investidor#respond Mon, 29 Nov 2021 14:23:47 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=33563 Ao tomar posse da Presidência dos Estados Unidos, em 4 de março de 1933, o democrata Franklin Roosevelt iniciou seu discurso com uma frase que ficou famosa. “Nada temos a temer, exceto o próprio medo”, disse Roosevelt. A explicação é que o medo paralisa os esforços. E pode levar à tomada de decisões insensatas, especialmente… Read More »A variante Ômicron e o medo do investidor

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Ao tomar posse da Presidência dos Estados Unidos, em 4 de março de 1933, o democrata Franklin Roosevelt iniciou seu discurso com uma frase que ficou famosa. “Nada temos a temer, exceto o próprio medo”, disse Roosevelt. A explicação é que o medo paralisa os esforços. E pode levar à tomada de decisões insensatas, especialmente quando o assunto são investimentos.

A frase de Roosevelt é uma boa paráfrase da volatilidade provocada nos mercados na sexta-feira (26) devido à descoberta da Ômicron, nova variante do coronavírus detectada na África do Sul. O temor dos cientistas e dos médicos é que essa variante seja muito mais contagiosa do que a Delta, que causou turbulência nos mercados no início deste ano.

Na manhã desta segunda-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu que a Ômicron representa um risco global “muito alto” e alertou que surtos causados por essa variante podem ter “consequências graves” para algumas áreas. “A probabilidade de disseminação potencial da Ômicron em nível global é alta”, disse a OMS. No entanto, a Organização afirmou que ainda existem incertezas e incógnitas consideráveis.

Em primeiro lugar, os especialistas ainda não sabem o quão transmissível é a variante. Em segundo lugar, há incerteza sobre quão bem as vacinas protegem contra infecção, transmissão e doenças clínicas de diferentes graus de gravidade e morte. E, em terceiro lugar, há incerteza sobre se a variante apresenta um perfil de gravidade diferente da Delta e das demais cepas. Segundo a OMS, pode demorar semanas para obter essas respostas.

Os primeiros dados sugerem que a variante está se espalhando na África do Sul mais rapidamente do que as variantes anteriores e que a variante pode estar começando a desencadear uma nova onda de infecções.

No entanto, os sintomas de Covid associados ao Ômicron foram descritos como “extremamente leves” pelo médico sul-africano que primeiro deu o alarme sobre a nova cepa.

O problema é que tudo isso são especulações, hipóteses, incertezas. E no mundo concreto do mercado financeiro, incerteza faz preço. Foi o que ocorreu na sexta-feira (26). Contudo, voltando a Roosevelt, a queda das ações e a deterioração das expectativas pode ter sido amplificada pelas condições pontuais do mercado.

Em momentos de oscilações muito fortes, a volatilidade acaba se autoalimentando. O investidor resgata suas aplicações. O gestor tem de vender ativos para fazer frente aos resgates. Os preços caem. Mais investidores resgatam. O gestor de fazer novas vendas. Os preços voltam a cair. E esse movimento se estende além do que seria razoável.

A sexta-feira foi um dia de liquidez reduzida. Na véspera o mercado americano havia reduzido suas atividades devido ao Dia de Ação de Graças. Assim, qualquer movimento de compra ou de venda teria um impacto proporcionalmente maior nos preços.

Há muitas dúvidas e poucas certezas com relação à Ômicron. Sabe-se que ela tem potencial para ser mais eficiente em se transmitir de uma pessoa para outra do que as variantes mais comuns.

Essa característica tem um impacto potencialmente catastrófico na economia, pois pode obrigar as autoridades a renovar as medidas de isolamento e de distanciamento social.

No entanto, o surgimento da Delta indicou que o aumento da eficiência no contágio foi acompanhado de uma redução na letalidade do vírus. Ou, resumindo: ele se espalha mais depressa, mas faz menos vítimas. O que pode, teoricamente, reduzir seu impacto negativo sobre a economia.

Indicadores

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) desacelerou para 0,02% em novembro, após alta de 0,64% no mês anterior.

Com este resultado, o índice acumula alta de 16,77% no ano e de 17,89% em 12 meses. Em novembro de 2020, o índice havia subido 3,28% e acumulava alta de 24,52% em 12 meses.

A principal causa da desaceleração foram as quedas nos preços de commodities como minério de ferro, cujos preços recuaram 15,15% após terem caído 8,47% em outubro.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) caiu 0,29% em novembro, após alta de 0,53% em outubro. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 0,93% em novembro, ante 1,05% em outubro. Os preços do diesel subiram 9,96% após terem avançado 6,61% em outubro e os da gasolina subiram 10,17% (alta de 2,79% em outubro).

E Eu Com Isso?

A semana se inicia com fortes altas nos contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500, em uma reação às quedas da sexta-feira. No entanto, o pregão poderá apresentar uma volatilidade elevada devido às notícias sobre a nova variante do coronavírus.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Qual o risco do “novo” novo coronavírus?

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O fim do “crescimento chinês”? https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fim-do-crescimento-chines https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fim-do-crescimento-chines#respond Mon, 18 Oct 2021 13:43:48 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=31989 A expressão “crescimento chinês” tornou-se um lugar comum nos últimos tempos. Quando um país ou uma empresa apresenta uma expansão significativa e contínua em seus resultados, esse crescimento é considerado “chinês”. A comparação deve-se ao sistemático avanço do PIB (Produto Interno Bruto) da China nas últimas décadas. Desde o início dos anos 1980, a China… Read More »O fim do “crescimento chinês”?

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A expressão “crescimento chinês” tornou-se um lugar comum nos últimos tempos. Quando um país ou uma empresa apresenta uma expansão significativa e contínua em seus resultados, esse crescimento é considerado “chinês”. A comparação deve-se ao sistemático avanço do PIB (Produto Interno Bruto) da China nas últimas décadas.

Desde o início dos anos 1980, a China vem adotando práticas empresariais e capitalistas que destravaram sua economia e sua renda. Por isso, atualmente, seu Produto Interno Bruto é o segundo do mundo.

Em 2020, o PIB chinês estava estimado em US$ 14,7 trilhões. Ainda longe dos 20,9 trilhões do PIB americano no ano passado, mas grande o suficiente para fazer diferença na economia global.

Por isso, a atenção com que os investidores observaram a divulgação, na manhã desta segunda-feira (18), de um crescimento de “apenas” 4,9% no PIB chinês no terceiro trimestre em comparação com 2020. Embora esse número seja capaz de matar de inveja qualquer ministro da Fazenda do Ocidente (ou mesmo da Ásia), o resultado foi encarado com preocupação.

No segundo trimestre, o avanço em relação ao mesmo período de 2020 havia sido de 7,9%. A China já não desfrutaria de um crescimento chinês? E, se isso for verdade, qual o impacto sobre a economia brasileira e sobre os investimentos?

Essas perguntas merecem uma resposta um pouco mais elaborada. O crescimento chinês está baseado em dois grandes pilares. Um deles é externo, com a China se tornando o fornecedor industrial do mundo. Outro é interno. A população chinesa é enorme e era, há algumas décadas, predominantemente rural. Boa parte do crescimento veio de um processo de urbanização que criou cidades gigantescas e incorporadoras igualmente gigantescas. O país construiu apartamentos espaçosos em arranha-céus modernos para centenas de milhões de pessoas, que demandam quantidades astronômicas de cimento, minério de ferro, petróleo e soja para movimentar tudo isso.

Agora, o mercado imobiliário – em particular, a dívida que os incorporadores e compradores de imóveis acumularam – é uma grande ameaça ao crescimento.

A maior incorporadora chinesa, Evergrande, enfrenta uma séria escassez de dinheiro que já está afetando a economia. E, excluindo-se o petróleo, os demais produtos são muito relevantes para a exportação brasileira.

Crise à vista? Nem tanto.

Observando-se os números, é possível perceber que a produção industrial, o esteio do crescimento da China, caiu muito em setembro, registrando o pior desempenho desde os primeiros dias da pandemia.

Por outro lado, o consumo interno não perdeu seu ritmo. As vendas no varejo aumentaram 4,4% em setembro em relação ao ano anterior. E as famílias voltaram a gastar dinheiro em refeições em restaurantes e outros serviços em setembro, pois as autoridades chinesas foram bem-sucedidas em conter pequenos surtos do coronavírus.

A própria desaceleração industrial tem de ser observada com mais cautela. Os números, de fato, pioraram. No entanto, o setor foi prejudicado pela iniciativa chinesa de tentar produzir mais energia “limpa”, que não depende da queima de petróleo e de carvão, o que elevou os preços da eletricidade e afetou o setor industrial.

Qual a conclusão de tudo isso?

Apesar da baixa no PIB do terceiro trimestre, a economia chinesa ainda aparenta manter razoavelmente sua vitalidade.

Na avaliação dos analistas da Levante Ideias de Investimentos, está havendo uma convergência suave para um estado estacionário, de crescimento mais lento, mas longe de uma crise devastadora como se teme.

E Eu Com Isso?

A semana começa com os mercados em baixa. Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 recuam devido às más notícias econômicas na China e, no caso brasileiro, devido às incertezas de Brasília.

No entanto, não se descarta uma reversão da tendência.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: China: Regulação na listagem das companhias.

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Problemas perversos | Política sem Aspas https://levanteideias.com.br/politica-sem-aspas/problemas-perversos https://levanteideias.com.br/politica-sem-aspas/problemas-perversos#respond Fri, 08 Oct 2021 23:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=31773 Bem, já chegamos ao quarto e último trimestre de 2021 – ano que, com o perdão de soar muito clichê, teve um ritmo muito acelerado. Até parece que discutíamos ontem os males da pandemia de Covid-19, ou mesmo cultivávamos aquela ansiedade de chegar a vez para imunizar contra o vírus. Entretanto, o registro da primeira… Read More »Problemas perversos | Política sem Aspas

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Bem, já chegamos ao quarto e último trimestre de 2021 – ano que, com o perdão de soar muito clichê, teve um ritmo muito acelerado. Até parece que discutíamos ontem os males da pandemia de Covid-19, ou mesmo cultivávamos aquela ansiedade de chegar a vez para imunizar contra o vírus. Entretanto, o registro da primeira brasileira, a enfermeira Mônica Calazans, a ser vacinada data do dia 17 janeiro.

Talvez pelos tempos estranhos, talvez pela enxurrada de notícias que assolou o mercado financeiro, fato é que este ano foi bastante movimentado. Basta observar a volatilidade da bolsa brasileira e os diferentes temas discutidos pelo mercado, desde a inflação da retomada econômica desigual, passando por crises energéticas globais, CPIs e ruídos políticos, até mesmo a cambaleante janela para abertura de capital de companhias – ora extremamente propícia, ora completamente restrita.

Há quem argumente que esse bombardeio constante de informações e eventos é muito mais sintoma da nossa sociedade contemporânea, cujas informações circulam com celeridade inédita, do que, de fato, maiores agitações de cunho social, político, cultural, econômico e afins.

Acredito, porém, que estamos atravessando tempos realmente difíceis, em que o eixo de atritos saiu do âmbito militar e hegemônico – como foi durante todo o século XX, com sua respectiva coleção de guerras e conflitos armados – e passou para os “wicked problems” (aqui, pego emprestado este conceito que é muito usado na administração pública para descrever nas dificuldades quando da formulação de políticas a partir de informações incompletas, mutáveis e/ou contraditórias). A nova era traz adversários imprevisíveis, imponentes, invisíveis e potencialmente irremediáveis (pelo menos, até que se descubra uma cura). Com eles, problemas perversos (na tradução adaptada) e seus desafios multifacetados.

Tomemos como exemplo a discussão acerca das matrizes energéticas espalhadas ao redor do globo e as recentes carências de recursos como carvão, gás natural e até chuvas. Com o advento das discussões sobre desenvolvimento sustentável e o papel da geração de energia sendo um dos pilares das mudanças apregoadas pela agenda ESG (Environmental, Social and Governance), muitos países passaram a investir em matrizes renováveis com o intuito de acelerar a chamada transição energética – de fontes mais poluentes para aquelas com baixo impacto ambiental.

Considerado um cisne negro, o coronavírus acabou deprimindo fortemente todas as economias globais e, assim como em um efeito-mola, o pós-Covid ficou marcado por uma das mais rápidas e intensas recuperações econômicas. Naturalmente mais líquida, a demanda foi retomada com força, mas a oferta – de dinâmica mais morosa – sofreu com muitos gargalos, especialmente no que se refere às matérias-primas e bens intermediários.

Nesse contexto de desarranjo, uma das limitações ao crescimento se manifestou na energia elétrica e abriu espaço para a subida de tom crítico sobre a agenda ESG. Na base crítica do movimento de transição das matrizes de energia está o argumento de que muitos países comprometidos com metas temporais para tais mudanças ainda estão longe de serem autossuficientes.

Assim sendo, a suposta pressão por uma economia mais sustentável estaria criando um grande problema de oferta de energia, colocando em risco as economias mundiais. É verdadeiro, entretanto, que as súplicas por uma economia mais sustentável e a busca por um crescimento menos predatório já são demandas que atravessam décadas e governos; chuvas e secas; crises e pujanças econômicas.

Aliás, o relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão ligado à ONU, alerta para a real possibilidade de transgressão dos limites em que efeitos climáticos ainda seriam reversíveis. A própria deterioração das condições dos ecossistemas mundiais retrata bem os desafios latentes do século XXI.

Antes fosse o nosso único wicked problem. Há de se pensar de maneira mais ampla em como chegaremos ao fim deste século em termos geopolíticos: os choques culturais, presentes em um mundo globalizado, trouxeram no passado recente mais embates do que soluções. Se, por um lado, não presenciamos mais guerras de grandes proporções, os conflitos regionais são a nova trilha sonora para o atraso civilizatório e experiências como a Primavera Árabe e as invasões americanas no Oriente Médio ficarão na história como tentativas fracassadas de implementar a democracia liberal na parte oriental do globo.

Aproveitando o gancho sobre democracia liberal e conflitos, um dos sintomas da contemporaneidade também diz respeito aos sistemas de governo e representação política. Segundo estudo do Pew Research Center, realizado em 2019 com cidadãos de 34 diferentes nações dos cinco continentes, 52% dos entrevistados não está satisfeito com a democracia, 64% discordam que os representantes eleitos se importam com o que eles pensam e 50% discordam que o(s) Estado(s) é administrado para o bem de todos.

Na literatura especializada, fala-se em recessão democrática e recessão democrática (ou ainda, de-democratização) como um fenômeno que explica a conjuntura política da atualidade. Na prática, o que vemos é a preferência do eleitorado migrar para líderes populistas, independentemente de posição no espectro político, retroalimentando uma agenda antidemocrática e anti pluralista (ver Bauer e Becker).

São trinta anos desde o fim da União Soviética, que decretou a vitória do projeto estadunidense de poder e conferiu aos EUA a hegemonia geopolítica global. Três décadas é um período muito curto, mas nesse caso foi suficiente para colocar em xeque o modelo americano de sociedade – inclusive temos a prova empírica para chamar de nossa, vide os 33 anos de Constituição Federal e o caráter (ainda) neófito da democracia brasileira.

Além da frustração geral com o “sonho americano”, o poderio americano também encontra-se ameaçado já há algum tempo, com a gigantesca China crescendo a números descomunais e um governo centralizado, autoritário e muito ambicioso. Esse é, talvez, o maior risco político do século XXI: até quando as duas potências poderão conviver?

Tudo isso sem falar nos tradicionais problemas perversos que surgiram no seio da nossa sociedade moderna e persistem até hoje: miséria, intolerância e preconceito, fome crônica e desigualdade de oportunidades – apenas para citar alguns. Vale lembrar que John Rawls, professor de filosofia da Universidade de Harvard e um dos maiores pensadores do século passado, nasceu exatamente há 100 anos (!!!) e, há 50 anos, lançava o disruptivo tratado dedicado aos fundamentos morais da justiça distributiva, Uma Teoria da Justiça.

Engana-se quem não observa estas incertezas com uma lente abrangente. Apesar do tom mais abstrato do artigo de hoje, é bom ressalvar que, inseridos em uma dinâmica econômica globalizada e sujeitos a riscos – sejam eles sistêmicos ou diversificáveis –, mercados financeiros têm muito a ver com o que será do século XXI.

Os mais céticos afirmariam que a contradição desta nova página da história está justamente ilustrada pelos tratados, descobertas, pesquisas e todos os outros avanços intelectuais: nunca tivemos tanta dificuldade em progredir com tanto insumo disponível. Prefiro olhar para o copo meio cheio a partir da gigantesca barreira vem sendo, aos poucos, superada: o coronavírus, em que pese seus estragos – irreversíveis, em muitos casos – foi mais um teste para o atual sistema, que se provou resiliente quando posto sob estresse.

Leia a minha última coluna para ficar por dentro do que movimenta Brasília: O embate tucano | Política sem Aspas.

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Nova variante e petróleo derrubam Ibovespa https://levanteideias.com.br/artigos/nova-variante-e-petroleo-derrubam-ibovespa https://levanteideias.com.br/artigos/nova-variante-e-petroleo-derrubam-ibovespa#respond Mon, 19 Jul 2021 21:41:44 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=28038 O Ibovespa fechou o dia em queda de 1,24%, aos 124.394 pontos, após um aumento do temor global em relação à variante Delta da Covid-19, que pode gerar novas restrições mundo afora e atrasar a recuperação econômica global e também com a queda brusca no preço do petróleo. Nos EUA, o índice S&P 500 caiu… Read More »Nova variante e petróleo derrubam Ibovespa

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O Ibovespa fechou o dia em queda de 1,24%, aos 124.394 pontos, após um aumento do temor global em relação à variante Delta da Covid-19, que pode gerar novas restrições mundo afora e atrasar a recuperação econômica global e também com a queda brusca no preço do petróleo.

Nos EUA, o índice S&P 500 caiu 1,4% com esse mesmo temor.

A Opep chegou a um acordo para aumentar gradualmente a produção de Petróleo, o que levou a uma queda de cerca de 7% no petróleo Brent.

O VIX, famoso “índice do medo” americano chegou a subir 33% no dia de hoje.

Já o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,25, com alta de 2,64%.

O minério de Ferro teve leve alta de 0,18%, ficando a US$ 221,04 a tonelada, se mantendo próximo às altas históricas.

Maiores altas e baixas do dia (19/07)

A maior alta do dia ficou com a Rumo (RAIL3), com alta de 2,0% após a companhia demonstrar interesse em uma nova ferrovia no Mato Grosso.

Também em alta, a Locaweb (LWSA3) subiu 1,4%, após declarações dos executivos de que a empresa ainda busca novas oportunidades de aquisição, mesmo após dez aquisições feitas desde fevereiro de 2020.

A empresa ainda conta com mais de R$1,5 bi em caixa. Dentre as ações relevantes, essas foram as únicas altas acima de 1%.

As maiores baixas do dia foram da LAME4, vencedora de nossa enquete no telegram, e da estreante AMER3, com quedas de mais de 7%, após movimento de realização de lucros com a conclusão da reestruturação das companhias.

Os investidores com ações LAME4 receberam 0,18 ações AMER3 para cada ação que possuíam.

Acreditamos que o movimento ocorreu como uma realização de lucros após uma alta de mais de 5% das ações LAME4 no pregão de sexta-feira. Vale notar que o valor das ações LAME4 passou por correção após a distribuição.

Também tiveram baixas expressivas no dia as ações afetadas pela queda do petróleo, como a PetroRio, que caiu 4,35%, e as ações afetadas pela propagação da variante Delta, como a Gol e CVC, que caíram 3,61% e 3,43%, respectivamente.

Fechamento do mercado

Veja abaixo os principais números do fechamento de hoje:

Ibovespa -1,24% 124.395 pontos
Dólar +2,64% R$ 5,25
Euro +2,58% R$ 6,19
Bitcoin -0,34% R$ 162.453,47
Ação que mais subiu: RAIL3 +2,00%
Ação que mais desceu: AMER3 -8,94%

Para saber tudo sobre o que movimentou os mercados nesta segunda-feira, 19, com as informações acima e mais, veja o nosso último vídeo do nosso canal no Youtube, com o Analista Rodrigo Carneiro:

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Covid-19 volta ao radar https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/covid-19-volta-ao-radar https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/covid-19-volta-ao-radar#respond Mon, 19 Jul 2021 14:22:49 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=28032 O mês de julho é tradicionalmente mais fraco no mercado. O alto verão no Hemisfério Norte é um período de férias, o que reduz os negócios, Wall Street incluída. Como a liquidez diminui, os movimentos de preços tendem a ser amplificados. Por isso, a preocupação com a volta dos casos de infecção pela variante Delta… Read More »Covid-19 volta ao radar

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O mês de julho é tradicionalmente mais fraco no mercado. O alto verão no Hemisfério Norte é um período de férias, o que reduz os negócios, Wall Street incluída.

Como a liquidez diminui, os movimentos de preços tendem a ser amplificados. Por isso, a preocupação com a volta dos casos de infecção pela variante Delta do coronavírus está provocando um forte movimento de queda no início dos negócios.

Os contratos futuros do índice americano S&P 500 estão em baixa de mais de 1%, com temores de que um novo aumento dos casos de contaminação possa truncar o movimento de recuperação da economia.

Além do mercado acionário, o rendimento dos títulos de dez anos do Tesouro americano voltou a recuar e está ao redor de 1,2% ao ano, também devido a temores de desaquecimento da economia.

No entanto, os juros também estão caindo devido à baixa das cotações do petróleo.

A Organização dos Países Produtores de Petróleo e a Rússia, conhecida como Opep+, fechou um acordo no domingo (18) para aumentar a produção de petróleo em 5,8 milhões de barris por dia até setembro de 2022.

O grupo concordou em aumentar a produção em 400 mil barris por dia todos os meses a partir de agosto, em um momento em que os preços da commodity chegaram aos maiores níveis em mais de dois anos.

Com isso, as cotações do petróleo caíram 2,13% durante as negociações nos mercados asiáticos.

O barril do petróleo Brent, referência para o mercado europeu e para a Petrobras, era negociado durante a madrugada por US$ 72,02 por barril.

Já o barril do petróleo tipo West Texas Intermediate, referência para os Estados Unidos, estava em queda de 2,09% para US$ 70,31 por barril.

O acordo entre os países-membros da Opep+ veio depois de longas negociações. A incerteza deixou muitos participantes do mercado temerosos de que uma competição entre os países produtores levasse a uma produção desenfreada.

Porém, o resultado das negociações afastou esse risco.

No ano passado, a queda da demanda provocada pela redução das viagens derrubou os preços do petróleo.

A distorção foi tão grande que os contratos futuros do petróleo WTI chegaram a ser negociados por valores negativos, e o petróleo Brent caiu para o nível mais baixo em quase duas décadas.

Para impedir uma ruptura no mercado, a Opep+ concordou em reduzir a produção em cerca de 10 milhões de barris por dia entre maio de 2020 a abril de 2022.

Porém, a política monetária frouxa nos Estados Unidos e na Europa inundou o mercado de dinheiro, levando a uma alta das commodities que pressiona a inflação.

Relatórios Focus 

A edição mais recente do relatório Focus, divulgada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (19), mostra uma elevação das projeções de inflação de 2021 para 6,31%, ante 6,11% da edição anterior.

As estimativas para a taxa referencial Selic em dezembro avançaram para 6,75% ante os 6,63% da semana anterior. E o crescimento esperado da economia aumentou levemente para 5,27%, ante 5,26% da semana anterior.

E Eu Com Isso?

A retomada da preocupação com a covid devido ao aumento do número de infectados com a variante delta está provocando uma pressão de baixa no mercado.

Os contratos futuros de Ibovespa estão em queda de 1,3%, e os do índice americano S&P 500 recuam mais de 1%.

As notícias são negativas para a bolsa.

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Leia também: Otimismo pesa mais que o pessimismo.

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