Levante Ideias - Economia China

O fim do “crescimento chinês”?

A expressão “crescimento chinês” tornou-se um lugar comum nos últimos tempos. Quando um país ou uma empresa apresenta uma expansão significativa e contínua em seus resultados, esse crescimento é considerado “chinês”. A comparação deve-se ao sistemático avanço do PIB (Produto Interno Bruto) da China nas últimas décadas.

Desde o início dos anos 1980, a China vem adotando práticas empresariais e capitalistas que destravaram sua economia e sua renda. Por isso, atualmente, seu Produto Interno Bruto é o segundo do mundo.

Em 2020, o PIB chinês estava estimado em US$ 14,7 trilhões. Ainda longe dos 20,9 trilhões do PIB americano no ano passado, mas grande o suficiente para fazer diferença na economia global.

Por isso, a atenção com que os investidores observaram a divulgação, na manhã desta segunda-feira (18), de um crescimento de “apenas” 4,9% no PIB chinês no terceiro trimestre em comparação com 2020. Embora esse número seja capaz de matar de inveja qualquer ministro da Fazenda do Ocidente (ou mesmo da Ásia), o resultado foi encarado com preocupação.

No segundo trimestre, o avanço em relação ao mesmo período de 2020 havia sido de 7,9%. A China já não desfrutaria de um crescimento chinês? E, se isso for verdade, qual o impacto sobre a economia brasileira e sobre os investimentos?

Essas perguntas merecem uma resposta um pouco mais elaborada. O crescimento chinês está baseado em dois grandes pilares. Um deles é externo, com a China se tornando o fornecedor industrial do mundo. Outro é interno. A população chinesa é enorme e era, há algumas décadas, predominantemente rural. Boa parte do crescimento veio de um processo de urbanização que criou cidades gigantescas e incorporadoras igualmente gigantescas. O país construiu apartamentos espaçosos em arranha-céus modernos para centenas de milhões de pessoas, que demandam quantidades astronômicas de cimento, minério de ferro, petróleo e soja para movimentar tudo isso.

Agora, o mercado imobiliário – em particular, a dívida que os incorporadores e compradores de imóveis acumularam – é uma grande ameaça ao crescimento.

A maior incorporadora chinesa, Evergrande, enfrenta uma séria escassez de dinheiro que já está afetando a economia. E, excluindo-se o petróleo, os demais produtos são muito relevantes para a exportação brasileira.

Crise à vista? Nem tanto.

Observando-se os números, é possível perceber que a produção industrial, o esteio do crescimento da China, caiu muito em setembro, registrando o pior desempenho desde os primeiros dias da pandemia.

Por outro lado, o consumo interno não perdeu seu ritmo. As vendas no varejo aumentaram 4,4% em setembro em relação ao ano anterior. E as famílias voltaram a gastar dinheiro em refeições em restaurantes e outros serviços em setembro, pois as autoridades chinesas foram bem-sucedidas em conter pequenos surtos do coronavírus.

A própria desaceleração industrial tem de ser observada com mais cautela. Os números, de fato, pioraram. No entanto, o setor foi prejudicado pela iniciativa chinesa de tentar produzir mais energia “limpa”, que não depende da queima de petróleo e de carvão, o que elevou os preços da eletricidade e afetou o setor industrial.

Qual a conclusão de tudo isso?

Apesar da baixa no PIB do terceiro trimestre, a economia chinesa ainda aparenta manter razoavelmente sua vitalidade.

Na avaliação dos analistas da Levante Ideias de Investimentos, está havendo uma convergência suave para um estado estacionário, de crescimento mais lento, mas longe de uma crise devastadora como se teme.

E Eu Com Isso?

A semana começa com os mercados em baixa. Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 recuam devido às más notícias econômicas na China e, no caso brasileiro, devido às incertezas de Brasília.

No entanto, não se descarta uma reversão da tendência.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: China: Regulação na listagem das companhias.

O conteúdo foi útil para você? Compartilhe!

Recomendado para você

Crypto 101

DeFi: O Melhor Setor para Investir Agora?

Participe da Comunidade Levante Crypto agora mesmo e fique por dentro das principais notícias desse mercado: https://lvnt.app/uvwfup

Estamos em um novo ciclo das criptomoedas, e cada segundo que passa fica mais importante descobrir quais são as melhores moedas para investir, e quais são aquelas que você deve ignorar.

Por isso, no Crypto Spotlight desta semana, vamos abordar o setor mais quente para investir agora: DeFi (ou Finanças Descentralizadas).

Também vamos revelar 3 Criptos para você ficar de olho.

Não deixe de conferir este conteúdo.

Read More »
Artigos

Dividendos Sintéticos: Gere Renda Passiva com Opções! | Mapa do Trader

Em um cenário de baixa volatilidade, o investidor que se interesse por curto prazo pode acabar ficando desanimado.

Afinal, em tese, as oportunidades de ganhos rápidos diminuem… Mas não é sempre assim.

Há um tipo de estratégia capaz de gerar renda passiva com Opções no cenário atual, de maneira rápida e segura.

Estamos falando dos Dividendos Sintéticos.

Neste artigo, vamos falar um pouco sobre essa estratégia e investimento.

Read More »
Crypto 101

Altcoins: A melhor opção para o Halving? | Crypto 101

Participe da Comunidade Levante Crypto agora mesmo e fique por dentro das principais notícias desse mercado: https://lvnt.app/uvwfup

Hoje em dia, com o Bitcoin já tendo ocupado seu espaço de mercado, muitas pessoas buscam outras moedas digitais para investir.

Afinal, criptos mais baratas – e fora do radar – possuem um potencial muito maior que o vovô das criptos.

É aí que entram as Altcoins, que cada vez mais vêm ganhando espaço no mercado cripto.

Read More »

Ajudamos você a investir melhor, de forma simples​

Inscreva-se para receber as principais notícias do mercado financeiro pela manhã.