A realização de um investimento é um processo que abarca diversas variáveis. Além, é claro, das análises macro e microeconômicas, que envolvem desde a situação econômica do País até a situação do ativo (e do setor no qual ele está inserido), auferem-se, também, a rentabilidade e os riscos envolvidos na alocação.
Entretanto, essas variáveis, mais conhecidas pelos investidores, não são as únicas sobre as quais se deve despender tempo antes de realizar um investimento. Há também as taxas e os impostos cobrados, que são fatores essenciais para uma tomada de decisão mais consciente e condizente com os objetivos da alocação.
Por isso, ter conhecimento a respeito do que é cobrado nesse processo — visto que os valores podem variar de acordo com a corretora e com o investimento — é um passo essencial para otimizar os resultados.
Com o objetivo de ajudar você nessa tarefa, listamos, neste artigo, as taxas e os impostos principais que podem incidir sobre seus investimentos.
Taxa de corretagem
A taxa de corretagem é, em geral, cobrada em cada negociação de compra e venda realizada por meio de uma corretora. Ou seja, é uma taxa facilmente encontrada em operações no mercado de ações e em mercados futuros.
Como toda empresa, a corretora precisa manter uma estrutura e pagar seus funcionários, e a arrecadação da taxa de corretagem é uma das alternativas que ela tem para cobrir esses custos.
As formas como essa taxa pode ser cobrada variam entre um valor fixo, uma porcentagem da operação ou uma combinação das duas primeiras opções. Esse é um exemplo de taxa que pode variar de corretora para corretora; por isso, é preciso ficar atento na hora de escolher a sua.
Taxa de custódia
A taxa de custódia, por sua vez, é uma taxa cobrada para que instituições mantenham a custódia das aplicações, ou seja, armazenem títulos e ações de um determinado investidor.
Vale dizer que essa taxa é, em geral, debitada da sua conta na corretora de valores, mas quem a cobra é a própria B3. Há, também, algumas corretoras que cobram internamente uma taxa de custódia, mas boa parte delas não o faz.
Seguindo a mesma ideia da taxa de corretagem, a taxa de custódia também pode ser uma valor fixo, um percentual das aplicações ou uma combinação dos dois – sendo cobrada mensal ou anualmente e de acordo com o valor total da aplicação.
Além disso, em suma, é mais comum que essa taxa seja cobrada em ações e títulos públicos.
Imposto de Renda
A alíquota do Imposto de Renda (IR) cobrado sobre os investimentos não varia de acordo com a corretora, mas sim de acordo com o prazo de cada aplicação.
Essa é uma taxa que incide sobre o lucro obtido pelo investidor e segue uma tabela regressiva. Essa tabela vai desde 22,5% de incidência sobre o lucro (para investimentos de até 180 dias) até 15% de incidência sobre o lucro (para investimentos acima de 720 dias).
Existem investimentos, no entanto, sobre os quais o IR não incide. Alguns exemplos são as Letras de Crédito e as Debêntures Incentivadas. Isso não que dizer que investimentos com incidência de IR não sejam lucrativos. É preciso apenas analisar caso por caso e fazer o resgate da aplicação na hora correta.
Taxas de administração e performance
As taxas de administração e performance são características de Fundos de Investimentos. Visto que um fundo combina diferentes aplicações administradas por um gestor, que fica responsável por gerenciar as aplicações da carteira do fundo de acordo com a movimentação do mercado e com a estratégia de investimentos seguida, a taxa de administração é cobrada com o objetivo de remunerar seu trabalho e cobrir outros custos, tais como os da auditoria, da equipe de administração etc.
Já a taxa de performance é um percentual cobrado como uma forma de “prêmio” em caso de o fundo ter uma performance melhor que a de seu índice de referência; isto é, caso ele apresente uma rentabilidade que supere a de seu benchmark.
Essa taxa é cobrada em fundos que atuam com gestão ativa, tais como boa parte dos Fundos Multimercado, por exemplo.
Vale dizer que: (I) a taxa de performance vai a gestor do fundo, posto que ele é o responsável por toda a estratégia de investimentos; (II) ela incide sobre a rentabilidade excedente (ou seja, se o benchmark de um determinado fundo rendeu 5% e o fundo, 10%, a taxa incidirá sobre os 5% excedentes); e (II) ela varia de fundo a fundo.
Por fim, é importante ressaltar que existem algumas outras taxas e impostos, porém os listados acima são os mais recorrentes e importantes àqueles que participem ou estejam adentrando agora no universo dos investimentos.
Esperamos que este artigo tenha ajudado você a compreender as principais taxas e impostos que podem incidir sobre seus investimentos. Caso tenha ficado alguma dúvida sobre o assunto, deixe seu comentário. Estamos sempre prontos para ajudá-lo!