Nas últimas semanas, o número de prospectos de IPO protocolados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aumentou em quase dez, com as companhias “aspirantes” ao mercado correndo atrás dos documentos e trâmites necessários para tentar emplacar as suas ofertas públicas iniciais ainda em 2020.
Dentre elas, os destaques são a Rede D’Or, um dos maiores grupos no ramo da saúde do país, a rede de supermercados BIG e a CSN Mineração, proprietária da mina Casa de Pedra.
Essa semana mais algumas empresas registram o seu prospecto de IPO: Uni.co, Tok&Stok e Oba Hortifruti. Com isso, já são 11 prospectos apenas no mês de outubro.
Até o momento, o volume total de oferta de ações em 2020 – que considera tanto as ofertas públicas iniciais (IPOs) como as ofertas subsequentes (follow-ons) –supera os 95 bilhões de reais, quase 5 bilhões a mais que no ano passado.
A notícia traz poucos efeitos em termos de preços no mercado. Contudo, é um indicador que, mesmo com todo cenário adverso no mercado financeiro mundial devido à pandemia, há um sentimento de superação do pior nas entrelinhas.
Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Ao mesmo tempo em que vemos companhias tendo que desistir das suas ofertas por falta de demanda – seja por uma questão de pouca atratividade no seu modelo de negócio seja por conta de preços, outras companhias correm para tentar alcançar o status de companhia de capital aberto.
Na nossa avaliação o movimento de IPOs é muito positivo para o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro e entendemos que há sim bastante espaço para as ofertas iniciais de ações. Contudo, conforme vimos falando, acreditamos que o mercado será mais exigente em termos de modelo e qualidade de negócio das empresas, bem como em termos de preços das ofertas.
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