A Via (VVAR3) conseguiu na semana passada autorização do Banco Central para que a BanQi, fintech pertencente à companhia, iniciasse suas operações de crédito pessoal.
Atualmente, a companhia já oferece crédito para seus clientes, mas na forma de crediário, para o parcelamento de compras. O plano agora é conceder empréstimo pessoal para que seus clientes, muitas vezes desbancarizados, consigam suprir outras necessidades.
Antes mesmo da autorização, a companhia aproveitou sua larga base de clientes com limite pré-aprovado no crediário (cerca de 16 milhões de pessoas), para avaliar o interesse no novo produto e já conta com 250 mil interessados.
Segundo a companhia, o limite médio já aprovado fica próximo aos R$ 2 mil, mas por variar de R$ 800 a R$ 15 mil, com prazos de até 1 ano e meio.
Com a chegada do novo produto, os clientes que desejam manifestar interesse são obrigados a abrir conta na BanQi, que atualmente já possui cerca de 2 milhões de contas digitais.
Dessa forma, a companhia deve conseguir impulsionar ainda mais sua fintech com uso de mais produtos.
E Eu Com Isso?
Em nossa visão a notícia é positiva para as ações da Via (VVAR3) e por isso esperamos um impacto positivo no preço das ações no curto prazo.
Acreditamos que crédito pessoal não é somente produto com taxas de retorno atrativas, mas também uma forma da companhia conseguir fidelizar ainda mais seus clientes, em sua maioria com poder aquisitivo mais baixo e com pouco acesso a crédito com instituições financeiras tradicionais.
Apesar dos retornos atrativos, existe uma preocupação com inadimplência para o público alvo da companhia, motivo pelo qual essa parte da população é rejeitada pelas instituições financeiras tradicionais.
No entanto, importante ressaltar que a Via é uma das companhias mais experientes nesse quesito, dando acesso a crédito, por meio de crediário, há mais de 30 anos.
Seu principal concorrente, o Magazine Luiza (MGLU3), já oferece este tipo de produto, no entanto por meio da Luiza Cred, subsidiária que a companhia possui em conjunto com o Itaú (ITUB4).
Dessa forma, o Magalu utiliza a estrutura do Itaú para mitigar o risco de crédito e usar os produtos financeiros para aumentar as vendas.
A nosso ver, a Via está disposta a correr mais riscos ao realizar a operação sem uma parceria, acreditando que sua experiência no setor deva lhe render mais frutos.
Nos resultados do primeiro trimestre de 2021, originou mais de R$ 1,5 bilhão em crédito, atingindo uma carteira total de R$ 4,6 bilhões, com um nível de perda de 2,4%, o menor em mais de 15 meses, evidenciando sua capacidade de avaliar corretamente seus clientes.
Atualmente, a companhia utiliza seu próprio balanço para realizar os empréstimos, no entanto, deve buscar novas formas de se financiar, como fundos de investimento em direito creditórios (FIDCs), forma que outras empresas não financeiras, como a Totvs (TOTS3), utilizam para conseguir recursos.
A notícia chega para aquecer ainda mais a disputa no e-commerce.
Na semana passada, o Magalu (MGLU3) anunciou a maior aquisição de sua história, a Kabum!, por R$ 1 bilhão em dinheiro e até 125 milhões de ações, além de um follow-on, que deve injetar mais de R$ 3,5 bilhões na companhia, e um agressivo plano de expansão física, com abertura de lojas e centros de distribuição.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—