Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogaria (Abrafarma), que reúne as maiores redes de drogarias do País, projeta um crescimento de cerca de 900 lojas líquidas (aberturas menos fechamentos) para 2021, retomando o ritmo de crescimento observado em 2018.
As afiliadas da Abrafarma representam cerca de metade de toda a receita do varejo farmacêutico no Brasil, apesar de terem um pouco menos de 10 por cento das lojas no país (8,3 mil lojas em um total de 90 mil no Brasil).
Na projeção da Associação, com estas aberturas o crescimento de receita deve ficar em torno de 6 bilhões de reais em um período de 12 meses (considerando a curva de maturação das lojas), o que representa um pouco mais de 10 por cento das receitas anuais das empresas associadas previstas para 2020.
A volta do crescimento deve ser puxada por maior liquidez das companhias de grande porte, com ofertas de ações recentes (IPOs) de redes como Dimed (PNVL3/PNVL4) e Pague Menos (PGMN3), além da retomada dos planos de expansão original, prejudicados em parte pela pandemia, uma volta mais forte da demanda com maiores cuidados com a saúde por parte da população e volta das consultas médicas e cirurgias em ritmo normal.
E Eu Com Isso?
Diferentemente dos demais segmentos de varejo do país, como vestuários/moda, alimentos e bebidas, bem como o comércio eletrônico, o varejo farmacêutico caminhou na direção oposta de uma consolidação do setor, em que as grandes redes ganham espaço, com as concorrentes menores enfrentando dificuldades financeiras.
A pandemia e as consequentes medidas de isolamento social tornaram as compras de medicamentos em redes locais mais frequentes, trazendo um crescimento de receita em torno de 24,4 por cento em 2020 para as associadas à Febrafar, que reúne as redes associativas e independentes (as de menor porte).
Podemos observar esse movimento também no balanço de algumas empresas de capital aberto a exemplo da RaiaDrogasil (RADL3) que observou uma leve perda de participação de mercado em regiões chave como o Sudeste, mesmo com ritmo de expansão de lojas prevista sendo cumprida.
Apesar do ritmo forte de crescimento, principalmente das grandes redes de capital aberto no país, ainda há espaço para maiores expansões, dado que o setor ainda é altamente pulverizado, com lideranças regionais, com baixos riscos de canibalização quando considerado um plano de expansão em todo o território nacional.
A mudança de hábitos nos cuidados trazida pela pandemia, o envelhecimento da população e a maturação de lojas abertas em períodos anteriores devem possibilitar um crescimento de receita do setor acima dos 10 por cento observados na comparação de 2019 para 2020. Essa expansão traz um cenário positivo também para as fabricantes de produtos farmacêuticos no país, como a Hypera Pharma (HYPE3), líder do setor e a única representante de capital aberto na B3.