Na noite desta segunda-feira (14), após o fechamento de mercado, a Ultrapar (UGPA3) enviou um comunicado ao mercado esclarecendo a notícia veiculada na imprensa durante o dia sobre a potencial venda de sua divisão de químicos, a Oxiteno.
Na nota a empresa confirma que está avaliando constantemente a alocação de capital em seu portfólio de modo a “maximizar o valor aos acionistas”, com foco no setor de óleo, gás e combustíveis e que confirma estar avaliando o destino da Oxiteno, até um possível desinvestimento.
Segundo a agência Bloomberg, a companhia contratou assessoria financeira que avaliou a empresa química em cerca de 1 bilhão de dólares (em torno de 5 bilhões de reais pelo último fechamento de câmbio).
Nos últimos anos a Ultrapar vinha sendo sondada por empresas do setor para adquirir a Oxiteno. Até então, a companhia buscava uma Joint Venture (estrutura de capital em que o controle é dividido entre duas ou mais entidades), em um momento de mudanças estruturais no segmento de Químicos e Petroquímicos, onde a escala de produção se torna cada vez mais relevante.
E Eu Com Isso?
A Oxiteno é a única empresa do portfólio da Ultrapar a operar plantas internacionais e tem como moeda funcional o dólar, devido aos custos de operação e insumos serem cotados na moeda norte americana. A Ultrapar vem em um momento de foco na rentabilidade com alocação de seu Capex (capital disponível para investimentos em ativos fixos) voltada para a eficiência, diferente da estratégia com foco na expansão das operações, como vinha sendo realizada do período de 2007 (compra da Ipiranga) até meados de 2018.
A notícia é boa para a empresa e enxergamos um impacto levemente positivo, mesmo com o movimento de valorização ocorrida nesta segunda-feira após informações especulativas (sem a confirmação da companhia) terem sido veiculadas na imprensa.
A venda da Oxiteno poderia auxiliar no financiamento da compra das refinarias da Petrobras, especificamente a Repar (Paraná) e a Refap (Rio Grande do Sul). A Ultra e concorrentes como a Cosan (CSAN3) entregaram ofertas à Petrobras no dia 10 de dezembro para a compra dos ativos. O nome do vencedor deve ser divulgado na primeira quinzena de Janeiro.
Ambas as refinarias estão avaliadas em torno de 2,5 bilhões a 3 bilhões de dólares cada e o vencedor do leilão de qualquer uma das unidades não pode comprar a outra unidade, por estarem em uma mesma região geográfica (Sul). A Ultrapar fez a oferta para ambas e, apesar da Repar ser considerada a melhor opção, a captura de sinergias poderia ser realizada também na Refap, dada a relevância da operação na região Sul da Ipiranga.
O movimento de compra das refinarias é positivo para a Ultra, sendo possível capturar sinergias operacionais na área logística e melhor controle de custos em relação à principal mercadoria da divisão da Ipiranga, o negócio de distribuição de combustíveis. O complemento da venda da Oxiteno confirma e pode dar maior tração à sua estratégia de foco na rentabilidade e no setor de óleo, gás e combustíveis.
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