Troca na presidência da Cemig (CMIG4)
Na segunda-feira (13), em fato relevante, a Cemig (CMIG4) anunciou a troca de seu presidente. Reynaldo Passanezi Filho assumiu o cargo no lugar de Cledorvino Belini, que continuará no Conselho de Administração da companhia.
O novo CEO tem uma longa carreira no setor elétrico e experiência em processos de privatização. Ele participou das privatizações das elétricas do Estado de São Paulo. Sua indicação fez com que as ações da Cemig respondessem positivamente ao anúncio, subindo 2,81 por cento.
Outro fato que valorizou os papéis da estatal mineira foi a divulgação, segundo fontes, de que a Vale (VALE3) está em negociação com a Cemig para compra de sua participação na Aliança Energia.
A Aliança Energia é uma joint venture entre a Vale, que possui 55 por cento do capital, e a Cemig, que controla os demais 45 por cento. Ela que atua na geração e na comercialização de energia elétrica. A participação da Cemig é avaliada em, pelo menos, 2 bilhões de reais.
Apesar da euforia com o anúncio da nomeação de Passanezi para o cargo de CEO, o caminho para uma eventual privatização da companhia ainda é árduo. Romeu Zema, governador de Minas Gerais, precisa de apoio na Assembleia Legislativa, o que ainda não apareceu. Além disso outros projetos, mais urgentes, estão na fila do Legislativo mineiro. Entre eles a reforma da Previdência estadual e o projeto de venda de participação da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), que foi enviado em outubro. Enquanto a venda da Codemig não acontecer, a privatização da Cemig não entra em pauta.
No entanto, apesar de a possibilidade de privatização parecer distante, a nomeação de Passanezi deve agilizar a venda de participações da Cemig em outros projetos. Semana passada circulou a intenção da companhia em se desfazer de sua participação de 21,68 por cento na Taesa (TAEE11), avaliada em 2,3 bilhões de reais e ontem foi a vez da Aliança Energia. A venda dessas participações e a consequente entrada de recursos no caixa da companhia tende a melhorar os valores que o governo conseguirá arrecadar caso prossiga com os planos de privatização.
O negócio valorizou também as ações da Vale, que subiram 3,64 por cento, com a companhia indo ao encontro de se tornar autossuficiente em energia elétrica até 2030.
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