Levante Ideias - Suzano

Suzano divulga resultados do 3T20

A Suzano Papel e Celulose (SUZB3) divulgou na noite desta quinta-feira (29) os resultados do terceiro trimestre de 2020.

Os números vieram fortes, acima do consenso em termos de Ebitda, mesmo no contexto de pandemia, preços de celulose nos níveis mais baixos historicamente e ainda alto endividamento da companhia, fruto da fusão com a Fibria.

Os destaques positivos foram:

i) Bom crescimento da produção de celulose (21 por cento na comparação anual), acompanhada do volume de vendas (ambas com cerca de 2,8 milhões de toneladas), mantendo baixos os níveis de estoque e contribuindo para a diluição de custos fixos.

ii) Forte geração de caixa operacional, com 2,85 bilhões de reais no trimestre (alta de 88 por cento na comparação anual), puxado principalmente pela redução do custo caixa de produção de 654 reais por tonelada no 3T19 para 600 reais por tonelada no 3T20 e taxa de câmbio mais elevada, compensando os preços mais baixos da celulose.

iii) Menor prejuízo financeiro proveniente de seu alto endividamento e grande exposição do caixa em dólares, reduzindo o seu prejuízo líquido contábil de 3,46 bilhões de reais no 3T19 para 1,16 bilhões de reais neste trimestre.

Os destaques negativos foram:

i) A tímida redução da alavancagem financeira (relação Dívida Líquida / Ebitda) ainda em patamares elevados, caindo de 5,6x no 3T20 para 5,1x neste trimestre.

ii) O fraco desempenho ainda do segmento de papel da companhia que apresentando crescimento de 1 dígito baixo na receita e Ebitda (métrica de geração de caixa potencial) em relação ao ano passado e queda de 5 por cento na geração de caixa operacional em relação ao trimestre passado, mesmo com preços médios menores de matéria-prima (celulose).

A empresa reportou excelentes resultados, puxados pelo forte desempenho do segmento de celulose, com maior produtividade e reduzindo ainda mais os custos de produção, já no nível mais baixo do mundo, aumentando sua rentabilidade com preços de celulose muito baixos. Lembrando que muitos concorrentes no mundo não apresentam lucro econômico nestes preços de celulose (cerca de 460 dólares por tonelada), ou seja, não remuneram adequadamente o seu capital.

A forte geração de caixa foi ajudada pelo câmbio (real mais desvalorizado), devido à grande relevância das exportações, porém prejudica as métricas contábeis, ainda mal vista pelo mercado, devido à fortes variações na marcação de preço de seu caixa e endividamento, grande parte em dólar.

Porém enxergamos que o que importa é a geração de caixa para a companhia e esperamos impacto positivo no curto prazo nas ações (SUZB3), com os números superando as expectativas, já otimistas do mercado.

A demanda pela celulose seguiu forte com a volta das atividades na China, puxando o volume de exportações e deve seguir com a demanda levemente crescente. A pandemia afetou pouco o consumo de celulose, com a produção e demanda do segmento de higiene pessoal no mundo compensando em grande parte o volume de papéis para escrever e embalagens.

Nos próximos meses os preços da celulose devem sofrer um aumento, estimado em torno de 60 dólares por tonelada no mundo, justamente pelo início do descasamento entre demanda e oferta no mercado internacional, beneficiando a Suzano.

As perspectivas futuras para a companhia seguem bastante favoráveis, com um conjunto de fatores se alinhando positivamente:

i) Expectativa de preços melhores no mercado internacional

ii) Continuidade do dólar em patamares altos, porém sem muita pressão de variação para cima, o que ajuda em termos de receita e mantém os encargos financeiros da dívida estáveis, sem aumentos significativos.

iii) Volumes de papel em recuperação gradual, com a volta das atividades em algumas partes do mundo.

iv) Sem previsão de paradas de manutenção nas maiores plantas de celulose da empresa para 2021, reduzindo o Capex (investimentos caixa em bens de capital) e aumentando a produtividade, de modo a potencialmente reduzir ainda mais o seu custo de produção, com efeito positivo direto na geração de caixa.

v) Continuidade gradual da redução de seu endividamento que, apesar de ainda muito elevado, vem sendo amortizado de maneira disciplinada pela companhia.

* Este conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara as notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.

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