A disputa pela presidência do Senado Federal continua bastante aberta e indefinida após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir a recondução dos atuais presidentes do Legislativo para mais um mandato – frustrando, assim, os planos do atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Um dos nomes cotados para ter o apoio de Alcolumbre, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – o escolhido pelo partido para tentar manter a liderança na Casa – viu sua candidatura perder prestígio nos últimos dias, especialmente no Palácio do Planalto. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República, teria resistências ao nome de Pacheco.
O mineiro é considerado como muito próximo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e teria tido atuação rígida contra Michel Temer quando o ex-presidente foi alvo de denúncia. Em 2017, quando ainda era deputado e presidia a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Pacheco teria contrariado seu então partido, o MDB, e facilitado a tramitação da denúncia contra Temer. Esse episódio teria minado a confiança do Executivo em Pacheco.
Com o casamento frustrado entre Bolsonaro e Pacheco, o Planalto deve demarcar certa distância da disputa no Senado, indo na contramão do que pretendia Alcolumbre. O atual presidente da Casa trabalhava para chancelar um nome praticamente unânime, com apoio de seus aliados e com o apadrinhamento do Planalto.
E Eu Com Isso?
Com a desidratação do nome de Rodrigo Pacheco, as eleições legislativas para o Senado Federal (marcadas para o dia 1º de fevereiro de 2021) continuam bastante indefinidas. Era praticamente certo que Alcolumbre poderia estender seu mandato, daí o cenário nebuloso a esta altura do campeonato.
Vale ressaltar, entretanto, que ainda não é possível descartar 100 por cento o nome de Pacheco. As negociações políticas continuam a todo vapor e Alcolumbre e seus interlocutores vão tentar reverter a posição do Planalto. Segundo alguns aliados de Pacheco, a narrativa de que o senador não apoiaria o Executivo seria falsa e imposta pelo MDB, que vai lançar candidato nas eleições para afetar a candidatura do DEM.
O mercado segue monitorando a evolução do cenário político envolvendo a sucessão das Casas Legislativas, mas a notícia não deve impactar o pregão de hoje.